Cap. 4

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 Lá estava eu, tentando descobrir o porque de tantos carros estacionados em frente de minha casa e o porque de tantos homens vestidos de preto armados, comecei a entrar em desespero e pensar em merda, quem não faria o mesmo?



Sei que meus pais não são envolvidos com nenhum tipo de pessoas de má exemplo para a sociedade nem nada, pelo menos é o que eu acho, nenhum dos dois são envolvidos com drogas ou algo do tipo, isso é o que os dois não aparentam ser, conheço meus pais e espero continuar assim. O que será que está acontecendo aqui? Será que é algo envolvido com os meus possíveis sequestradores? Meus pais e meus irmãos estão bem, certo? Perguntas e mais que não seriam respondidas se eu ficasse naquele carro sem fazer nada e só observando.



Depois de passar por aquele tanto de macho, sendo observada por todos que estavam lá, o impressionante era que um homem de preto estava vindo na minha direção, naquela hora um medo me corroeu, só que parou quando um outro aparentemente mais velho, chamou sua atenção, entrei em casa preocupada e vi que meus pais estavam sentados em um sofá de frente pra porta de casa, conversando com um outro cara que estava sentado em um sofá que ficava de costas pra sala, conclusão: não consegui ver sua cara.



Assim que vejo que nada naquela sala não tinha nada aparentando ameaça me tranquilizei, mas não totalmente, aquilo tudo estava estranho. Assim que vou perguntar o por que daqueles homens de preto em frente de casa e quem era o cara misterioso, mas o meu celular começa a tocar, atraindo o olhar de todos da sala, vi que os meus viraram pra minha direção e o cara misterioso também, mas não deu pra ver quem era.



Vi no visor "Bff" e atendi subindo para o meu quarto na velocidade da luz.



~ Ligação On ~



E: Chora. *falei desanimada*



B: Emilly, você não sabe. *grita*



E: É claro que não sei e vou ficar sem saber se você não abrir sua grande boquinha. *falei tampando um dos meus ouvidos*



B: Adivinha quem estão no Brasil. Melhor ainda, em São Paulo. *praticamente gritou*



E: Fala logo, garota. *disse já sem paciência*



B: Nossa, que força de vontade a sua. Tá, quem está aqui em São Paulo é nada mais nada menos que Tony Stark e supostamente os Vingadores também estão com ele. *disse toda animada*



E: Cê tá de brincadeira né garota. *falei já ligando os pontos*



B: Não, eu tô falando sério. *disse sem entender*



E: Preciso desligar, depois a gente conversa. *desliguei sem esperar sua resposta*



~ Off ~



Peguei minha bolsa que tinha jogado na cama e coloquei uma muda de roupa, coloquei meu notebook, carregador, celular e fones de ouvido em uma pequena bolsa, peguei tudo e desci correndo.



- Mãe. Pai. Vou tirar uma folga - falei olhando para os dois e me virei para o desconhecido vendo quem era - Não se preocupem, amo vocês.



Como minhas suspeitas diziam, quem estava lá era Anthony Stark, dei um abraço em meus pais e sai de casa, me esbarrei em alguns homens que estavam em frente de casa, ignorei os gritos dos meus pais pedindo pra voltar para casa, não irei voltar, não enquanto aquele cara estiver lá, entrei dentro do carro e o liguei, meus pais saíram de dentro de casa e logo atrás Stark, que gritou alguma coisa com aqueles caras e os mesmos tentaram me impedir. Dei uma buzinada para meus pais e sai arrancando de lá sem me importar com as futuras multas.



- Por que você voltou Stark?



Perguntei para mim mesma.



Na hora que sai de casa aquela parecia a melhor atitude, sair por aí sem rumo até aquele cara desaparecer de novo, mas alguma coisa me diz que essa atitude vai ter suas consequências.



Dirijo por horas sem rumo, quando percebo já estava escurecendo, sou tirada dos meus pensamentos com uma luz forte de faróis vindo em minha direção e um grande impacto. A única coisa que escuto antes de apagar são barulhos de sirenes.



Esse é o meu fim?



~ Miriam On ~



No dia anterior, dia da premiação, antes de Anthony chegar aqui em casa, recebi uma ligação dele e fiquei me perguntando como ele conseguiu o meu número, o que agora não importa, pensei que nunca mais o veria. Anthony foi a pessoa que me deu um dos meus presentes mais preciosos, mesmo depois jogando na minha cara várias mentiras e humilhações. Quando isso tudo aconteceu o prometi que para reparar este erro ele ia pagar caro e teria que ralar muito, dito e feito, eu o perdoei sem ao menos perceber, já Emy, não.



