18. Revelações.

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Eu não me importava com as pessoas em volta, nem tão pouco se me achariam ridícula por estar desolada. Muitos estavam aqui por conveniência, ou por status. Não por realmente se importar.
Estou ajoelhada ao lado do seu tumulo, as lagrimas salgadas escorriam pelo meu resto sem parar e meu coração estava partido em milhões de pedaços. Ouvi o som de leves passos vindo na minha direção, levantei os olhos devagar e então o vi. Foi quando nossos olhos se encontraram que senti um terrível calafrio, como se minha pele estivesse em chamas e uma onda de gelo atravessasse o meu corpo ao mesmo tempo.

Luka estava tão mal quanto eu, só que diferente de mim, que não conseguia controlar minhas lagrimas, ele se mantinha firme, com as mãos no bolso assumindo uma postura fria. Mais eu o conhecia, seus olhos estavam sombrios, entristecidos.

- Obrigado por ter vindo. – sua voz mascarada chegou a mim. Havíamos acabado de chegar do enterro, estávamos na mansão Fuller, eu ele e Liam.

As paredes altas de madeira, o som dos passos no carpete de madeira. Toda a mansão tinha um estilo vitoriano, com peças que se combinavam perfeitamente. Tudo me lembrava o Don Vito. Liam se despediu de nós cansado, subiu para o andar de cima, nos deixando sozinhos.

- Não me agradeça. Eu o amava tanto quanto você. – limpei a lagrima que desceu pelo meu rosto. – Ainda não entendo, como um homem tão forte como ele, pode ter morrido de infarto no coração.

- Tem coisas que não se dá para explicar. Essa é uma delas. – Luka afrouxou sua gravata. – O advogado me avisou, que você precisa estar presente na leitura do testamento. – ele caminhou na direção da mesa de bebidas.

- Eu? Mais por que? – pergunto sem entender.

- Meu pai sempre a viu como uma Fuller. – Luka abriu uma garrafa de whisky e bebeu direto da mesma.

- Isso não me torna uma. Mais estarei presente, e vou estar aqui com você, até que se sinta bem.

- Não preciso da sua pena. – debochou dando outro gole.

Me aproximei dele, queria que ele não agisse assim, havia magoa no seu olhar. Mas não podia cobrar nada, não nesse momento de dor.

- Não sinto pena, quero ficar por que me importo com você, Luka. Nunca deixei de me importar.

- Melhor você ir dormir, quero ficar sozinho. – sua voz saiu gélida, resolvi não questionar o deixando só com sua dor.

Uma noite mal dormida. Pensando no Don Vito, pensando que tudo aquilo parecia um pesadelo e também em como eu deixei Luka ontem a noite contra a minha vontade.
A minha cabeça não parava de pensar e trabalhar, o barulho na floresta, o vento assobiando. Se eu dormi três horas é muito.

Assim que acordei fui para o chuveiro, depois de um bom banho fui me arrumar para descer, a leitura do testamento só seria semana que vem, de qualquer forma nesse momento eu não podia sair do lado do Luka.
Logo que abri a porta do quarto para sair, uma música alta invadiu o corredor. Fui em direção a sala, descendo as escadas de dois em dois degraus enquanto a música ficava cada vez mais alta.

- Alguém pode abaixar essa música, por favor? – eu gritei parada no meio da sala vazia.

- Qual é o problema?

Eu ouvi o som da sua voz bem na minha frente. Luka estava parado a poucos metros de distância, envolvido apenas em uma toalha branca na sua cintura. Ele provavelmente havia saído as presas do banheiro, por isso ainda havia espuma em um de seus ombros.

- Essa música horrível. – falei praticamente gritando novamente. Além do mais, estávamos de luto.

Luka começou a caminhar na minha direção, com uma das mãos para trás. Ele só parou quando estávamos extremamente próximos. Seus olhos estavam fixos em mim, em cada detalhe e movimento que eu fazia. Enquanto eu o olhei dos pés à cabeça, até nossos olhares se encontrarem mais uma vez.
Eu respirei fundo tentando me recompor, dessa vez a única coisa que senti foi um calor tomar conta de mim. A música parou sozinha, enquanto isso nossos olhos ainda estavam juntos.

- Agora tem problemas com proximidade, Paisley? – Luka perguntou com um sorriso disfarçado no rosto.

- Como fez isso? – perguntei sem entender. – Fez a música parar sozinha?

- Controle remoto. – Luka se segurou para não gargalhar e tirou a mão das costas. Ele me mostrou que estava segurando o controle do rádio. – Vou me vestir para levá-la a sua cobertura, você vai precisar de roupas.

