Madrugada

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POV NARRADOR
Scott forçava seu próprio corpo a permanecer acordado após ser encurralado pelo ex-namorado maluco do Stiles, a irritante paranóia de que qualquer som de passos no Dormitório poderia ser Tate chegando para degola-lo durante o sono martelava em sua cabeça, deixando todos os seus super-sentidos aguçados e alertas. Ele se levanta para olhar o relógio na parede acima da Bolha dos Guardas marcando 2h17 da manhã. Em seguida Scott volta para agachar ao lado da cama de Stiles, observando o amante adormecido por quase 1 minuto inteiro até tentar acorda-lo:

-Stiles. —outro continuou no sono— Stiles.

Stiles franze a testa mal humorado e resmunga baixinho, arrastado e incoerente algo que talvez nem ele próprio conseguiu entender.

-Podemos conversar?
-Hmmm...amanhã. —ele responde de olhos fechados
-É importante.
-Eu tô tão cansado...
-Ok...Tudo bem, dorme.

Scott não resiste ao rostinho casado e a voz sonolenta do amante, até porque também, essa era a sua primeira em sua própria cama depois de duas semanas trancado na solitária e mais as semanas anteriores sem um colchão. Ele acarinha os cabelos bagunçados de Stiles deixando um beijo em sua testa e cobrindo-o melhor antes de sair do cubículo.

Foi enquanto Scott urinava no único box-sanitário do Banheiro que tinha porta, sentindo a paz que era a privacidade de fazer as necessidades sem uma fila de pessoas te apressando e nem ninguém propenso a te observar, quando começou a super-sentir um estranho e forte cheiro vindo da...

...parede?

O cheiro vinha de um profundo buraco coberto por um tijolo solto na parede ao lado da descarga, basicamente cheio de diversos baseados queimados pela metade e mais alguns isqueiros. Scott pega um deles em mãos e observa-o com incerteza pensando consigo mesmo se o efeito bateria tendo a cura sobrenatural de lobisomem, já que isso era basicamente uma droga e não só simples álcool. Lentamente acendeu o objeto cilíndrico e tragou para ter sua pergunta respondida por uma sensação que nunca havia presenciado antes. A fumaça dança dentro de seus pulmões antes de soltar aquela nuvem cinzenta no ar, uma sensação de relaxamento tomando conta de seu corpo e roubando um minúsculo sorriso de seus lábios.

Mas a sensação simplesmente desaparece junto à fumaça no ar em questão de segundos após cada tragada. Scott termina o primeiro, acende o segundo e até o terceiro baseado em busca de mais dessa brisa que passava tão rápido por conta de seu super-metabolismo de lobisomem. Frustrado e apaixonado pela experiência, Scott teria de pensar em um plano melhor para burlar seu próprio metabolismo do que sair fumando centenas e mais centenas de baseados.

Ele já estava em direção à saída quando de repente, alguém agarra-o por trás e tapa sua boca. Ele se contorce enquanto é arrastado até um box e jogado brutalmente no chão do mesmo, quando percebe que quem havia o pego era ninguém mais e ninguém menos que Tate.

-Scott McCall! —ele exclama fechando a cortina do box
-Que porra é essa?
-Cê sabe, queria saber como tá indo com o meu namorado. —ele se abaixa na minha frente
-Vai se fuder, seu maluco, ele não é seu namorado.

Tate pausa para mostrar uma pequena tatuagem de coração vermelho com uma faixa branca na frente escrita K LOVE, na parte interna do ombro.

-"Amor do K", foi ele quem tatuou. —ele diz— Ele é meu namorado. Não foi fácil, tá ligado? Tive que ficar atrás dele um ano e meio. O cubículo dele era na frente do meu, o via dormir e acordar todos os dias. E quando eu finalmente consegui, tentaram me transferir. Tive que me machucar várias vezes pra me trazerem de novo pra cá, olha aqui.

Prison Love || Temporada 1Onde histórias criam vida. Descubra agora