Quando Anthony veio reparar seu erro, Emy já era grandinha, eu e Brad não interferimos em sua decisão, deixamos ele chegar perto de Emy, mas como o suspeitado ela não quis nenhum tipo de relação com ele, disse que era feliz conosco e que Brad era seu verdadeiro pai e Anthony um mero desconhecido, o que eu concordo olhando para o lado dela.



Anthony ligou e veio aqui para mais uma vez tentar se reconciliar com Emy e tentar uma relação parecida de pai e filha com ela, mas antes conversar comigo e com Brad sobre o assunto, já que não só no papel, mas como na criação Brad é seu pai, mesmo nossa pequena sendo de maior.



---...---



Após Emilly sair de casa em disparada, todos que estavam na sala, ou seja, eu, Brad e Anthony tentamos a impedir, Anthony deu ordem aos caras que estavam em frente a minha casa para impedir Emilly, o que não deu certo porque a mesma já estava no carro e saiu em alta velocidade.



- Brad, faz alguma coisa. - pedi mesmo sabendo que o mesmo não iria conseguir fazer nada



- Não dá pra fazer nada boneca, só esperar. - falou me abraçando tenso



Sei que mesmo tentando não demonstrar, Brad e Anthony estavam preocupados, sobre a preocupação de Brad tenho total certeza agora os olhos de Anthony dá para realmente perceber que ele se preocupa com Emy.



Algumas horas depois de Emilly sair com o carro, recebo a ligação do hospital dizendo que deveríamos ir pra lá rapidamente, como estava aos prantos quem terminou de falar com a recepcionista do hospital foi Brad, não tivemos detalhes, mas todos sabíamos que que se tratava de Emy, meus bebês estavam com a mãe de Brad então fomos ao hospital sem nos preocupar com eles.



- Com licença, qual é o quarto de Emilly Albuquerque? - perguntei para a recepcionista



- A paciente está passando por cirurgia. O médico já vem conversar com os familiares. - disse com um olhar de compaixão - Os senhores podem se sentar naquelas cadeiras que tem ali na frente, o médico já vem chamar. - disse por fim



Nos sentamos nas cadeiras e ficamos esperando por minutos ou horas, não sei ao certo, já estava cansada tanto de chorar como de esperar notícias da minha menina, apoei minha cabeça no ombro de Brad e perguntei:



- Emy, vai ficar bem, né amor?



Ele apenas concordou e me abraçou de lado.



- Dorme um pouco bebê, quando o médico vir te chamo. - disse Brad e só concordei



Olhei para o lado e Anthony estava chorando, olhei para Brad e ele também, eu só queria que a minha menina viesse logo para o meu colo e eu poder ninar ela até dormir.



---...---



- Familiares de Emilly Albuquerque? - acordei com o médico chamando



- Aqui. - respondeu Anthony



Todos levantamos e fomos chamados para a sala do médico.



Toda a situação de Emilly foi explicada, após a cirurgia ela foi colocada em coma induzido, levada para o quarto e não pode receber visitas, por enquanto.



- A situação da filha de vocês é grave, mas por enquanto está estável, como foi encontrada com as pernas emperradas no carro tem grande possibilidade de perder os movimentos das pernas, além disso como ela bateu muito forte a cabeça pode ser que ela também perca a visão, ainda não sabemos ao certo, lembrando que só são possibilidades, não precisam se apavorar, mesmo que isso aconteça pode ser temporário. - explicou o médico calmo



Assim que o mesmo terminou de explicar o meu chão desabou e eu já tinha voltado a chorar.



- Como ainda não é possível visitar a paciente aconselho que os senhores voltem para casa. Amanhã quando for liberado as visitas ligamos a vocês e informamos, mas na recepção vocês podem pegar um cartão com as informações do quarto da paciente e horário de visita. - falou calmo



Quando o médico terminou de falar a situação de Emilly foi como se o mundo parasse e tudo acontecesse em câmera lenta, fiquei em choque.



