29. Dias Negros.

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Há momentos em que o certo se torna errado, e o errado certo. É como perder o chão, ou se afogar, não há nada que possa trazer a sanidade de volta!
Quando você está mal, quando você vê tudo preto, quando não tem futuro, quando não tem nada a perder, quando... cada instante é um peso enorme e insustentável. E ofega o tempo todo. E você gostaria de se libertar de qualquer maneira....

Hoje completava um mês desde a morte de Isaac, as duas primeiras semanas foram horríveis, os pesadelos sem fim, as lágrimas que se tornavam minha única companhia, as roupas largas devido à perda de peso.
Na terceira semana entrei no estágio de aceitação, Isaac nunca estaria mais aqui para me consolar, ou me proteger. O vazio sempre existiria para me lembrar que não o veria novamente. Eu ligava em seu celular apenas para ouvir sua voz na caixa postal. Repeti inúmeras vezes a última ligação dele para mim, poucas horas antes dele morrer, eu teria atendido se não estivesse com Justin.
Na quarta semana, meu coração já não batia da mesma forma, a dor me tornou escura, a ferida criava uma pequena casca, mais isso não me impedia de chorar todas as noites quando ficava sozinha, os pesadelos tão pouco desapareceram.
Então na última semana, me meti em diversas boates, procurando qualquer conforto no álcool ou drogas, E isso de certa forma estava me deixando um pouco melhor.
As pessoas que estavam no enterro seguiram suas vidas, o tempo torna as coisas mais simples, não para mim.

A última vez que vi Justin foi no enterro, depois disso não nos cruzamos mais. Ele havia tentado falar comigo, mais não permiti.

- Bom dia. – Luka me saudou quando cheguei no último degrau da escada. – Conseguiu dormir bem essa noite?

Ele estava ficando aqui em casa, desde o enterro. Não saiu do meu lado um só minuto.

- Normal. – respondo. – Tem mesmo que ir embora amanhã? – questiono já me sentindo apreensiva.

- Eu ficaria mais se pudesse. Mais Michael está tomando conta já tem um mês, preciso voltar. Prometo que vamos nos falando sempre, e você pode ir me visitar em Roma.

- Entendo. – lamento.

Luka entre laçou nossos dedos, e fomos assim até a cozinha. Liam, estava se servindo de uma xícara de café.

- Ei, Pay. – Liam me lança um sorriso terno, vou até ele dando um abraço. – Chegaram que horas ontem?

Me sento em uma das banquetas.

- Não me lembro a hora, deveria ter ido com a gente. Foi divertido. – começo tentando sorrir, ultimamente eu havia adquirido um sorriso sem vida, mais precisava ser forte por Liam.

- Era umas 04hras, se não me engano. – Luka acrescenta. – E foi foda mesmo. Onde se meteu?

- Por ai, dando umas voltas. – Liam respondeu vagamente. Depositou uma xícara de café na minha frente.

- Obrigada. – digo, em seguida, levo o liquido a minha boca. – Hoje é a última noite do Luka na cidade.  Pensei que podíamos ir na Boate. O que acha?

- Ótimo, eu topo. – Liam, se anima.

Passamos o resto do café conversando, após isso fui para o andar de cima, cheirei três fileiras de pó. Limpei meu nariz então desci novamente, a sensação já não me deixava leve como antes, mais era o suficiente para me fazer aguentar mais um dia.

SICK LOVE || Justin BieberOnde histórias criam vida. Descubra agora