- Numa limusine? – perguntei o provocando.

- Para sua tristeza, não. Vá comer alguma coisa, eu já volto. – Luka me deu as costas no momento seguinte.

Como ele havia dito, eu fui até a cozinha e comi uma barrinha de cereal, troquei algumas palavras com Liam, ele parecia estar melhor que ontem. Quando voltei para a sala o encontrei ali. Luka estava parado diante da mesa de bebidas.

- Você vai beber? Se esqueceu que tem que me levar para a cobertura.

- Acredite em mim, você vai preferir que eu esteja bêbado. ― ele levantou o copo na minha direção como se estivesse fazendo um brinde, então bebeu tudo de uma vez.

Uma hora depois eu já estava com uma pequena mochila com algumas peças de roupas, e outra com as do Liam. Era o suficiente por agora.
Depois que voltamos a mansão, Luka passou o resto da tarde dentro do escritório que era do seu pai, tomando assim seu lugar como herdeiro de tudo.

- O que acha que o Don Vito deixou para você? – Liam questionou sentando na minha cama.

- Mesmo que eu tente pensar, ainda não sei. – digo sincera. – Talvez alguma joia da mãe do Luka. Já que o anel Luka nunca vai poder colocar no meu dedo.

- Está sendo tola, podia ter o mundo aos seus pés, se você voltasse com o Luka. Prefere roubar bancos e joalherias pelo resto da vida? Correndo o risco de ser presa?

- Claro que não. – um medo incomum me preencheu. – Mais também não vou voltar com Luka, não quando estou confusa.

- Justin bateu em você, se recorda disso? Pay, olhe para mim. Eu só desejo que você seja feliz. Antes você sempre andava rindo pelos cantos, então foi para Miami, e já não vejo aquele brilho.

- Me recordo bem disso, mais eu o amo. E não tem nada nesse mundo que me consuma mais do que esse amor. – desabafo. Liam toca meu ombro, em seguida sua mão tocou meus cabelos.

- Aceito qualquer que seja sua decisão. – um sorriso fraco nasceu no seu rosto.

- Obrigada, Liam. – beijo sua testa.

Naquela noite, depois do jantar bebi uma dose de whisky com Luka. Já passava da meia noite, quando abri a porta do seu quarto em silêncio, me deitei ao seu lado na cama. O frio que eu sentia foi passando debaixo das cobertas.

Deslizei até ele e toquei o seu peito nu. Era quente e firme. Luka ficou imóvel sob o meu toque, as sobrancelhas juntas enquanto me observava. Me inclinei e pressionei meus lábios contra os dele. Ele aprofundou o beijo imediatamente, sua língua entrando em minha boca.

Luka reivindicou minha boca, me fazendo tremer com a necessidade de mais. Eu deixei minha mão deslizar mais baixo, descendo pelo seu estômago. Ele recuou e segurou minha mão, parando a descida. Balançou a cabeça, os olhos acesos com algo escuro e com raiva.

- Você deveria dormir agora, Paisley.

Só podia ser um tipo de brincadeira, eu havia me deixado levar pelo momento. E ele me recusa? Foda-se. Saiu de perto dele, me levantando da cama.

- Não se preocupe, não terá uma segunda vez. – garanto com a porta entre aberta. A batendo sem cuidado algum.

Estou irritada, por outro lado aliviada. O que diabos eu estava pensando? Arriscando tudo dessa forma, eu ainda estava mal por conta do Justin, mais acima disso com saudades dele. Talvez pudéssemos conversar quando eu voltasse, nos acertar...

POV Justin.

Mais de uma semana havia se passado, tudo que consegui saber era que Paisley estava na Itália, por que alguém havia morrido. Mais porra isso já tem uma semana, o corpo do morto já deve estar até fedendo. Como não sei lidar bem com a porra do desprezo procurei alívio com outra pessoa. O resto do mundo que se Foda.

Andei até a Diana, deslizei os braços ao redor da sua cintura e a puxei contra mim.

- Você está pensando muito. Por que você não me deixa distraí-la? — chupei a pele do seu pescoço em minha boca. No início, ela ficou tensa, mas depois ela relaxou contra mim.

Estávamos no seu quarto, pulei a janela que era no segundo andar da casa. Evitávamos faze barulho, a pele dela já estava quente.

- Como eu sei que você não vai jogar comigo de novo? — sua voz tinha uma entonação estranha, mas eu não estava com vontade de falar sobre suas emoções.

Eu beijei meu caminho até a clavícula e deslizei minha mão mais pra baixo, colocando em sua intimidade através de suas roupas. Ela arqueou em mim. Sorri contra sua pele. Ela cheirava a flores e seu próprio perfume era delicioso.

