- Já faz um tempo em que esse grupo foi criado pelo chefe e a nossa única intenção é acabar com todos os políticos corruptos do nosso país. Se a polícia não faz nada, nós mesmo vamos fazer. Somos os Vingadores da Partia.
- Acabar com os políticos corruptos? Impossível.
- Não se tivermos as pessoas certas. Pessoas como você, como os que quase te mataram nessa mata e como eu. Se nos juntarmos por demos ter um país justo.
- Como pretendem fazer isso?
- Bandido bom é bandido morto.
- Vocês querem matá-los?
- Queremos livrar o nosso país de pessoas como eles. Vamos criar uma nova ordem nacional.
- Não vou fazer parte disso.
- Não decida ainda. Você ainda vai falar com o nosso chefe.
- Mas eu não quero mais ajudar a matar pessoas. Por mais que sejam bandidos, não quero me sentir mais culpada do que já estou por ter escolhido aquela menina para morrer.
- Você se arrependeu da sua escolha?
- Sim! Ela não merecia. -falei deixando algumas lágrimas caírem.
- Olha pra mim, Victória. -disse autoritário. - Ela era tão filha da puta quando sua amiga. As duas mereciam morrer.
- Mas eu não queria que essa decisão estivesse em minhas mãos.
- Mas estava e você precisa aprender a conviver com a culpa. Agora para de chorar.
Seu tom de voz tinha passado do calmo para bruto. Ele com certeza tinha o perfil de um líder, mas duvidava que ele fosse o chefe de quem tanto falava. Enxuguei minhas lágrimas.
- Posso ligar para meus pais? Só para avisar que estou bem?
- Não, por enquanto é melhor que eles pensem que você morreu.
- Isso é cruel. Você fez o mesmo que eu para entrar nisso aqui?
- Eu precisei matar o meu melhor amigo. -olhei para ele assustada. - Calma, ele também era um filho de puta.
- O que ele fez?
- Ficou com a minha namorada.
- Espera. Sua namorada traiu você?
- Com o meu melhor amigo. -eu não pude deixar de rir. - Por que está rindo?
- Desculpa. -segurei o riso. - É que nunca imaginaria que alguém como você fosse traído. Sempre imaginei que traísse e não o contrário.
- Acontece que sou bastante fiel, por isso estou aqui. Por que tem essa impressão de mim?
- Por você ser bonito demais para ser verdade.
- Obrigado. -sorriu se aproximando mais de mim. - Quer um beijo meu?
- Não. -virei o rosto. - Eu também sou bastante fiel e amo o meu namorado.
- Claro. -falou entre risos. - Ele também parece gostar muito de você.
Antes que eu respondesse, a porta da cabana foi aberta e fiquei assustada com quem vi entrando.
- Olá chefe. -disse fazendo um sinal com a mão. Ele mantinha o polegar, o indicador e o dedo do meio levantados e os outros dois abaixados. Era como se fosse uma arma.
- Ele é o chefe? Não pode ser? -falei sem acreditar. - O Roberto é o chefe?
- Surpresa, Victória? -perguntou sorrindo e vindo na minha direção.
- Óbvio! Por que não disse nada?
- Não podia me revelar até ter certeza de que você seria a escolha certa. Fiquei feliz quando disseram que você sobreviveu.
- É, eu também. Seus amigos lá fora queriam me matar de todo jeito.
- Eles não iam te matar. -disse A7 fazendo pouco caso do que tinha acontecido. - Ou acha mesmo que você chegaria até aqui com apenas um tiro no braço.
- Mas eles estavam autorizados a fazer isso.
- Só se você decidisse não seguir o caminho certo.
- Então eu iria sobreviver mesmo se continuasse caminhando lentamente?
- Sim.
- Já que está tudo esclarecido. Podemos conversar agora, Victória?
- Podemos. -respondi.
Roberto sentou-se na cadeira onde antes era o lugar do A7, que já havia colocado sua máscara e saído da cabana.
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Desaparecidos - Decifre Ou Morra
Mystery / Thriller"Tudo, aliás, é a ponta de um mistério, inclusive os fatos. Ou a ausência deles. Dúvidas? Quando nada acontece há um milagre que não estamos vendo." Uma festa, um pedido de ajuda e vários desaparecidos. Quem está por trás? Victória não faz ideia. A...