Cap. 07

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  ~ Brad On ~



- Mãe, você não vai e pronto, acabou. Nem adianta tentar me ameaçar, agora só quem pode visitar Emy são os responsáveis, ou seja, eu e Miriam que somos os pais. - falei assim que minha insistiu mais uma vez em ir mais tarde no hospital para visitar nossa pequena



- Vocês são os pais e eu a vó. Só fico aqui porque tenho que cuidar dos meus outros netinhos, porque senão você não iria me segurar, garoto. Nem você, nem qualquer pessoa daquele hospital.- falou saindo do meu abraço



- Ok. - falei olhando para as crianças que estavam brincando no chão da sala



Dei um beijo em cada um dos dois e fui para o lado da minha mulher que estava no quintal.



- Você me surpreendeu hoje. - falei para Miriam assim que entramos no carro



- Por quê? - falou olhando para minha pessoa ligando o carro



- Ué, você por 24 horas falou menos de cem palavras para mim. Já com minha mãe parecia uma tagarela. - disse manobrando o carro para sair da calçada



- É diferente, eu só precisava de um tempo para pensar e colocar a cabeça no lugar, - respondeu olhando para fora do carro



- Eu sei, coloca o cinto. - falei por fim prestando atenção para começar a dirigir



~ Off ~



~ Miriam On~



Me magoei com as palavras de Brad, sei que ele não fez por mal, mas poxa, eu não sabia o que fazer ou falar, só queria que a minha filha estivesse bem e em casa, junto conosco, sendo uma verdadeira família de comercial de margarida, mesmo com nossos pequenos problemas e desavenças, mas no final tudo ficava bem. Olhando pelo lado de Brad, até que o entendo enquanto, fiquei praticamente muda ele estava sofrendo junto comigo, mas fazendo de tudo para me fazer sentir melhor e não me deixando de lado igual fiz a ele, fui egoísta e agora espero melhorar por meu marido e filhos, por minha família.



- O Tony vai ver Emilly? - perguntei quando Brad parou o carro atrás do pequeno trânsito que tinha se formado a nossa frente



- Ele já viu. - falou olhando nos meus olhos



- Como? O horário de visitas ainda nem começou. - falei confusa



- O que o dinheiro não faz? - perguntou retórico



- Desculpa. - disse tomando coragem



- Pelo que? - perguntou sem entender



- Por ter sido egoísta e não falar com você, por querer ficar um tempo sozinha para pensar enquanto, você estava lá para mim e por eu só ter te deixado de lado. - disse envergonhada



- Meu amor, olhe para mim. - falou colocando a mão em meu queixo, me obrigando a olhá-lo- Eu te entendo, não se preocupe com isso, são apenas bobagens, não precisa se preocupar, eu te amo, tá? - falou me olhando com ternura e dando um pequeno selar em meus lábios



- Eu também te amo. - disse dando um selinho nele



---...---



- Vamos filha, acorde logo.- falei já chorando.



Fazia algum tempo que tinha entrado com Brad no quarto de hospital onde Emilly estava, nossa menininha estava pálida e com alguns arranhões pelo corpo, aquilo tudo era angustiante.



- Você acha que ela está com alguma dor, amor? - perguntei para Brad que estava me abraçando enquanto, estava acariciando a cabeça de nossa filha



- Acho que não, o médico disse que ela esta sedada com analgésicos para não sentir dor. - falou dando um beijo em meus cabelos



- Vamos, o horário de visita já esta acabando e você esta acabado. - Brad falou me virando para ele, com a parte do "acabada" Brad me fez rir um pouquinho



- Eu só vou no banheiro, fique com nossa pequena. - falei saindo seu abraço



- Ok. - disse olhando para nossa pequena



Sai dali indo para o banheiro que tinha no quarto, o mesmo estava um caos, precisava de uma limpeza rápida, apenas me olhei no espelho e lavei o meu rosto, "acabada" para mim era elogio, estou mais que acabada, santo Deus, se me falassem a uns dias que eu ficaria assim, primeiro eu riria da pessoa e depois teria um infarto. Apesar de ter um pouco mais de 40 anos e ser mãe de uma garota de 18 e dois gêmeos de 3 anos estou com o corpo melhor do que de muitas novinhas, meu corpo está em cima, talvez pelo fato trabalhar com a mídia que requer beleza para ser bem sucedido e também porque faço academia, o que me mata de cansaço.



