Cap. 2

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- Mãe? Pai? - falei assim que abri a porta



A imagem que vi a frente me surpreendeu, nunca mais iria entrar em um comodo sem bater na porta antes.



Queria esquecer aquela cena um tanto quanto horripilante.



-Errr... eu já estou saindo com os meninos. - falei e nem esperei meus pais responderem.



Tenho certeza que a minha cara estava super, hiper, mega vermelha, igual a uma pimenta.



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~Emilly On~



Quando saí do quarto dos meus pais fui direto ao quarto dos meninos, mesmo sabendo que o que eles iriam fazer naquele quarto seria algo normal para a sociedade e casais. Algo era saber que seus pais faziam tal coisa outra é presenciar ou quase presenciar tal ato.



Sei que fui errada em entrar sem ter batido na porta, mas meus pais também estavam errados em não ter trancado a porta, quem tem mais culpa: eu ou eles?



Graças a Odin não foi meus irmão a abrir aquela maldita porta, eles iriam ficar mais traumatizados que eu, espero que as imagens de tortura saiam da minha cabeça o mais rápido possível.



Depois de um tempo assimilando o que vi naquele quarto, voltei para o dos meninos, iria levá-los para o meu trabalho para serem meus "assistentes", isso era o que contei aos meus pais, como o aniversário da minha mãe, dona Miriam, estava chegando pensei em fazer uma pequena surpresa à ela, já que minha pessoa trabalha e está na maioridade, juntei um dinheirinho para fazer algumas coisinhas, as crianças ainda por serem menores para entrar em uma escola ficam com a minha vó o dia quase todo, já no começo da noite eles ficam conosco afinal, é claro que o horário de trabalho de todos já tinha acabado, as crianças ficavam o dia quase todo com nossa vó então, o que nós iriamos fazer com toda a certeza irá nos aproximar mais e mais, não que sejamos distantes uns dos outros, mas como não tinha quase tempo para nada, nem para ficar com eles por causa do trabalho. Nos dias anteriores já tinha feito um pequeno vídeo para "homenagear" minha mãe, o mesmo está com vários vídeos caseiros de nossos momentos em família, hoje irei tirar fotos das crianças para colocar em um álbum de fotografias, fotografias da família também e um álbum só com fotos de minha mãe, este ano queria fazer algo diferente e espero que ela goste, pois nunca tinha feito algo assim como presente para alguém, sei que é pouca coisa, mas espero que goste.



- Vamos logo, cambada. - falei assim que eles guardaram no os brinquedos deles no MEU quarto.



Não vejo a hora de ter minha própria casa, minha casa, minhas regras e condições.



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Quando já tinha colocado as minhas duas "crias" no carro, olhei para porta de casa e vi meus pais nos olhando como se nada tivesse acontecido, acho que seria melhor assim para eles e para mim, irei fazer o maior esforço para que aquela imagem saia da minha mente, uma imagem que me causou nojo ao ver meus pais daquele jeito e não seria diferente se qualquer outra pessoa visse seus pais protagonizando tal cena.



Entrei no carro e liguei o rádio colocando em uma estação que estava passando uma música muito divertida para as crianças, sabe aquelas músicas infantis que passam em filmes? Pois então, estava passando aquela música do filme Frozen, Let it Go, é claro, na versão em português, mas se fosse em inglês, acho que iria até ser legal, meu inglês não é muito bom, o que é irônico, pois meu "criador" o tem como idioma nativo, pelo menos é o que eu acho e mesmo se for ou não for aquilo não me importa tal coisa, na verdade, nunca irá me importa, pois não quero nem saber daquele ser humano que nunca irá me fazer falta, assim como nunca fez.



- LET'S GO, EVERBODY. - gritei assim que dei partida no carro e olhei mais uma vez para a porta de casa, comprovando o já suspeitava, meus pais não estavam mais do lado de fora e deviam estar no quarto terminando o que tinham começado antes de minha pessoa atrapalhar ou se arrumando para sair e preparar as coisas que tinham que fazer para a tal premiação do ano segundo, a mídia nacional.



- Então pessoas, depois de "trabalharmos" - fiz aspas com os dedos - vamos ao shopping comer, comprar algumas coisinhas e depois vamos ao cinema. - disse assim que o semáforo ficou vermelho, olhando para os dois que antes estavam cantando a música que estava passando no rádio, mas agora prestando atenção em minha pessoa.



- Tá bom, mas...- disse Eric



- Nós escolhemos o filme. - disse os dois juntos apenas, concordei



Muitas vezes eles me dão medo, já ouvi falar que gêmeos tem algo diferente, como se eles pensassem as mesmas coisas, como é mesmo? Tele comunicação sobrenatural? Bom, não me lembro, só sei que dá medo todas às vezes que eles falam as mesmas coisas juntos, nunca irei me acostumar com isso.