~ Brad On ~



Confesso que estava fazendo pose de durão, tentando acalmar minha bonequinha, mas não deu certo porque eu também não estava nada calmo, só queria ver como a minha menininha estava, abraçá-la e mimá-la, como era quando pequena. Só em pensar que eu podia perder ela, parte o meu coração. Na hora em que o médico explicava ninguém precisava dizer nada, vi que minha bonequinha ficou em choque e o Stark inquieto, eu não fui muito diferente, nem sei ao certo como reagi, mas tentei mater a calma para poder consolar minha bonequinha, não bastou receber a notícia para me abalar, mas também ver meu amor naquele estado piorou todo meu estado emocional.



Levei Miriam para casa e Anthony foi em seu carro para o hotel em que esta hospedado. Coloquei minha bonequinha na cama e a cobri, de tanto chorar ela acabou dormindo. Espero que tudo se resolva o quanto antes.



Quando ainda estavámos no hospital liguei para minha mãe para saber como as crianças estavam.



~ Ligação On ~



M: Alô? Brad?



B: Oi mãe, como estão as crianças?



M: Estão bem, acabaram de dormir. E vocês? A minha neta voltou pra casa?



B: Estamos bem na medida do possível e sobre a Emy, acho que não é assunto que se deva falar por telefone.



M: Como assim? Não encontraram minha neta?



B: Sim mãe, a encontramos só que aconteceu algumas coisas que é melhor não falar por telefone, tenho que desligar, amanhã nos falamos. Boa noite, mãe.



M: Boa noite, durma bem e descanse.



~ Off ~



Voltei para o meu quarto e Miriam continuava dormindo, peguei uma roupa no guarda-roupa e fui para o banheiro tomar um banho. Liguei o chuveiro e comecei a despir, entrei debaixo do chuveiro e deixei que a água lavasse tudo, no momento em que Emy saiu de casa naquele estado fiquei desesperado e no momento em que o médico informou o estado da minha pequena fiquei com medo de a perder, acho que nunca iria superar a dor que seria perde-lá, deixei algumas lágrimas caírem, mas voltei a minha pose de durão, depois de um tempo pensando desliguei o registro do chuveiro e fui me vestir, coloquei a única vestimenta que tinha pegado, uma cueca.



Quando sai do banheiro não me surpreendi com a cena que vi, mas mesmo assim partiu o meu coração ver minha bonequinha toda encolhida na cama, como se fosse uma bolinha, chorando com seu rosto já enxada, me aproximei da cama e deitei abraçando Miriam.



- Shhhhhh... - resmunguei fazendo cafuné na minha mulher



Miriam soluçou de tanto chorar, depois de alguns minutos na mesma posição, meus olhos começaram a pesar.



---...---



Já tinha amanhecido quando acordei, Miriam ainda continuava dormindo então a deixei e fui me arrumar, daqui a algumas horas Stark estaria aqui em casa para ir conosco ao hospital, se não fosse aquele maldito nada disso teria acontecido com Emilly, até pensei em matar aquele maldito, mas não é isso que eu quero para minha vida, ser conhecido como um assassino principalmente, de pessoas egocêntricas, se bem que se eu fizesse isso seria um bem a sociedade. Sério, eu não sei como ter gente que suporta aquela pessoa. Como alguém consegue conviver com essa pessoa?



Estava fazendo o café da manhã quando pequenos braços envolvem a minha cintura me abraçando.



- Conseguiu descansar, meu amor? - perguntei depois de limpar minhas mãos em um pano que estava perto



- Um pouquinho. - respondeu em um sussurro



- Ok. - falei me virando e a abraçando - Eu fiz pouquinha coisa para o café da manhã já que as crianças estão na casa da minha mão.



Miriam apenas concordou com tudo que falei e se sentou para comer.



- Olha, eu sei não tá sendo pra você, mas saiba que para mim também não esta, daqui a um tempo a nossa filha vai sair do hospital e vai voltar para casa em otinas condições. - falei olhando nos olhos dela



Miriam novamente só concordou e veio se sentar no meu colo. Enquanto ela comia eu só observava acariciando suas costas.



- Você não vai comer? - falou se virando para mim



- Não, comi um pouco quando você estava dormindo.



E mais uma vez, Miriam só concordou. Aquilo estava me dando nos nervos, estava me desesperando, não queria que minha mulher se isolasse nessa altura do campeonato.



- Eu vou pegar algumas roupas para as crianças e levar para casa da minha mãe. Vou vai, né? - perguntei apreensivo



- Uhum. - resmungou enquanto comia um pedaço de pão



...



A Filha de Anthony StarkOnde histórias criam vida. Descubra agora