Sai do banheiro e vi que Brad estava chorando, apesar de ele tentar parecer forte em minha frente sei que é um verdadeiro bundão e que seu ponto fraco é a família.



- Vamos. - falei o abraçando por trás, fazendo o mesmo tomar um pequeno susto



- Sim. - disse com a voz embargada pelo choro



Saímos do quarto de hospital onde Emy estava após uma enfermeira carrancuda nos avisar que o horário de visita tinha acabado, mas antes deixando pequenos beijos em torno do rosto de nossa pequena.

Quando entramos no carro percebi que Brad ainda deixava algumas lágrimas pelo rosto, ele abaixou a cabeça e a deixou encostada no volante, seus ombros tremiam e isso significava uma coisa ele estava chorando ou rindo, como não tinha nada engraçado ele estava se acabando de chorar, eu não sabia o que fazer ou falar então, deixei que ele chorasse, apenas fiz carinho em suas costas, até que aos poucos parou.

- Melhorou? - perguntei com receio

- ‎Não, mas vou melhorar assim que nossa filha sair daquele hospital recuperada de tudo. - falou ainda com a voz chorosa olhando para mim

- Tudo vai se resolver. - disse olhando para a frente, tentando engolir a vontade de chorar, em minha garganta já estava se formando um nó

- Espero que sim, vamos para casa, descansarmos um pouco e ir pra casa da minha mãe ou você acha melhor ir para casa, pegarmos nossas coisas e ir para minha mãe? - disse incerto

- Vamos para nossa casa, pegamos algumas roupas nossas e das crianças, junto com o necessário, tomamos um banho e vamos para casa da sua mãe. - falei ainda em dúvida

- Ok. - falou ligando o carro

O resto do caminho até em casa foi silencioso, respeitei o silêncio de Brad igual, quando ele respeitou o meu, não importa o tanto de problemas, para nós não importa mais nada, se eles estiverem juntos como, uma família, já esta ótimo.

~ 3 Meses Depois ~

3° Pessoa On

Lá estava mais uma vez a família de Emilly naquele quarto de hospital, todo dia durantes aqueles meses angustiantes era a mesma coisa, todos ficavam rezando ou falando com a garota que estava naquela cama, mesmo ela não podendo responder, as crianças estavam sentadas em um pequeno sofá que ali tinha, no canto da sala, achando que sua irmã só estava dormindo, não tendo ideia do que realmente aconteceu ou estava acontecendo, Brad e Miriam abraçados, observando sua filha que parecia ter um sonho sereno, Dona Lourdes fazendo suas preces silenciosas que fazia desde o dia que soube do ocorrido e Tony naquele dia tinha saído para resolver uns problemas com seu grupo de super heróis, para ele seria bem melhor se estivesse no seu país natal, melhor ainda se estivesse no Distrito de Manhattan, mas como sua filha estava naquele estado e ainda no país onde nasceu e morou a vida toda, tudo se complicava, não que ele estivesse arrependido ou a culpando, ele só queria que tudo ficasse ao seu favor, sua filha o desculpasse e eles esquecessem o tempo perdido e aproveitassem o presente, mas sabia que não seria tão fácil assim, o que ele pensou que iria durar alguns dias estava virando meses, o que o Stark mais queria era voltar no tempo e ter aproveitado o tempo com sua filha, mas não era possível, ele tinha deixado o medo falar mais alto, o medo de ser um pai igual ao que teve.

~ Tony Stark ~

"Por quê?"

Essa era uma das perguntas que não saia da minha cabeça, perdi a chance de ver minha filha crescendo, por medo, a abandonei, falei coisas horríveis para sua mãe e o pior de tudo, perdi a chance de viver com minha filha. Por que? Por medo, mas agora aqui estou arrependido, quer dizer, arrependido já estou há muito tempo, já vim uma vez para o Brasil tentar me desculpar com minha filha, mas ela não quis, disse que estava muito bem sem minha pessoa na sua vida e que já tinha um pai, aquilo só fez com que eu me sentisse um lixo, quem mandou ser esse cara egoísta e que na época não queria se prender a uma família, mas o pior de tudo, tinha medo, dizem que nunca é tarde, mas será mesmo?