Olhei para frente e vi que o semáforo já tinha aberto, só aí percebi que tinha vários carros buzinando para chamar a minha atenção e andar, ou, só estavam me xingando de todos os nomes possíveis. Se eles pudessem me ver através daquelas janelas escuras com toda certeza perceberiam que eu estava toda vermelha, um problema causado por minha timidez, bem que todos os conhecidos da família dizem que eu puxei meu pai, ele é na dele, muitas vezes, mas se solta com quem tem mais intimidade, o mesmo que eu, já minha mãe é diferente, alegre e divertida, não importa se já tem intimidade com a pessoa ou não, logo se solta com qualquer pessoa, é claro, no sentido bom, não pensem besteiras, vocês são muito novos para isso, jovens.



- Pronto, chegamos. - falei assim que estacionei o carro na minha vaga do estacionamento do prédio onde funcionava o estúdio - Vamos lá, crianças. - disse quando tinha aberto a porta do carro e os tirando das suas respectivas cadeirinhas



Tirei as crianças do carro e o travei. Peguei em uma mãozinha de cada lado, Eric estava segurando a minha mão direita e Duda a minha mão esquerda. Assim que chegamos na porta do elevador eles ficaram brigando pra saber quem iria apertar o botão para chamar o mesmo. Quando vi que se dependesse das crianças aquela pequena discussão nunca iria acabar, apertei eu mesma o botão chamando o elevador, pra que eu fiz aquilo?



Assim que eles perceberam o que eu tinha feito, me olharam como se eu tivesse sete cabeças ao invés de uma.



- O que? Vocês estavam demorando demais, hoje o dia tá corrido e não podemos demorar muito se querermos assistir um filme no cinema. - disse na defensiva



Eles apenas prestaram atenção no que falei e viraram a cara, quando essas crianças ficam emburradas ninguém aguenta, espero que elas esqueçam logo isso.



Quando chegamos no andar em que ficava o meu humilde estúdio de fotografias cumprimentei todos que passavam por mim e me cumprimentavam, as crianças não aguentaram de tantos beijos e abraços apertados, por não serem muito fãs daquelas demonstrações de afeto principalmente, por pessoas desconhecidas para eles, admito que também não curto muito isso, na verdade, não curto nada. Mas daqui a pouco tempo isso irá acabar para eles já que os mesmos irão crescer e não serão mais tão fofos quanto antes, essa é a vida.



- Eu sei que vocês gostaram de tanta paparicação, mas vamos trabalhar, crianças. - falei assim que entramos na sala em funcionava o estúdio



- A gente não gostou não. - falou Duda com um olhar de cachorro que caiu do caminhão de mudanças



- Não mesmo. - completou Eric



- Okay, okay, vamos logo com isso tudo pra ir pro shopping. - falei arrumando as coisas necessárias para tirar as fotos



- Tá bom. - falaram juntos, mas logo em seguida começaram a correr entre os "instrumentos" de trabalho



- CUIDADO. - falei/gritei



Já era tarde demais, os dois tinham esbarrado no pequeno "guarda-chuva com luz" que tinha na sala, o mesmo era feito para ajudar na iluminação nas horas de tirar fotos, fui até eles que estavam jogados no chão com cara de que aprontaram, isso era evidente, me agachei perto deles e perto do "guarda-chuva" que eu nunca fiz questão de saber o nome.



- Não quebrou nada? - falei vendo se o objeto tinha quebrado



- Não a gen... - falou Duda, mas não terminou assim que viu que eu não estava falando deles



- Você não quer saber se nós estamos bem? - perguntou Eric



- Não, dá pra perceber que os dois estão bem, só tô vendo se isso aqui quebrou, porque parece que custa uma fortuna. - falei vendo se não tinha nenhum arranhão no objeto - Bom, aqui não tem nenhum arranhão, sorte a de vocês, por que se não ... - disse finalmente olhando para os dois que agora estavam na minha frente



- Se não...? - Eric e Duda disseram juntos com os braços cruzados e sobrancelhas arqueadas



- Eu iria ter que fazer muitas cócegas em vocês. - disse avançando sobre eles



A cada passo que eu dava, os dois davam um para trás, com cara de apavorados.



- Não, por favor não. - implorou Eric



- Se você fizer isso nunca iremos te perdoar. - disse Duda com um olhar um tanto quanto desafiador



- Nós te damos os nossos chocolates por um ano inteiro. - disse Eric se apavorando cada vez mais



- Eric. - repreendeu Duda



- Tá bom, só o meu chocolate, mas os divido com você por tempo indeterminado. - assenti pra ele



Quando fiz isso deixei um espaço para Eric passar, mas Duda passou junto, ela acha que vai sair impune? Hahahahahaha, vai nessa querida.



- Onde você pensa que vai Eduarda? - perguntei cruzando os braços



- O Eric já negociou com você então, eu já posso sair também, certo? - perguntou com os braços cruzados como se aquilo fosse a defender de algo



- Tá muito enganada querida, Eduarda. - me aproximei do rosto dela e... - Buuuuu.



Pra que eu fiz aquilo? A garota só faltou deixar todos surdos e atravessar as paredes. Eu e o pequeno Eric só ficamos rindo da cara dela e do surto da mesma afinal, só tinha isso de interessante naquele momento à fazer além, de tirar as fotos.



