Cap. 18

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Azekel

Sufocado. É assim que estou. Tento respirar, mas há algo que me impede.

Acordo em um impulso, cuspindo muita água. Um frio doloroso toma conta do meu corpo, e me dou conta de que estou na margem do que parece ser um rio.

Tento voltar para o que aconteceu para eu estar nesse estado e tudo vem em um turbilhão.

Merda, a Nayomi. Eu preciso encontrá-la.

Me levanto e sinto uma dor absurda em meu abdômen.

Levanto minha camisa e há uma perfuração no mesmo. Aquele desgraçado me baleou. Devo ter perdido muito sangue, pois sinto um forte cansaço e minha pele está muito pálida.

Tento me erguer, mas vou logo ao chão. Não tenho nenhum pingo de força.

Começa a chover bem forte, as gotas de água se chocam em minha pele dolorosamente.

Tento me levantar novamente e minha visão fica turva. Ando meio arrastado pelo que parece ser a margem do rio.

A chuva fica bem mais densa, e não enxergo muito. Só vejo o que acho ser uma casa ao longe, não sei dizer o quão longe.

Vou me rastejando e a cada movimento que faço meu abdômen dói mais. É uma dor agonizante, mas continuo a prosseguir. Minhas forças estão por um fio, mas continuo a me rastejar. É como se a bala me perfurasse ainda mais. Sinto dificuldade em respirar.

Apoio minha cabeça no chão e sinto um forte cansaço.

Fecho meios olhos totalmente exauto.

Acho que esse é o fim. Não vou mais vê-la. Não vou mais tocá-la. Sentir o seu corpo quente ao meu. Não vou mais viver. Mas pelo menos .passei os dias mais felizes da minha vida ao lado dela​.

Vou me entregando a escuridão aos poucos e a última imagem que vem em minha mente é a dela.

Flashback On

- Qual o seu nome? - ela me pergunta.

- Azekel, e o seu? - olho para ela meio sorridente e tímido. Nunca ninguém quis se aproximar de mim.

- Nayomi, mas me chama só de Nay. - ela retribui o sorriso. - Você quer brincar comigo?

- Quero, mas sua mãe deixa?

- Eu não sei onde ela está, ela só me deixou aqui nesse parque sozinha. Ela é assim quando quando toma aquele bichinho de adulto. Estou aqui sozinha e não tem ninguém para brincar comigo - ela fala triste. Seguro a mão dela.

- Fica assim não, eu brinco com você. - falo e vejo um brilho em seu olhar.

- Você vai mesmo brincar comigo? - ela fala meio eufórica. Concordo com a cabeça.

- Vem, eu conheço um lugar legal para gente brincar. - a puxo e adentramos a mata.

Me aproximo do pequeno lago, com uma árvore gigante perto. Sentamos em baixo dela, e começo a jogar pedrinhas no lago e logo um peixe pula. Ela começa a rir encantada com o feito.

- Como você fez isso? - ela pergunta e dou de ombros.

- É só jogar a pedra e eles aparecem. - ela pega uma pequena pedra a jogando logo em seguida no lago e logo depois um peixe pula. Ela ri e me contagia. Depois disso ela fica séria me encarando.

- Você tem olhos bonitos - ela olha diretamente para mim, me deixando envergonhado.

- Você acha? - falo desviando de seu olhar.

O Amor De Um PsicopataOnde histórias criam vida. Descubra agora