Capítulo Vinte e Cinco - Chefe

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- Já faz um tempo em que esse grupo foi criado pelo chefe e a nossa única intenção é acabar com todos os políticos corruptos do nosso país. Se a polícia não faz nada, nós mesmo vamos fazer. Somos os Vingadores da Partia.

- Acabar com os políticos corruptos? Impossível.

- Não se tivermos as pessoas certas. Pessoas como você, como os que quase te mataram nessa mata e como eu. Se nos juntarmos por demos ter um país justo.

- Como pretendem fazer isso?

- Bandido bom é bandido morto.

- Vocês querem matá-los?

- Queremos livrar o nosso país de pessoas como eles. Vamos criar uma nova ordem nacional.

- Não vou fazer parte disso.

- Não decida ainda. Você ainda vai falar com o nosso chefe.

- Mas eu não quero mais ajudar a matar pessoas. Por mais que sejam bandidos, não quero me sentir mais culpada do que já estou por ter escolhido aquela menina para morrer.

- Você se arrependeu da sua escolha?

- Sim! Ela não merecia. -falei deixando algumas lágrimas caírem.

- Olha pra mim, Victória. -disse autoritário. - Ela era tão filha da puta quando sua amiga. As duas mereciam morrer.

- Mas eu não queria que essa decisão estivesse em minhas mãos.

- Mas estava e você precisa aprender a conviver com a culpa. Agora para de chorar.

Seu tom de voz tinha passado do calmo para bruto. Ele com certeza tinha o perfil de um líder, mas duvidava que ele fosse o chefe de quem tanto falava. Enxuguei minhas lágrimas.

- Posso ligar para meus pais? Só para avisar que estou bem?

- Não, por enquanto é melhor que eles pensem que você morreu.

- Isso é cruel. Você fez o mesmo que eu para entrar nisso aqui?

- Eu precisei matar o meu melhor amigo. -olhei para ele assustada. - Calma, ele também era um filho de puta.

- O que ele fez?

- Ficou com a minha namorada.

- Espera. Sua namorada traiu você?

- Com o meu melhor amigo. -eu não pude deixar de rir. - Por que está rindo?

- Desculpa. -segurei o riso. - É que nunca imaginaria que alguém como você fosse traído. Sempre imaginei que traísse e não o contrário.

- Acontece que sou bastante fiel, por isso estou aqui. Por que tem essa impressão de mim?

- Por você ser bonito demais para ser verdade.

- Obrigado. -sorriu se aproximando mais de mim. - Quer um beijo meu?

- Não. -virei o rosto. - Eu também sou bastante fiel e amo o meu namorado.

- Claro. -falou entre risos. - Ele também parece gostar muito de você.

Antes que eu respondesse, a porta da cabana foi aberta e fiquei assustada com quem vi entrando.

- Olá chefe. -disse fazendo um sinal com a mão. Ele mantinha o polegar, o indicador e o dedo do meio levantados e os outros dois abaixados. Era como se fosse uma arma.

- Ele é o chefe? Não pode ser? -falei sem acreditar. - O Roberto é o chefe?

- Surpresa, Victória? -perguntou sorrindo e vindo na minha direção.

- Óbvio! Por que não disse nada?

- Não podia me revelar até ter certeza de que você seria a escolha certa. Fiquei feliz quando disseram que você sobreviveu.

- É, eu também. Seus amigos lá fora queriam me matar de todo jeito.

- Eles não iam te matar. -disse A7 fazendo pouco caso do que tinha acontecido. - Ou acha mesmo que você chegaria até aqui com apenas um tiro no braço.

- Mas eles estavam autorizados a fazer isso.

- Só se você decidisse não seguir o caminho certo.

- Então eu iria sobreviver mesmo se continuasse caminhando lentamente?

- Sim.

- Já que está tudo esclarecido. Podemos conversar agora, Victória?

- Podemos. -respondi.

Roberto sentou-se na cadeira onde antes era o lugar do A7, que já havia colocado sua máscara e saído da cabana.

Desaparecidos - Decifre Ou MorraOnde histórias criam vida. Descubra agora