Extra II - Um novo dia

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  Tomlinson se sentia mais do nervoso do que em qualquer momento em sua vida. Era como se (s/n) ainda estivesse à beira daquele penhasco,só que naquele momento,ele sabia que ela estava dentro do quarto,segura.
Ele andava de um lado para o outro enquanto os criados o observavam,sem ousar dizer nenhuma palavra sequer. Snow já havia se enfiado no meio das suas pernas,miando por carinho,tentando acalmar seu dono,mas nada adiantou.
Os olhos azuis de Tomlinson estavam mais escuros do que nunca,e ele nunca havia se sentido tão impotente quanto naquele momento. Os gritos de (S/n) preenchiam a Mansão e ele queria derrubar a porta e abraçá-la,fazer a dor passar,mas isso não poderia acontecer.
Adelaide já havia saído e entrado no quarto dezenas de vezes,com água limpa e panos limpos. Todas as vezes que ele viu a água ensanguentada quase perdeu as estribeiras,mas então os criados o acalmavam.
Louis nunca tinha passado por uma situação como essa,ele não sabia como iria ser depois disso,não sabia como agir,o que dizer,o que sentir. Um misto de sentimentos e perguntas faziam seu coração inchar cada vez mais a cada minuto que se passava e ele não tinha notícias.
Por Deus,como ele queria estar dentro daquele quarto,segurando em suas mãos e a acalmando. Só que ele tinha sido proíbido pelo médico. Tomlinson quase sorriu com aquele pensamento,se não fosse por ela,ele teria esmagado o pequeno Doutor com as próprias mãos por tentá-lo dizer o que fazer.
Encostando seu corpo na parede,deixou-se deslizar para o chão,e entrou cobriu seu rosto com as mãos. Fechando os olhos,ele se lembrou da primeira vez que tinha visto (S/n),com aquele vestido longo vermelho,seus cachos negros descendo pelas costas e a inocência em seus olhos. Lembrou-se de como ela o odiou e como tentou fugir. Lembrou de quando ela se assustou por causa da chuva e se sentiu doente depois de ele ter tirado sua virgindade. Lembrou de como ele havia amado ela mesmo antes que pudesse perceber,de como ela havia desvendado seus segredos e quebrado com graça e magia todas as correntes que tinham em volta do seu coração.
Todos o consideravam um demônio,e ela o chamava de anjo,quando na verdade,ela era o anjo. Por vezes em sua vida Tomlinson duvidou da existência de um Deus,duvidou que algum dia seria feliz ou que seria capaz de fazer alguém feliz. Sempre achou que amor era uma fantasia infantil,que a felicidade não existia. Tomlinson não sabia sorrir antes de (S/n),e era absolutamente grato por tudo o que ela lhe deu.
E então (S/N) Anne gritou novamente,o coração de Louis se apertou. Por quanto tempo duraria esta tortura? Ele precisava de notícias,precisava estar com ela.
Tirando as mãos do rosto,Louis encarou o gatinho Snow,que rolava no chão,tentando chamar a atenção. Respirando fundo,Louis se levantou e arrumou seu terno,tentando fazer seu sangue ferver dentro das veias.
E então (S/n) gritou de novo e ele foi mais rápido que os seus pensamentos. Abrindo a porta do quarto com força,ele olhou ao redor e então ouviu alguém engasgar,e depois um choro alto,primal. Perdendo todas as forças,os olhos de Louis se focaram no pequeno anjo que o Doutor Desmond colocava nos braços de (S/n),que chorava e sorria ao mesmo tempo. Ela estava suada e ensanguentada,mas ele não conseguia enxergar isso. Ele não conseguia andar.
E então os olhos de (S/n) chamaram os seus,e por uma fração de segundo tudo naquele mundo fez sentido. Tomlinson se aproximou lentamente,observando aquele pequeno ser ensanguentado e chorão nos braços de (s/n). Parecia extremamente pequeno e frágil,e se sacudia sem direção nos braços de (s/n),que o acalmava,o abraçando e ninando.
Louis se sentou ao lado de (S/n) e observou o pequeno bebê,cabeludo e pequeno,era a própria perfeição. Olhando para (S/N),não conseguia não sorrir. Aquele era seu filho,seu herdeiro,uma parte dele.
Tomlinson não achava que podia amar ninguém mais do que amava (S/n),até aquele momento.
