Capítulo Dez - Conselho De Amigo

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Acordei no dia seguinte com o som irritante do meu despertador. Fiquei apertando até conseguir encontrar o botão certo e fui até o banheiro fazer minha higiene.
Meu primeiro dia de volta ao trabalho.

Quando cheguei na empresa, fui recebida pelo Júlio com um abraço forte e olhares curiosos dos outros colegas de trabalho.

— Agora sim isso aqui vai ficar divertido. –disse Júlio.

— Mas só depois que eu acordar.

— Sempre esqueço que você só acorda depois das 10. –ri.

— Exatamente.

. . .


Na hora do almoço, peguei o livro que tinha encontrado na casa abandonada para ler. Tinha que ter alguma coisa naquelas páginas. Precisava ter.
Fiquei lendo página por página com toda a minha atenção, mas não estava conseguindo achar nada. Talvez tinha sido por ainda estar nas primeiras páginas.  Só que minha ansiedade queria que tudo acontecesse mais rápido. Não pude ficar muito tempo ali, pois precisei voltar para o trabalho.
Tinha uma reunião marcada com o pessoal que trabalha comigo o CTO e com o chefe da CEO, mas o Júlio estava impedindo a minha concentração no chefe por querer saber o motivo do meu último e-mail com ele.

— Algum problema Júlio? –Roberto meu chefe, perguntou para interromper a pergunta do meu querido amigo curioso.

— Não, chefe.

— Já disse que não gosto que me chame de chefe.

— Não vou mais te chamar assim, chefe. –disse rindo e fez todos rirem.

No geral o meu trabalho era legal. Eu trabalhava com o que gostava, meu chefe era legal e mais alguns colegas também, apesar de serem curiosos.
Sempre tinham algum momento de descontração como o que tinha acabado de acontecer e Júlio era o que fazia esse momento acontecerem.
Quando a reunião acabou, todos já estavam dispensados.

— Agora vai me dizer ou não. –disse Júlio.

— Aqui não.

— Então vou te dar uma carona.

Aproveitei o caminho para contar a ele sobre os e-mails que eu tinha recebido e que precisava descobrir onde eles estavam.

— Os dias começaram contar hoje?

— Sim!

— Olha, você não pode se culpar se não conseguir.

— Acha que eu não vou conseguir?

— Você tem 7 dias a partir de hoje e tudo o que tem é um livro. Não diria que você está tendo progresso.

— Mas eu vou conseguir!

— Só não exija muito de você. –falou parando o carro em frente ao prédio onde eu morava. — O Lucas está certo ao querer que você não vá adiante com isso. É perigoso.

— Não comece com sermão.

— E não vou. Só estou dizendo que o seu namorado está certo, que é perigoso e por ser perigoso você tem que ter cuidado com as suas ações. Não pense que pode salvar a Alice, por que você não pode.

Sai do carro dele sem dizer mais nada. Já bastava o Lucas me dizendo que eu não conseguiria. Júlio ainda chamou por mim, mas eu o ignorei.
Não tinha tempo para ficar discutindo com ele minhas chances de sucesso e fracasso nessa "missão". Mas ele tinha razão, eu preciso tomar cuidado com as minhas ações.

Desaparecidos - Decifre Ou MorraOnde histórias criam vida. Descubra agora