A Filha de Anthony Stark

Cap 18

× Tony On ×

"O que eu fiz da minha vida?"

Essa era uma das perguntas que não saia da minha cabeça, perguntas que eu já sei a resposta, ninguém precisa responder para minha pessoa.

Por causa das minhas irresponsabilidades do passado não pude ver minha filha crescendo ou falando suas primeiras palavras. O primeiro "papai" deve ter sido falado para Brad, suas apresentações escolares do dia dos pais com certeza foi para Brad, mas agora não posso me arrepender de ter sido negligente com minha própria filha, sangue do meu sangue.

Como seria se eu tivesse ao lado de minha filha a todo momento?

Isso tudo que está acontecendo e esse acidente com toda certeza não teria acontecido.

Teríamos uma boa relação de pai e filha?

Perguntas e mais perguntas, umas eu já sei a resposta, pois é óbvio, já outras nem tanto.

Como será que Emilly era na escola? Muitos amigos? Rodeada de pessoas?

Por ser minha filha com certeza devia ficar rodeada de amigos e pessoas a sua volta. Talvez não, mas só quem pode responder isso é a própria.

Estava tão perdido em pensamentos que só percebi que Miriam saiu do quarto de nossa filha quando já estava saindo do hospital.

- O que você achou? - perguntei quando estava alguns passos atrás da mesma

Miriam se virou e vi em seu rosto uma expressão de espanto. Ela me olhou de cima abaixo analisando meu estado, não dúvido nada de que estava horrível, mas tenho que manter minha pose de não me importar, naquele momento realmente não estava me importando. Para que eu me importaria com coisas fúteis desse tipo sendo que minha filha estava naquele maldito hospital, cega e provavelmente paraplégica, sem poder andar por um tempo, só com um tratamento intensivo de fisioterapia e aquela cegueira? Só cirurgia, mas não é certeza.

A culpa é toda minha. Agora não posso me culpar, tenho que fazer algo pela minha filha.

Quero a levar para os EUA, sei que lá será o melhor para ela, uma equipe médica mais preparada e só para ela, sobe a proteção dos Vingadores e na ainda mais na torre, lá ela poderia ter tudo isso e muito mais, ao lado da família que ela tanto ama. Quem sabe poderia me aproximar e nos acertarmos, criar laços indestrutíveis talvez, mas isso só quem sabe é o destino.

Depois de poucas palavras trocadas com Miriam ela continuou o percurso para a saída do hospital, não era para menos, mas aquela mulher estava acabada. Em seus olhos se via profundas olheiras, só de pensar que a culpa disto tudo é minha me sinto um mostro. Precisava me acalmar, mas antes disto ver a minha filha.

Cheguei na porta do quarto e tomei coragem em abri-lá, não abri totalmente, mas vi que Brad estava lá ao lado da maca de Emilly, segurando sua mão, chorando. É, preciso sair daqui o quanto antes.