LIVRO 2 -- CAPÍTULO 22

372 24 32
                                    

Oi, amigos leitores! Como Lancelot e Guinevere estavam virando uns queridos (meus, inclusive! :) Estava sendo um prazer escrever as cenas dos dois!), resolvi adiantar os capítulos de ambos. Agora, essa parte se encerrou! Infelizmente, vocês não os verão mais em nenhuma situação íntima até o próximo e último livro. Vamos voltar um pouquinho no tempo agora e ver a primeira manhã de Arthur ao lado de Morgana, após a partida de Guinevere!

Se estiverem gostando da história, não deixem de votar, comentar, indicar aos amigos! Obrigada por me acompanharem até aqui!

*


Morgana já o esperava, de pé sob a árvore, quando Arthur chegou. Ele prendeu a respiração por uns breves instantes, o coração acelerado. Ela estava tão bonita! Os cabelos negros, soltos, balançavam livremente ao vento, e pareciam ainda mais escuros em contraste com o vestido vermelho que ela usava. Em meio a todo aquele verde, destacava-se sem esforço, atraía o olhar, como uma marca de sinalização para o seu ponto de chegada, o seu destino final. Arthur desceu da montaria e aproximou-se dela. Trocaram um beijo agoniado. Compartilhavam da mesma ansiedade pelos dias que estavam por vir, da mesma antecipação do idílio ininterrupto. Dias inteiros lado a lado, sem pressa, sem desculpas nem mentiras na ponta da língua.

"Como demorou a passar, esta última hora!" ela exclamou, queixosa. "Se houvéssemos permanecido no castelo, teríamos permanecido juntos!"

Arthur riu da reclamação. Ela parecia tão ávida quanto ele, e isso não deixava de envaidecê-lo.

"Valerá a pena, vereis!" ele respondeu, olhando-a nos olhos e arrumando os cabelos dela atrás das orelhas com carinho. Ela estremeu ao toque. Não estava tão acostumada a afagos, eles ainda a pegavam de surpresa. Ele prosseguiu: "Aonde vamos, não teremos que nos esconder de ninguém, poderemos ficar à vontade e sem cuidados!"

Ela o observou buscar algo que estava preso à lateral do cavalo. Uma tiara de rosas, ela percebeu, admirada. Delicadamente, ele a colocou em sua cabeça, dizendo, "Sabeis que sois a única rainha reconhecida por meu coração, não é?!" Ajoelhou-se aos pés dela, beijando-lhe a mão.

Espantada e emocionada, a única palavra que conseguiu articular foi um trêmulo "obrigada".

"Posso ajudá-la a montar, Majestade?"

"Sim, por favor," ela respondeu baixinho, sentindo uma súbita timidez ao ser alvo de tantos mimos.

Esperando que ele apenas segurasse sua mão enquanto ela punha o pé no estribo e impulsionava o corpo para cima, tomou um susto ao ver-se erguida no ar pela cintura para em seguida pousar suavemente na montaria. Segundos depois, ele já estava sentado atrás dela, abraçando-a. O corpo de Arthur a envolvia completamente, coxas contra coxas, o peito dele contra suas costas, rodeando-a de calor. Era reconfortante. Deitou a cabeça em seu ombro e relaxou.

"Vamos?" ele perguntou em seu ouvido, mordiscando de leve o lóbulo de sua orelha.

"Sim, vamos!" ela concordou, arrepiada. "Nunca me senti tão feliz! Ou já faz tanto tempo que nem me lembro mais!"

Ele franziu o cenho. Vez ou outra, Morgana deixava escapar que não levara uma vida muito alegre, e isso o entristecia. Esperava poder compensá-la, dar-lhe o que ela não tivera antes. Não respondeu, incerto do que dizer. Ocupou-se beijando-lhe o pescoço, deslizando as mãos pelas coxas dela.

"Não guiareis o cavalo?" ela perguntou, apontando para as rédeas largadas no pescoço do palafrém.

"Ele sabe o caminho."

Vale sem RetornoOnde histórias criam vida. Descubra agora