Emilly já tinha um pai claro, a pessoa que estava sempre lá para ela era Brad, o seu primeiro "papai" foi para Brad e não para mim, ele que viu seus primeiros passos, suas apresentações na escola no dia dos pais era para homenagear Brad, coisas que parece ser boba, mas que tem um grande significado.

Nick descobriu que eu tenho uma filha, mas como? Aquele cara descobri tudo, além de Miriam e Brad é claro, quem sabia também era Pepper, ela não abriu o bico, seu lindo e maravilhoso bico, pensei alto?

As coisas não estavam sendo fáceis , os Vingadores já sabiam da minha filha, aquele maldito pirata deve ter falado, parecem vizinhos fofoqueiros, aqueles patétas estavam aqui no Brasil comigo, hoje teria uma reunião com todos e parecia ser urgente.

Há algum tempo, a SHIELD foi hackeada e até hoje não sabemos quem foi, pelo menos eu e os patétas não sabemos, quem foi o ser que invadiu meu sistema?

- Para onde, senhor? - saí dos devaneios com a pergunta de Happy

- Para o hotel. - respondi no automático

Se passou alguns minutos e chegamos ao hotel.

- Pode ir descansar Happy, quando precisar dos seus serviços te chamo. - falei saindo do carro

- Obrigado, senhor. - respondeu

Depois disso entrei um luxuoso hotel, que esbanjava riqueza, me sentia em casa com aquilo, nada um pouco humilde. Passei pelo hall e fui para o elevador, apertei o botão do último andar, a cobertura, toda só para mim, é claro que a cobertura não é nada barata, mas se eu tenho dinheiro para aquilo, por que não gastar? Guardar dinheiro para quê?

A música do elevador era um tanto quanto enjoativa, não curto muito clássicos a não que seja os clássicos de rock, graças as forças supremas o aquela caixa de aço tinha aberto no meu andar, saí daquela caixa que já estava irritando com aquela música irritante, peguei o cartão que servia como chave e abri aquela enorme porta para entrar na minha mais nova residência temporária.

- O que faz aqui, Pepper? - perguntei para a ruiva que estava na minha frente

- Você está péssimo, senhor Stark. - falou chegando perto e me dando um selinho

- Ninguém precisava me dizer isso, querida. Eu já sabia. - falei abraçando sua cintura

- Como ela está? - me perguntou com um olhar preocupado

- Segundo os médicos, está melhorando, ontem Miriam disse que ela apertou sua mãe enquanto, conversava com Emilly, mas ainda não sabemos se pode ser só espasmos, o médico que esta cuidando do caso acha que é uma melhora, já os demais. - falei a olhando - E você ainda não respondeu minha pergunta, senhorita.

- Você se esqueceu que eu viria, não é? - disse não me deixando responder - Eu tinha te avisado que viria, peguei alguns dias de folga com meu chefe, um bonitão playboy, egocêntrico e nada humilde.

- Bonitão é? - perguntei deixando um sorriso convencido

- Esqueci de falar, muito convencido também e de tudo que falei você só escutou o "bonitão"? - perguntou saindo do abraço e indo para o quarto daquele apartamento

- Fazer o que? É a parte mais importante e interessante do que você falou. - disse a beijando em seguida

Após alguns minutos ou horas conversando com Pepper fui descansar um pouco, sem antes fazer um lanchinho, como a reunião seria daqui algumas horas não teria problema, tenho certeza de que um dos principais assuntos será minha filha, desde que souberam dela sobre ela não perguntaram nada a mim, respeitando o momento complicado, mas agora acho que é a hora, já passou da hora, aquele bando de fofoqueiros quer saber o do por que ela nunca foi citada e o por que quase ninguém sabia dela, tenho total certeza, mas também sei que não era só isso.

~ Off ~  

A Filha de Anthony StarkOnde histórias criam vida. Descubra agora