20. Sobre o mesmo céu.

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- Precisamos urgente encontrar uma casa, ou apartamento que seja. – Liam resmunga, me da um beijo na testa, e se senta ao meu lado na mesa do café. – Dormir no sofá não dá.

Havíamos chegado em Miami ontem a noite, praticamente madrugada. Só me lembro de trocar poucas palavras com Isaac e desmaiar na cama.

- Vou resolver uns assuntos na boate, ver como está indo a reformar. Depois procurar uma corretora. E você mocinho, trate de ir a escola.

- Não posso faltar, só hoje?

- Melhor não. Já perdeu mais de uma semana, e não vai querer perder o título de Capitão, ou vai? – Liam era igualmente a mim no quesito de ambição.

- Jamais!

- Bom dia. – Isaac coça os olhos e caminha até nos. Me da um beijo, e um aperto de mão em Liam. – Você não deveria estar na escola?

- Vou entrar na terceira aula. – se justifica. 

- Paisley, precisamos conversar sobre alguns a assuntos. E vejo que já está arrumada.

Quase me engasgo com o suco, sua expressão é séria. Confirmo com a cabeça, o resto do café tomamos trocando palavras aleatórias.

Assim que Liam se despediu para ir a escola, me sentei na sala. Isaac desligou a ligação em que estava e veio se sentar ao meu lado.

- Quando foi que minha irmãzinha se tornou esse mulherão

- As pessoas evoluem, eu evolui. – sorri ao dizer. – Com quem estava falando?

- Evoluiu, mais ainda continua sendo a mesma marrento imprevisível de sempre.

Ótimo, mudou de assunto. Não precisava ser muito inteligente para saber que era o Justin.

- A vida seria chata se eu não fosse assim.

- O que aconteceu na Itália? Ficou mais de uma semana por lá. Depois me pediu para vender o Loft, tem algo acontecendo? Precisa de algum dinheiro?

- Calma! Não voltei antes por motivos pessoais, eu avisei que alguém que eu gostava muito havia morrido, depois soube que estava no testamento dele.

- No testamento? No que está metida, Paisley? – e lá estava o maldito olha de reprovação.

- Em nada. Apenas essa pessoa me estimava muito, assim como eu. Me deixou uma boa grana...

- Estamos falando de quanto?

- Muito.

- Qual seu relacionamento com essa pessoa? Ninguém deixa dinheiro se não tiver nada. Você transava com ele? – Isaac parecia horrorizado, mesmo se fosse esse o caso dinheiro é dinheiro.

- Não. Ele me via com bons olhos. Que besteira. – reviro os olhos. – Além do mais, não é porquê tenho toda essa grana “suja” que vou deixar de fazer coisas erradas. Quanto mais se tem, mais se almeja.

- Essa história está muito mal contada.

- Chega. – me aborreço. – Pode só ficar do meu lado? Já contei o que queria saber.

- Sempre vou estar. Mais seus segredos são enormes. Apenas me prometa que sem mais segredos.

- Eu prometo. – por hora isso parecia suficiente. – Agora preciso mesmo ir.

- Vou com você então. Aproveito e vejo a Rubi, não se importa ne?

Nem perdi tempo o respondendo era claro que não me importava. Rubi agora trabalhava na reforma da boate, eu havia conseguido o emprego para ela.
Isaac, foi buscar o cara na garagem. O esperei d lado de fora. Luka me deu o Porsche Branco, passaria na garagem alugada que ele o deixou a noite. Quanto ao meu carro deixaria apenas para corrida

- Paisley Hale.

Abaixo meu óculo de sol na tentativa de reconhecer o rosto a minha frente, em cima de uma moto azul com detalhes Branco.

- Thor. – por fim reconheço os olhos verdes. – O que faz por essa parte da cidade? Estamos longe da periferia. – ironizo.

- Ai! – ele finge uma dor no coração. – Quanto mais me maltrata, mais eu desejo você.

Isaac buzina, ao ver Thor abaixa o vidro.

- Melhor parar de desejar. – falo apressada. Thor é muito bonito, mas não faz meu tipo.

- Ontem estive com seu namorado. Na próxima vez que for a estufa o que acha que correr na minha garupa?

- Thor, vai se foder. – Isaac se exalta. – Paisley entre no carro.

- A única coisa que quero foder é sua irmã. – Thor provoca. Ando apressada para dentro do carro, em uma tentativa de fazer Isaac não perder o controle.

