30. Flashback.

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- Por que está chorando?

- Não sei. – minto, não encontro uma resposta. Talvez porque não haja uma. – Vai passar. – olho para Liam, sua expressão é de preocupação.

Eu não tinha certeza quanto a isso, deis que Justin me ligou a duas noites, meu coração parece não me deixar mais em paz, é como estar morrendo, é assim que me sinto.
Deito minha cabeça sobre a areia, olhos fixos sobre o céu. Lembranças do passado me tomam por completo.

Flashback on.

O cheiro dos grãos de café sendo moídos, proporcionava um aroma delicioso no ar. Essa era a única coisa boa em se morar em cima de uma cafeteria, porque de resto era terrível. Ainda mais quando se mora praticamente nas costas da linha do trem.
Tropeço no meu tênis no colchão, praguejo irritada, detesto morar em uma casa tão pequena, mal se dá para ter privacidade.

- Nate, preciso de um café extra forte. – digo ao chegar no andar de baixo, precisamente na cafeteria. Já há alguns clientes, sentados nas mesas.

- Bom dia, Paisley. – ignora meu mau humor, me dando um beijo no rosto. – Qual problema? 

- Odeio esse lugar, o de sempre. – resmungo. – Não vejo a hora de darmos o fora. Comprar uma casa de verdade.

Ele me entrega meu café, dou um gole.

- Deveria ficar contente, ao menos conseguimos pagar o aluguel. E com dinheiro que ganho aqui, podemos nos virar.

Olho crédulo para ele, Nate nunca enxergava além.

- Me irrita ver como se conforma com tão pouco. Isaac, trouxe noite passada mais do que você ganha em um ano. – sussurro.

- Dinheiro sujo. Acha mesmo que esse caminho termina onde? Cadeia ou morte. E não quero nem pensar em ambas opções.

- Não seja pessimista. Isaac é bom, e qualquer coisa é melhor do que viver sempre no vermelho.

Nada que me falassem iria mudar minha opinião, dinheiro fácil é algo vicioso. Isaac havia feito dois roubos até agora, nada muito grande, mais o suficiente para comprarmos algumas coisas.

- Depois não digam que eu não avisei. Isaac e você estão iludidos com o dinheiro fácil. Quero você longe desse mundo e dos novos amigos dele.

Isaac era meu irmão do meio, Nate apenas um ano mais velho que ele. Eu a caçula, éramos órfãs, nossa mãe morreu a dois anos, e se não fosse pelos meus irmãos não sei o que seria de mim. Ter quinze anos e já não ter uma figura materna é algo doloroso.
O pai dos meus irmãos era um bêbado que foi morto por dever dinheiro a um traficante.
Quanto ao meu pai, nunca o conheci, e estava pouco me fodendo para isso. Minha mãe sempre dizia que o amou, mais devido a circunstâncias da vida, ele não ficou com ela. Ao meu ver ele só queria transar com ela, não ter uma família.

- Não existe pecado em querer ser alguém, em ter tudo que merecemos. E tão pouco a forma que vamos conseguir isso. Um dia vou ter tudo que desejo, pode apostar isso. – ignoro mais uma vez suas palavras, término de beber meu café e saiu sem deixar que ele diga mais nada.

Detesto o moralismo que Nate tem. Sorrio ao avistar a Ferrari do Justin, abaixo minha saia que voa com o vento e corro em direção ao carro.
Ele é tudo...tudo que eu mais desejei na vida. O tipo de garoto que você vê nos filmes, jaqueta de couro, óculos de sol, e um carro Foda. E a melhor parte, está apaixonado por mim.

SICK LOVE || Justin BieberOnde histórias criam vida. Descubra agora