As aulas no Instituto Monte Carlo começavam as 7 da manhã, uma mudança brusca na minha rotina matutina. Eram três aulas por dia de duas horas cada uma, a grade curricular parecia ser a única vantagem daquela história toda, a única coisa que me deixava um pouco feliz por estar ali. Era quinta-feira, então de acordo com os papéis que Jonah havia me dado eu tinha aula de Literatura, Álgebra e Química, logo depois era horário de almoço e em seguida já teria a extracurricular de Fotografia.
Depois daquela situação constrangedora no refeitório, Jonah e seus amigos ficaram com pena de mim e se voluntariaram para andar comigo pela escola para eu não ficar sozinha; eu recusei de início, não queria atrapalhar a sintonia do grupo deles, mas eles disseram que não tinha problema. Jonah e Lucas brincaram dizendo que assim eles poderiam ficar de olho em mim caso eu fosse investigar o "assassinato" de Stella, Jonah perdeu os 500 paus para o Lucas naquele mesmo dia, o que fez com que o gêmeo gostasse ainda mais de mim.
Acordei uma hora antes de começar as aulas, amaldiçoando profundamente o infeliz que achou que aulas às sete da manhã eram uma boa ideia, tomei um banho rápido e coloquei uma calça jeans, uma blusa de manga cor de rosa e um casaco de moletom cinza, já que a temperatura havia caído rapidamente. Saí do quarto, levando apenas um caderno e uma caneta já que me disseram que meus livros seriam entregues nas respectivas aulas, na entrada do hall do dormitório feminino encontrei Jonah e ele abriu um grande sorriso quando meu viu.
— Olá Sherlock, vamos tomar café da manhã?
— Bom dia. Por favor não me diga que você é um matutino feliz...— Ele me deu um olhar confuso, continuei —Uma pessoa que acorda feliz pela manhã e inferniza a todos a sua volta com sua felicidade.
— Bem, então para seu desespero, sim, eu sou um matutino feliz— disse ele, sorrindo ainda mais. Revirei os olhos.
O céu ainda estava um pouco escuro e um pouco nublado, o vento estava frio me fazendo encolher dentro do meu moletom. Haviam poucas pessoas andando por ai, algumas ainda continuavam a me encarar especialmente depois de Gael Alberti ter ignorado a parente de sua namorada suicida.
Chegamos no refeitório e fomos logo pegar o café da manhã, eu peguei pão com manteiga e um café apenas. Lucas e Rebecca já estavam comendo sentados em uma das mesas e eu me juntei a eles seguido de Jonah.
— Bom dia — disse Rebecca —Como você está?
— Bem, não estou traumatizada nem nada — dei de ombros.
— Se formos pensar é ridículo, só porque o cara não quis falar com ela não quer dizer nada. O pessoal dessa escola exagera, talvez ele só não goste de falar com parentes— disse Lucas.
— Concordo — completou Jonah, dando uma mordida em seu queijo quente.
— Hey, Jon, parece que a Lúcia e o Michael vão terminar, quer apostar algo? Eu aposto que o Michael vai ficar feliz e vai dar em cima da primeira menina que passar na frente dele. Quinhentos paus.
Rebecca deu um tapa na cabeça do irmão —Você não pode ficar tirando dinheiro do meu namorado.
— Como assim tirando, amorzinho? Só porque eu perdi com o lance da Nora não quer dizer que vou perder de novo.
— É Rebecca, e ele é cheio da grana, não é como se fosse ser um problema.
— Não, chega de apostas —Ela se levantou —Vou indo, preciso chegar mais cedo hoje para tentar copiar o trabalho de história de alguém.
Rebecca se levantou e foi até Jonah e lhe deu um beijo. Assim que ela foi embora, Jonah disse à Lucas — Quinhentos paus que Michael vai chorar que nem um bebezinho e eu e você vamos ter que consolá-lo.
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Filme Nº 7
Mystery / ThrillerVencedor do 1° lugar em Mistério/Suspense do Projeto Uma dose a mais. Sinopse: Em 3 de agosto de 1995, Stella Caprini cometeu suicídio na sala de Fotografia de sua escola. Logo após seu funeral, Nora, uma prima distante, recebe misteriosamente ace...