- Calma. – digo a ele.

Isaac dá partida, e sai fritando. Mal andamos com o carro, e somos obrigados a parar no farol vermelho. Thor emparelha a moto ao lado e se debruça ao meu lado.

- Sai comigo essa noite.

- Não vai rolar.

- Justin, levou a ex para estufa. Agora você da o troco indo comigo.

Viro o rosto para o Isaac irritada, ele ergue os ombros apenas.

- Qual seu número? – viro perguntando ao Thor.

- Paisley, não. - ignoro a voz do meu irmão.

O farol abre, Isaac acelera e Thor sem esforço mantém o ritmo emparelhando ao carro. Berra seu número e mentalmente o decoro, não é algo difícil para mim, pisco para ele estão subo o vidro.

- Você adora brincar com o fogo.

- Justin, voltou com a Diana? – questiono o encarando irritada.

Há um silêncio irritante, como se ele procurasse uma resposta plausível.

- Eles saíram juntos umas duas vezes. Voltar não voltaram.

- Que bacana! – debocho. – Isaac, você é meu irmão. Deveria me proteger, me contar as coisas, e não acobertar o Justin. – digo decepcionada .

O caminho até a boate foi estarrecedor. Ninguém falava nada, sei que ele se sentiu mal com isso, ótimo.

- Senhorita Fu... – repreendo com olhar o engenheiro da obra. – Hale. É bom revela, o que está achando até agora?

Eu estava surpresa, muita coisa já havia mudado, estava quase tudo modificado.

- Vou procurar a Rubi. – Isaac, diz. Não o respondo.

- Está ficando muito bom. – o felicito. – Estamos no prazo? Não quero que atrase. Tenho pressa que tudo esteja perfeito.

- Minha parte eu garanto. Já tem alguma decoradora? Se não tiver posso indicar alguém.

- Já tenho sim, obrigada. – meu celular toca. – Com licença. – me afasto. – Desde quando eu autorizei que me ligasse, Michael?

- Sempre doce. - ele debochou. – Só queria agradecer, foi de grande ajuda o que falou com o Luka. Ele permitiu que eu ficasse ao lado dele, tomando as decisões.

- É até estranho ver você agradecendo. – ironizo. – Fiz isso por ele, Luka não saberia lidar com esse mundo sozinho. E além do mais você é o pai dele. Era só isso? Estou ocupada.

- Posso garantir que ele vai aprender muito, vai ser outra pessoa. E sim era só isso, nos falamos qualquer hora dessas.

- Ok. – ignorei seja lá o que ele quis dizer com aquilo. Desligo e volto minha atenção, para alguns tecidos que foi deixado sobre a mesa do escritório.

Em pensar que Justin e eu havíamos transando aqui. Se ele tivesse se pegando com a estúpida da Diana, eu mesma socaria a cara dela.

POV Justin.

- Tenho certeza, que ele só está fazendo isso para provocar você. – Isaac dizia do outro lado da linha. – Me encontra na Estufa mais tarde, ai conversamos melhor. Valeu?

Eu não disse nada. Eu estava muito chateado. Meu pulso estava batendo em minhas têmporas. Eu queria destruir cada pedaço de
merda do mobiliário em pequenos pedaços. Thor era um filho da Puta do caralho. Sempre rodeando a Paisley, e não era agora que ia ser diferente. Maldito!
Se ela ousasse sair com ele, alguém morreria. Eu mesmo enviaria uma bala bem na cabeça.

Quando eu a perdi a quase dois anos atrás, jurei que não pararia até que ela voltasse a ser minha. Eu não me importava se eu tivesse que procurar em todo o mundo, se eu tivesse que remover cada pedra, se eu tivesse que
arrancar informações de cada pessoa do caralho do mundo eu a encontraria.
Agora não ia ser diferente, nada pode me tirar ela, absolutamente nada nem ninguém.

Pego minha moto e corto a noite. A deixo parada em qualquer lugar. Avisto Thor conversando com os amigos cuzão dele.

- THOR. – o chamo dando um empurrão em suas costas. Ele se vira com cara de poucos amigos ao me ver. – Temos que acertar algumas coisas.

- Justin. Não estou afim de briga, vou correr em cinco minutos. Se for sobre a Paisley, quem sabe mais tarde.

