Cap. 23

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Azekel

Olho para ela dormindo ainda pensando no que ela falou. Será que minha mãe ainda quer saber de mim, mesmo depois de tanto tempo? Eu acho pouco provável que isso aconteça depois do que eu disse a ela.

Flashback​ on

- Filho? - ela toca meu ombro e viro para ela a contra gosto. Não quero nem mais olhar para a cara dessa mulher.

- O que você quer? - pergunto com indiferença. Eu não expressava nada, apenas a olhava friamente. Meu rosto devia estar todo machucado pois sua cara ao me ver foi de espanto. - Ele já cansou de você e te chutou, e decidiu voltar para cá?

- Filho. - ela me olha com angústia, e tenta acariciar meu rosto, mas me afasto e olho para ela com desgosto.

- Fala logo o que você quer. - eu já estava totalmente irritado com ela.

- Foi ele fez isso com você? - ela pergunta angustiada.

- O que você acha? Eu tenho aguentado isso tudo, desde que você foi embora sem ao menos me dizer o porque. - falo ressentido.

- Eu sei que eu errei, mas agora estou aqui para consertar isso.

- Do que está falando?

- Eu vim te buscar, Azekel. Você não tem mais que ficar aqui.

- Não. - falo ríspido.

- O que? - ela pergunta sem entender.

- Eu disse que não, eu não vou com você. Prefiriu deixar o seu próprio filho pra ficar com alguém. Você me desprezou. E agora sou eu quem está te desprezando. Eu não vou com você nem agora e nem nunca. - falo o que estava instalado na minha garganta.

- Azekel... Não fala assim, eu estou aqui para te buscar, filho. - ela fala em prantos.

- Eu já disse que não, se era só isso que veio falar já pode ir embora. Eu não quero ir com você.

- Azekel...

- Sai daqui. - grito com toda minha raiva e ela se assusta. Ela ainda permanece estática me olhando com os olhos cheios d'água. - Eu não quero te ver nunca mais. Você não é mais minha mãe. Esqueça que tem um filho, pois a muito tempo esqueci que tinha mãe.

Flashback off

E também esse tempo todo e ela nunca veio saber se ao menos estou vivo. Sinal de que ela ainda deve ter ressentimento pelo o que eu disse. Não a culpo, aliás, acho que ela fez o certo. Eu não estava preparado para aquilo, não estava em condições de conviver com ela e nem com ninguém.

No tempo em que eu decidi procurá-la, eu era uma pessoa, digamos que não muito sociável. Minha mente era sombria e eu só causaria mal a eles.

Eu fui atrás dela, não no intuito de ir querer voltar a ser como era antes, ter uma relação de mãe e filho, eu apenas queria respostas, queria saber o do porque depois de tanto tempo ela não querer saber do meu paradeiro. E vi que a melhor coisa que ela fez foi ir embora. Se afastar de mim, seguir em frente. Agora, depois de tanto tempo acho que vai ser difícil voltarmos a ter uma relação. Não sei qual será a sua reação, mas sei que não me acostumarei com isso da noite para o dia.

- Você ainda está acordado? - ela pergunta sonolenta.

- Eu estou sem sono. Não consigo dormir agora.

- Está tudo bem?

- Sim. - ela abre os olhos ainda sonolenta e me olha.

- Não, não está tudo bem. Pensando em sua mãe? - ela acaricia meu rosto, me trazendo uma sensação gostosa de conforto.

O Amor De Um PsicopataOnde histórias criam vida. Descubra agora