Brittany's POV
O frio daquela manhã parecia não desistir até me acordar. Esfreguei os olhos para então abri-los e encarar a claridade parcial que iluminava o lugar. Meu corpo parecia ter levado uma surra, o que fez eu me espreguiçar e passar uma das mãos pelo outro lado da cama percebendo que nada havia ali. Olhei para o local para contestar a ausência do que eu encontrava ali todas as manhãs. Anna. Imediatamente a lembrança da noite anterior veio à tona como um raio.
Eu havia a beijado. Havia a beijado até perdermos o fôlego e eu havia começado isso. O mais estranho de tudo isso é não lembrar de ter me arrependido por um instante. O que lembro é de ter desejado aquilo de uma forma que nunca havia antes. Quando vi Ruby a ponto de beijar Anna, foi como se eu tivesse sido exposta a uma eletricidade que a qual nunca passou por minha mente sentir. Meus pés já não obedeciam meus comandos e quando percebi, lá estava eu: arrastando-a até o banheiro e jogando meus lábios nos seus. A sensação depois disso é impossível relatar com apenas palavras. Foi como se cada átomo dentro de mim estivesse prestes a explodir tempos atrás e só então entrou em colapso. Cada vez que sua língua tocava a minha parecia um choque de adrenalina. Cada segundo que se passava daquilo a sensação de que eu estava prestes a cair de um penhasco era maior. Entretanto, ao mesmo tempo em que eu sentia que estava prestes a cair, sentia como se nada no mundo pudesse me derrubar. Não havia nenhum tipo de sentimento que me fizesse querer sair correndo como geralmente seria. Parecia certo. Seus lábios preenchendo os meus, sua língua tocando a minha como se já a conhecesse, suas mãos segurando meu rosto e até sua respiração falha contrariando a minha... Tudo parecia certo. Me pergunto o porquê. Obviamente não era o primeiro beijo da minha vida, tenho 30 anos. Porém, de alguma forma, a sensação era de que eu não conhecia algo parecido com aquilo. Eu já havia beijado mulheres antes, tanto em filmes, quanto em algumas festas por diversão, não era uma noção desconhecida pra mim e me fazia ter certeza de que essa não era a razão pela qual me senti tão elétrica. Tinha algo a mais. Algo que eu não fazia a mínima ideia do que era. A única ideia que eu fazia, por mais engraçado que fosse, é de que não me arrependia por isso. Nem um só segundo. E eu também não entendia por que considerando que talvez, apenas talvez, eu devesse.
Balancei a cabeça percebendo que já estava ali olhando para o lado da cama há algum tempo agora. Peguei meu celular para olhar as horas. 8:20. Estava atrasada. Provavelmente Anna já tinha ido e não quis me acordar. Sentei na cama e rapidamente calcei o conjunto de pantufas que se encontrava no chão.
-Eu espero que você lembre ter prometido que não fugiria. –ouvi sua voz ecoando no banheiro e parei por alguns instantes. Fechei os olhos sorrindo.
-Eu não estava fugindo. –respondi e então sua figura apareceu encostando-se na porta do banheiro. Ela usava um jeans escuro e uma camiseta vermelha. Seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo que deixava algumas mexas soltas. Me questiono como conseguia ficar tão bem de uma forma tão simples. Um meio sorriso ocupava seu rosto enquanto ela me encarava... Havia algo diferente em sua expressão, algo novo. Não era como se eu nunca houvesse visto Anna sorrir, mas era um sorriso diferenciado... Como se seus olhos estivessem o acompanhando.
-Não estava? –ergueu uma sobrancelha ainda com a mesma expressão e apenas concordei com a cabeça. Ela se aproximou para então sentar junto a mim na cama, seus olhos agora me olhavam num semblante suave. –Você está bem? –perguntou e não pude deixar de perceber que ela perguntava no sentido mais amplo. Ela se referia ao que havia acontecido na noite passada. Ela queria saber se eu estava assustada, Anna me conhece o suficiente para saber que normalmente eu estaria. Mas dessa vez eu apenas não sabia como explicar, tanto pra ela quanto pra mim mesma, o quão bem eu estava com aquilo.
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Back To Me
RomancePitch Perfect estava de volta. Toda a diversão e o empenho também estavam presentes como nos últimos dois filmes. Durante longos processos, muitos vínculos são criados e levados à patamares mais altos. Porém, o que isso significaria para Anna e Brit...