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- Quem soltou um pum? - perguntei assim que parei no semáforo fechado



- Não fui eu. - respondeu as duas crias no banco traseiro juntos



- Vocês tem certeza? Isso aqui tá mais fedido de que quando passamos perto de um córrego. - falei apertando os botões do carro para abrir as janelas



Conclusão da história, estávamos indo ao shopping, pois já tiramos todas as fotos necessárias para colocar no álbum, como não tinha mais ninguém naquele prédio onde trabalho porque já tinha dado o horário de almoço tive que fechar as entradas do local com as chaves que tenho de lá. Ahhh, mas como você tem as chaves? Simples, o meu padrinho é o dono do local, não que eu tenha ido trabalhar lá por este motivo e ter mais vantagens que outros funcionários de lá, não a unica vantagem que eu tenho é ter algumas chaves do local e só aceitei a trabalhar naquele lugar pelo fato de que meu padrinho, amigo dos meus pais, insistiu, segundo ele, como outras pessoas também, minhas fotos são maravilhosas e como eles dizem, tenho futuro neste ramo, mas bada que eu ache extravagante.



Bom, nenhum dos meninos disse quem realmente peidou, um jogou a culpa para o outro, talvez tenha sido um fantasma, quem sabe afinal, eu que não fui e mesmo que fosse assumiria a culpa, quer dizer, eu nem soltaria um peido, acho isso falta de higiene, mas talvez o tal fantasma não tenha aguentado, né?



Eu estava morrendo de fome e eu não duvido nada que as crianças estavam em uma situação igual ou pior.



- Pronto, chegamos. - disse assim que desliguei o carro



Abri a porta das crianças e deixei que elas se virassem sozinhas afinal, não era paga para ser empregada delas, mentira, eu ajudei elas a saírem do carro com pequenos conselhos que li em um livro de auto ajuda. Eu tava com fome, quando menos esforço fazer, lentamente será a minha morte.



Assim que as crianças estavam no chão, cada um segurando uma mão minha, ou seja de lados diferentes. Como estávamos em um elevador "isolado" do shopping entramos em um dos elevadores, no mesmo, tinha duas senhoras que assim que nos viu, olharam para mim por pena, no instante não entendi muito, mas assim que elas colocaram os olhos nas crianças foi que entendi, quando viram que eu estava também as encarando, as mesmas pararam de encaram.



- Coitada, tão jovem e já é mãe de duas crianças. - a velinha sussurrou pra outra que só assentiu



Mesmo que a velinha tenha sussurrado para outra deu para escutar afinal, foi uma tentativa falha de sussurro. Olhei para as crianças e vi que elas estavam alheias aquilo tudo, devem estar tendo um colapso de tanta fome.



Finalmente, tínhamos chegado ao térreo, não estava mais aguentando tanto aqueles olhares daquelas velhas nojentas, nada contra as velhas, mas mesmo as crianças serem meus irmãos e não meus filhos acho isso ridículo, todos só julgam ao invés de ajudar. Eu tô querendo o que se a sociedade ensina isso aos cidadãos e não ao contrário. Eu e as crianças saímos primeiro do elevador do estacionamento, pois estávamos é claro, na frente delas, entramos no shopping e fizemos logo o percurso para a praça de alimentação, só em pensar que ainda teria que pegar a fila de qualquer restaurante, depois esperar pra ser chamado e pegar a sua comida me dava desespero então, preferi por ir ao único restaurante daquele lugar em que a comida já está pronta e é só fazer o seu prato, sabe aqueles restaurantes em que você paga o quilo da comida que você pega? Então é esse.



O prato do dia era... FEIJOADA, em plena sexta-feira, nada a declarar, mesmo a "tradição" de feijoada aos sábados ter sido rompida, não estou reclamando, pois a feijoada daquele lugar é FANTASTICAMENTE DELICIOSA. Agora uma pergunta, a palavra "fantasticamente" existe? Se não,passou a existir meus caros leitores.



- Vamos crianças fazer nossos pratos.



Pedi ajuda porque eu só tenho duas mãos e não conseguirei segurar três pratos. Tudo bem, eu poderia fazer um prato de cada vez, mas a fome era tanta que eu acho que nem eu nem as crianças irão aguentar por este pouco tempo que aparentava ser muito.



- Assim que terminarmos aqui iremos comprar ingressos para a próxima sessão de um filme que acharmos legal e enquanto a sessão demorar vamos comprar algumas coisas para o presente de aniversário da mamãe, pode ser? - perguntei quando ainda estávamos comendo



- Pode ser. - disse Duda prestando atenção na comida dela



- Depois a gente pode ir pro parque de diversão que tá no estacionamento do shopping, né Emy? - falou Eric



- É, se der sim. - respondi



Depois de termos comido e brincado um pouco fomos comprar os ingressos do filme, escolhemos um infantil e fomos comprar o que as crianças precisavam para o presente de Dona Miriam e eu o que estava faltando, enfim, fomos assistir o filme e depois quem sabe brincar no parque de diversão.








A Filha de Anthony StarkOnde histórias criam vida. Descubra agora