Capítulo Vinte - Sobreviva

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Eu mal sabia onde eu estava pisando, mas por sorte o dia estava quase chegando. Eles não tinham mais respondido as minhas perguntas depois que começamos a andar, então, eu não fazia ideia do que estes malditos testes.

- Você vai prosseguir daqui. -falou quando paramos. - A prova não tem limite de tempo. Você precisa sobreviver.

- Sobreviver? O que tem aqui? Cobra?

- Acredito que sim, mas não se preocupe com os animais. Temos os melhores atiradores escondidos aqui e eles têm a permissão de matar você. Seja mais esperta e sobreviva.

- Isso é loucura. Não vou continuar.

- Você não pode desistir. Isso ficou claro quando você chegou, ou não?

- Ficou. -falei me arrependido da minha escolha. - Esqueçam o que eu disse.

- Esse é a garota em cuspir que apostei. -bateu nas minhas costas. - Lembre-se garota; seja esperta e sobreviva.

Ele estava demonstrando simpatia por mim? Aquela pessoa me levou para a morte e demonstra simpatia.
Os dois me deixaram ali sozinha e como tinha pessoas prontas para me matar em todos os cantos, achei que o melhor seria manter meus ouvidos bem atentos a qualquer barulho, principalmente enquanto eu não conseguisse ver alguma coisa a mais de 5 centímetros a minha frente.
Talvez o melhor a fazer naquele momento seria esperar pelo luz do sol, mas por outro lado a escuridão era ainda o meu melhor aliado. Se eu não podia vê-los, eles também não me ver.
Sai da trilha que tinham me deixado. Se continuasse seguindo por lá, seria um alvo mais fácil ainda e não podia me dar o luxo de deixa a sorte me guiar. Tentava fazer o mínimo de barulho possível, mas naquele silêncio tudo parecia ter um som mais alto de realmente era.
Já haviam se passado alguns minutos e eu não tinha escutado nada além dos meus passos. Eles estavam esperando pela chegada do dia, assim ficaria mais fácil de me ver. Eu precisava ser mais esperta que eles e achar alguma coisa que poderia usar como arma, mas fazer isso no escuro era praticamente impossível.
Estava concentrada para ver se conseguia achar alguma coisa que pudesse cortar ou no mínimo um pedaço de madeira que conseguisse furar alguém, quando ouvi galhos quebrando. Minha atenção aumentou e parei de andar para tentar de descobrir de onde vinha o barulho. Nada. A pessoa havia parado de andar. Eu continuei parada esperando pelo qualquer sinal de ataque. Ou talvez só estivesse apavorada demais para andar e sair dali.
Meu coração estava acelerado e fazia com que ficasse difícil de ouvir os sons ao meu redor, por isso fechei os olhos e me forcei a ficar calma.

- Você não vai morrer agora. -falei baixinho para mim mesma. - Concentre-se.

Respirei fundo e dei um passo para frente. Ouvi mais um barulhos de ganhos quebrando, desta vez consegui identificar o lado que vinham. Ele estava do meu lado esquerdo, pro isso corri seguindo para frente. O escuro impediria que ele mirasse em mim e acabaria mostrando a sua posição quando fosse atirar, não que eu tivesse uma ideia para quando isso acontecesse. Eu só pensava em sobreviver.

Desaparecidos - Decifre Ou MorraOnde histórias criam vida. Descubra agora