- É uma menina - A voz cansada de (S/n) anunciou e os olhos de Louis brilharam,exatamente como ele havia sonhado,ela seria uma cópia perfeita de (s/n),seus cabelos seriam cacheados e escuros,ela seria doce e frágil,mas ele não deixaria absolutamente nada no mundo a machucar. Aproximando suas mãos da bebê,ele as limpou nervosamente numa toalha,antes de encostar delicadamente a ponta dos dedos na pele frágil do pequeno anjo que se acalmava lentamente,procurando pelo seio da mãe,faminta.
- Minha Senhora,ela está com fome - Adelaide disse e (S/n) a olhou,sem saber exatamente o que fazer. Com mais cuidado do que o normal,Adelaide instruiu (S/n) a fazer o que deveria,e sentindo uma fisgada de dor,ela mordeu seu lábio inferior ao sentir a bebê sugar seu leite. Aquilo doía,mas a visão da sua pequena princesa finalmente em seus braços era melhor do que qualquer coisa. Durante meses ela havia sonhado com seu filho,planejado seu futuro e ansiado sua chegada. Sua barriga havia crescido e o tempo se arrastou,até que finalmente ela chegou. Rezando silenciosamente,(S/n) pediu a Deus que ela tivesse os olhos de Louis,os mais belo que existiam. E então o Doutor fez os curativos em (S/n),e depois que Adelaide e as outras criadas a limparam e arrumaram o quarto,eles ficaram sozinhos. O sol já se punha no horizonte e a bebê dormia tranquilamente nos braços de (S/n).
- Quer pegá-la? - (S/N) disse e Louis não sabia o que responder ou fazer,e notando o pânico nos olhos do marido,(S/n) sorriu e levantou a bebê,colocando-a nos braços de Louis que se ajeitou melhor na cama,segurando a pequena em seus braços com medo,receio e cuidado demais.
- Nunca vi alguém mais belo - Louis suspirou e (S/n) sorriu,orgulhosa. Nem em seus sonhos mais loucos ela imaginou que isso aconteceria.
- Nós precisamos escolher o nome dela - (s/n) disse e mesmo tendo alguns nomes em mente,tinha medo de falar o que ela mais desejava. Não queria irritar o marido,não queria o deixar triste.
- Sim,nós precisamos - Ele concordou,observando o rosto da bebê que dormia serenamente,sem nenhum tipo de medos ou preocupações. Louis sabia que ela se sentia protegida em seus braços,e sorriu mais uma vez diante da cena que estava à sua frente. Queria congelar o momento e revivê-lo para sempre,o transformar numa bela pintura.
- Eu estava pensando... - Pela primeira vez em meses,(S/n) sentiu medo de dizer algo para Louis. Tomlinson a olhou e ela suspirou profundamente,observando seus olhos felizes antes de dizer - Eu gostaria que ela se chamasse Rosalie - (S/n) disse e observou os olhos de seu marido brilharem e entristecerem.
- Eu não gostaria disso - Ele disse e suspirou,voltando seus olhos para a filha. Não queria pensar nisso,não naquele momento.
- Louis por favor,é um nome maravilhoso e eu adoraria homenagear sua irmã dando seu nome à nossa filha. Por favor - (S/N) disse e Louis não falou nada,apenas continuou observando sua filha. Sua respiração era leve e rápida,suas bochechas estavam coradas e seu rostinho ainda estava inchado. Por um momento se perguntou os motivos pelo qual ele não gostaria de dar esse nome a sua filha,e não encontrou nenhum. Ela era feita de pura inocência e luz,assim como Rose.
- Rose... - Ele disse sentindo seus olhos se encherem de lágrimas. Não choraria agora,aquele era um momento de festa e alegria,ela era um pequeno presente de Deus na sua vida. - Rosalie Anne Tomlinson - Ele disse sorrindo,sentindo o sorriso de (S/n) ao seu lado.
- Muito obrigado! - Ela disse beijando seu rosto,e ele sorriu mais uma vez. Sua vida estava completa. Toda a agonia de anos e a dor de toda sua vida estavam trancadas numa caixa esquecida dentro de seu coração. Nada importava mais do que aqueles dois anjos que ele tinha em sua vida,suas salvadoras,donas do seu coração e da sua vida.
O sol já havia ido,mas dessa vez,não havia mais escuridão em sua alma,e a noite não o atormentava mais.  

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Agora sim, o final the AD, obrigada a todos que leram (e aguentaram a demora) <3

Amour DemoniàqueOnde histórias criam vida. Descubra agora