O empurro com mais força dessa vez. Ele agora parece disposto a lutar. Um soco me acerta bem no meio do rosto. Cambaleio para trás. Por essa, eu não esperava. Sacudo a cabeça para me recobrar. Thor pula em cima de mim, filho da Puta. O detenho com um violento pontapé. Thor não tem ideia do quanto quero socar a cara dele. Com ambas as mãos o chamo para a luta.

- Vem logo. O que você está esperando? – o instigo.

- Paisley, merece alguém melhor. No caso eu, vou adorar beijar aqueles lábios carnudos.

Na mesma hora, o filho da Puta avança para cima de mim. Dessa vez, estou preparado, com sangue nos olhos de raiva.
Desvio rápido o acertando no rosto com um murro preciso e poderoso.
Sob os seus dedos, percebo o seu nariz que se amassa, a cartilagem já macia e castigada que cede mais uma vez. As sobrancelhas que se juntam, doloridas. Vejo aquele rosto, aquela careta, o lábio inferior que saboreia o próprio sangue. Não consigo parar de socá-lo minha raiva está maior que qualquer coisa.

POV Paisley.

- Nossa! Que multidão é essa. – digo curiosa.

Acabo de chegar na Estufa, algumas pessoas estão em um “bolo” em volta de algumas pessoas. A menina que perguntei semi nua só sabe me dizer que é uma briga.

- Ai, meu Deus! – minha voz sai em um engasgo ao ver Isaac e Ryan tentando tirar Justin do meio da confusão.

Corro o mais rápido que posso em direção a eles, minha visão embasada diante da multidão que se forma em curiosos.

- Droga, cara. Você ia mata-lo. – escuto a voz do Ryan ao encostar Justin ao lado do seu carro.

O olhar do Justin chega a mim, agora próximo a ele. Seu lábio com um pouco de sangue, a pele suada por conta da briga, os cabelos bagunçados.

- O que aconteceu? – pergunto preocupada.

- Nada. – é tudo que ele me responde. – Que bom que voltou. – Justin me pega de surpresa, ao me puxar para mais próximo a ele, colando meu corpo ao seu. – Vamos dar o fora daqui.

- Tudo bem. – concordo sem pensar, ao lado dele nem isso consigo fazer.

- Ryan, volta com minha moto. Vou ir com seu carro, beleza?

Ryan tira a chave do bolso da jaqueta e joga para Justin que pega no ar. Mesmo estando em um clima chato com Isaac, me despeço com um beijo. Ryan me rouba um beijo no rosto propositalmente, depois entro no carro.

Justin dirigi em alta velocidade pelas ruas largas de Miami, sua mão na minha coxa exposta me causa arrepios. Paramos apenas para comer e voltamos a percorrer as ruas, o som no carro em uma música romântica embalava o momento. Paramos novamente em um lugar lindo, daqui de cima dava para ver a praia.
Não demoramos para estarmos nos beijando com uma urgência desesperadora. O freio de mão torna-se inconveniente, o ajuste do assento se transforma num estorvo.

- Justin... – o afasto um pouco. – Me diz, porque estava brigando?

- Não quero falar disso. – novamente tentou me beijar. – Não quanto estou ao seu lado novamente.

- Eu quero saber.

- Thor, satisfeita? Fiquei puto quando soube que você pretendia sair com ele. Só a ideia me faz querer quebrar a cara dele de novo.

- Eu não iria sair com ele, só disse isso porque me irrite em saber que você e a Diana passaram um tempo juntos.

- Me desculpa por isso. Paisley você simplesmente não me atendia mais, e depois foi para Itália.

- E isso bastou para correr para os braços dela? – questiono sentindo meu sangue ferver. – Mal acredito que quase transamos dentro do carro. Depois do que aprontou eu merecia um lugar romântico com flores, uma lua e tudo mais.

- Quanto à lua, lá está ela. — Justin abre o teto solar do carro. – Está vendo? Um pouco encoberta, mas quase cheia. E quanto ao resto... — ele respira fundo. – Está cheio de flores, aqui em volta. O que lhe falta? Um lugar romântico? Eu te amo, Paisley Hale. O lugar pouco importa.

Sorrio que nem uma idiota completamente apaixonada.

- Quanto você me ama?

- Cinco metros acima do céu.

SICK LOVE || Justin BieberOnde histórias criam vida. Descubra agora