- Não se preocupe. Eu quero provar você toda a noite. Eu quero fazer você gozar uma vez atrás da outra.

Diana tremeu contra mim, então sua mão apertou contra a minha, me pressionando mais contra ela.

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Abaixei meus óculos apenas me certificando que estava mesmo vendo, alguns caras entrando com caixas no apartamento do Isaac.

- Vai se mudar cara? – pergunto assim que consigo passar para dentro, a porta estava entre aberta. – De quem são essas coisas?

- Paisley e Liam. – ele responde dando um gole na xicara. – Eles vão passar uns dias por aqui.

- Ela voltou? – minha voz sai mais animada do que gostaria.

- Ainda não. Acredito que amanhã ela chega.

- Espera! – a ficha cai. – Porque ela vai passar uns dias aqui, e o Loft?

- Justin, são nove da manhã. Vai com calma com as perguntas, Paisley só me mandou vender o Loft, e trazer as coisas dela, quando chegasse me explicaria. Mais ela vai morar novamente em Miami, e isso é tudo que me importa.

- Ela deve estar com problemas. – deduzo. – Porra, você deveria ter perguntado, forçado ela a falar.

Isaac rolou os olhos, que porra havia acontecido com a Paisley, eu precisava saber.

- Onde passou a noite? Tentei falar com você. – droga, ele muda de assunto.

- Com a Diana. – respondo pouco me importando com sua expressão surpresa.

- Então voltaram?

- Não. – não era mentira, gosto da Diana, mais voltar quando só desejo uma só garota, não era prudente. – Foi bom, e sua irmã não facilita as coisas para mim. – Nenhuma ligação durante todos esses dias. E está na Itália com aquele cara.

- Vai mesmo justificar suas atitudes, estupidas dessa forma? Ninguém obrigou você e dormi com sua ex, torça para se voltar com a Pay, ela não descobrir.

POV Paisley.

Sai do escritório ainda atordoada com tudo, o testamento havia acabado de ser lido, e para minha surpresa eu era uma das beneficiadas. Encaro a carta em minha mão, carta essa que o advogado me disse que Don Vito havia pedido para que me fosse entregue, e que eu a lesse sozinha. Luka ganhou uma também, assim como Michael.

- Paisley. – Michael entra no meu campo de visão. – Posso ter uma palavra com você?

- Serio? – reviro os olhos.

- Sim. – ando até mim, olho em volta não há ninguém. A mão dele toca minhas costas, e voltamos para dentro do escritório. Não há mais ninguém. A mansão está em silencio. – Meu irmão foi bem generoso. – ele começa. – Para uma garota que chegou com uma mão na frente outra atrás, agora você é a mais nova ricaça do momento.

- Ele me via como uma filha. – franzo a testa, me sento em uma das poltronas cruzando minhas pernas. – Você está nos arriscando, não podemos ser vistos juntos.

- Não se preocupe, para qualquer efeito, sou apenas eu enchendo seu saco. – piscou para mim. – Luka voltou arrasado da viagem a Miami, meu irmão ficou furioso por saber que você e ele haviam terminado. Eu fiz um favor a você.

Me levanto em um pulo.

- Foi você quem o matou? – me surpreendo com minhas próprias conclusões. – Como você pode fazer isso? – tento não gritar. – Se alguém descobrir.

- Se acalma, e abaixa o tom. – passou a mão sobre seus cabelos. – Eu fui cuidadoso, o veneno causou o infarto. E comprei o legista para confirma o infarto, não sou amador. Meu irmão estava descontrolado, queria me tirar dos negócios. E do que está reclamando, quando ele soube do termino seu com Luka, ele tiraria você do testamento, e mais ainda. Cortaria todo o apoio dele a você. Queria mesmo voltar a ser aquela garota pobre?

Meu coração dava saltos, minha respiração oscilando. Levei a mão ao meu peito tentando processar tudo.

- Luka, nem faz ideia que o pai iria fazer isso com você. Ele sempre vai pensar que Vito, a idolatrava. Eu fiz isso por nós dois. – se aproximou. – E eu nunca magoaria o meu filho. Vito me roubou a mulher que eu amava, e com isso meu filho. Agora eu posso ter a confiança do Luka. E você tem tudo, dinheiro, e meu apoio.

Todo escritório girava ao meu derredor. Enquanto as mãos de Michael estavam sobre meus ombros. A sensação é de estar se afogando e não conseguir encontrar a superfície...

SICK LOVE || Justin BieberOnde histórias criam vida. Descubra agora