Louis fez um sorriso perverso e caminhou até à sua cama, sentando-se. O quarto era todo branco e escuro, iluminado só por uma pequena faixa de luz a entrar por um mini janela com grades.
- Gostas? Imagina só, ficas deitado o dia todo nesta cama e só precisas de levantar para umas rápidas consultas com o médico para contar-lhe como tens tido grandes progressos e até já nem pensas naqueles suicídios que tantos querias cometer nos primeiros dias! E dão-te comida à borla.
- E é assim que tu queres viver? - perguntei.
- Não sou eu que escolho Milla. Achas que eu tenho alguma culpa em ter enlouquecido? Todos os dias a olhar para aquelas paredes verdes escuras da prisão que deviam ser para acalmar mas NÃO ACALMAM PORCARIA NENHUMA! - ele elevou o tom de voz - Sem teres nada para fazer e uns otários quaisquer todos os dias a baterem-te e a sussurrar tão alto que amanhã vão te meter um rato por debaixo do colchão que alguns dias atrás eles encontraram perto da sanita?!
Eu olhei para ele com um olhar... simplesmente de pena...
- VINTE! ROUBAS UM OU OUTRA PEÇA DE ALIMENTO E É VINTE?! QUE RAIO DE CONTAS SÃO ESSAS? NINGUÉM PODE CONTAR SE PRIMEIRO NÃO PENSAR NAS CONSEQUÊNCIAS! JÁ O OUTRO DIZIA QUE ESTÁ FARTO DE CONTAS! CONTAS VERDES!
Dr. Wilson chamou uma enfermeira que entrou a correr dentro do quarto e injetou-lhe alguma coisa no braço, enquanto um outro rapaz segurava o Louis que não parava de gritar coisas sem sentido e bater nas paredes.
- E AS 13 MULHERES?! AI EU AINDA LEMBRO! O TEU NAMORADINHO CONTINUA A FAZER OS VIDEOS?! MEU DEUS, MILLA 20! ROUBAS UM E PAGAS 20!
Dr. Wilson pegou no meu braço e começou a tirar-me do quarto, enquanto os gritos do Louis soavam tão alto que outros pacientes também quiseram participar. Gritos soavam pelo hospital todo. Vozes tão agudas e ao mesmo tempo graves elevavam-se cada vez mais. Ouviam-se gargalhadas e por uma das grades uma cara apareceu de um homem a sorrir e a exercer barulhos estranhos enquanto piscava-me um dos olhos e o outro andava às voltas. Uma coisa não muito bonita de se ver....
- Com este ambiente eu própria enlouquecia... - falei e o Doctor deu uma pequena gargalhada. Um senhor com cabelos muito brancos e pele pálida batia ferozmente na porta.
- Com este ambiente tu farias de tudo só para não ser igual a eles... mas sabes... a única coisa que eles precisam mesmo é de serem...
- Ouvidos.... - revirei os olhos e o médico sorriu.
- Exato! E quanto ao paciente que fugiu? Hum... Millena...
- Sim, acho que já podemos falar disso.
No mesmo momento, Harry e Liam acompanhados da minha mãe entraram no estabelecimento e dirgiram-se até nós. Harry estava com as mãos nos bolsos e nem uma vez olhou para mim, o que me fez importar minimamente nada.
- Estavamos agora mesmo a começar falar sobre os acontecimentos dos últimos dias... Bom dia Verónica! E esse rapaz ao teu lado é?
- Liam. Liam este é o Dr. Wilson.
Liam dirigiu-se até ao Dr.Wilson enquanto observavamo-los e apertou a sua mão levemente.
- Prazer. - disse ele um pouco nervoso - Tenho a sensação que já o vi em algum lugar...
- Só se tiver visitado a nossa ilha antes, porque eu nunca saio daqui. - o médico sorriu.
- Nunca estive cá antes. - o sorriso do médico desapareceu e ele mudou o tema de conversa.
- O quarto do misterioso paciente nº4 é mesmo este.
Entramos todos dentro de uma pequena sala muito parecida à do Louis mas um pouco maior e com mais coisas lá dentro. Havia uma pequena casa de banho e a janela era muito menor, não deixando nem espreitar um bocadinho lá para fora.
- Ele esteve sempre aqui. Nunca saia. As câmaras de vigilância não mostram absolutamente nada... ele simplesmente um dia estava aqui e no outro não.
- Sabe se ele podia ter alguém que o ajudasse? Por exemplo, o médico dele era seu cúmplice e eles combinaram que quando ninguém cá estivesse, o médico deixava-o sair...
- Para quê? O Dr., que descanse ele em paz - o médico olhou para o céu repentinamente - já trabalhava cá há anos e podem ter a certeza que ele só conheceu o paciente quando este veio para cá! E nem me perguntem porque é que ninguém podia saber a sua identidade, porque a única pessoa que o sabe está agora completamente fora de si! E como eu já referi, as câmaras não registaram absolutamente nada.
- Então ele simplesmente evaporou-se! - exclamou o Harry que estivera todo o tempo calado.
- Essa hipótese está no número 1 da minha lista!
Suspirei e dei uma volta pela sala. Realmente, não havia sítio nem buraco por onde escapar. Estava tudo à vista, até nem dava para esconder alguma coisa. Só havia um sítio... um único, que Liam encontrou.
- Está aqui alguma coisa! - ele exclamou e todos dirigimo-nos até ao lavatório.
Por entre os canos estava enfiado um pequeno papel velho onde estava escrita qualquer coisa a lápis. Tirei o papel das mãos do Liam e ele fez-me o mesmo. Olhamos um para o outro furiosos e eu dei um grito, dizendo para ele lê-lo depressa.
'' E se a o desaparecido fosse o próprio encontrado? Diz ao número 4 para ele não esquecer da tatuagem. ''
Todos olhamos uns para os outros perplexos e com a boca aberta. O que significa aquilo?! E porque raio alguém deixaria aquele papel ali? Perguntas retóricas....
- O senhor disse que ninguém podia comunicar com ele! - exclamou Liam e o médico corou.
- Sim... de fato! Mas...mas... eu também estou surpreendido! Este quarto era sempre vigiado!
- Isso agora não interessa! O que interessa é o que essa mensagem significa! - gritei.
- E como vamos saber? - uma voz soou por detrás de mim e eu virei-me devagar. Os olhos do Harry encontraram os meus mas eu logo virei-me para o sítio onde estava primeiramente.
- Temos de falar com o ex-diretor. Ele vai ter que falar.
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O Crime 4 - Harry Styles FanFic
FanficO Crime 4 - Paciente do quarto nº4 * Harry, Millena e Liam partem para a ilha Dewen, localizada no sul de Inglaterra, onde está situado um secreto hospital psiquiátrico com os mais perigosos doentes. Ao chegarem lá, descobrem que terão de investigar...