Capítulo 8.

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Seus olhos sempre foram tão brilhantes?
Suas mãos sempre foram tão macias?
Seus lábios sempre foram esses desejo incontrolável se correndo dentro de mim?

Talvez eu estivesse perdido, correndo o risco de perder meu emprego, com certeza não estava em meu juízo perfeito.

Lutah podia ser tudo, menos um pretende a relacionamento. Não, definitivamente não estávamos em um relacionamento!
Acho que eu perdi o controle, ou talvez eu nunca o obtive.

Afinal o que era estar no controle?

Não era nenhuma surpresa quando eu encontrei seus olhos focados em mim.
Ele fazia questão de não disfarçar.

Quais seriam seus pensamentos?

O quê Lutah achava que eu era?

No momento que dei espaço para um beijo nunca imaginei que eu terminaria assim.

Mas ainda éramos incompatíveis.

-Ryotsu?

O encarei. Acho que fiquei em silêncio por tempo demais.
Eu sorri, e Lutah pareceu curioso.

-Hoje quero que você saia com as meninas. -disse de uma forma melancólica até para mim. - Não deixe que elas leve você para muito longe do Campos, eu vou te buscar às dez e meia em frente a faculdade então não precisa se apressar em voltar para casa.

-Porque Lutah tem que ir? -disse depois de um momento.

Suspirei.

-Acho que precisa de novos amigos. -tentei aparentar indiferença.

-Amigos?

-É, assim como eu sou seu amigo.

-Não. -rebateu ele, repentinamente exasperado. 

-Como não? Isso vai ser bom para você. -repeti com um pouco raiva. Mas Lutah recusou veementemente como uma criança.

-É isso que você quer? Ficar preso à mim? Sabe eu preciso de espaço também, eu… - Merda! Lutah estava prestando atenção no que eu estava dizendo, não havia como parar. - Eu preciso de uma folga de… você.

Não! Definitivamente não era o que eu queria dizer, mas no que adiantava essas pensamentos se eu já tinha dito.

Virei meu rosto para a janela do carro tentando me acalmar, procurando palavras para que ele pudesse me entender.

Mas Lutah não entende, e ele está começando a me deixar confuso.

Eu não quero me sentir assim.

Antes que eu pudesse me virar para dizer uma última frase ou talvez me desculpar Lutah havia saído do carro e foi impossível não perceber com o barulho que a porta fez ao ser fechada.

Poderia ser que ele tenha ficado irritado?

Pondero isso um minuto, mas não acredito em minhas asneiras.

O diretor havia me contado que a aldeia crescente era pacífica, que a única luta que eles tinham era com a sobrevivência. Eram acolhedores, gentis e extremamente curiosos sobre o novo mundo depois de tantos anos isolados.

Lutah, definitivamente não poderia estar irritado.

Deixo o dia correr normalmente, ocupando minha mente com meus relatórios, planejamentos futuros, conversas vagas com o pessoal do trabalho.
Até que eu me canso.

Dou algumas voltas pela faculdade para esticar as pernas, mas internamente eu sabia que estava querendo ver Lutah.

E se ele havia ficado mesmo irritado? Eu deveria me desculpar.

O Campos da faculdade era realmente grande, mas eu sabia onde Lutah estava, talvez eu tenho visto a sua ficha de estudante, mas era só para poupar tempo e claro curiosidade.

Levo um pequeno susto quando ouço um barulho em grupo de várias risadinhas e perguntas idiotas.

Dou um passo para trás, mais dois, mais três, acabo escondido atrás de uma máquina de refrigerante, observando, não espionando, Lutah.
Só queria saber o que ele estava fazendo.

E ele estava com elas, cada uma agarrada a um  braço seu e riam estupidamente para ele, afagando seu cabelo, tocando em seu rosto. Estavam em todas as partes.

Malditas! Quer dizer "meninas", eram muitas meninas. Ri internamente. Malditas? Que confusão de palavra em! 

Haha. Acho que eu preciso volta ao trabalho isso sim.

Lutah parecia estar muito bem, bem até demais.

Com o passos firmes voltei para minha sala, mas não conseguia prender minha atenção, minha mente sempre voltava para a mesma imagem.
Tantas garotas!

Quando o relógio deu 20horas da noite, eu sabia que meu turno tinha acabado, e que Lutah não estaria me esperando.
Eu não quero ter que buscar ele 22:30h meu carro ficaria com o aroma de perfume barato.

Pedi ao meu chefe para buscar ele quando fosse o momento.
Porque eu precisava descansar, e pareceu uma ótima ideia dormir cedo, quando me vi comprando algumas garrafas de vinho barato.

Por quê eu vou beber?
Porque eu quero beber! 
Não preciso de motivo para isso, sou um homem adulto...

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Com atitudes infantis!

- Lutah você chegou, se divertiu com aquelas… aquelas… 

Ele estava lá, mesmo que em um borrão mal feito.

-Ryotsu, você está bem?

Coloco a garrafa de lado, tento me levantar mais falho de forma humilhante. Isso me faz querer gritar.

-Estou ótimo! Nem adianta me olhar assim. Um HOMEM não pode mais beber na própria casa?! -falei não conseguindo controlar o tom da minha voz.

-Você deve dormir. 

Lutah se aproxima, mas eu estou com tanta raiva que o empurro.

Aponto para ele, mas meu braço não dura um segundo reto.

-Elas te tocaram né?

Ele encara, impassível. Me deixando com mais raiva ainda.

-Responde! elas tocaram você?

Ele não responde, só avança para mim, me pegando no colo, por mais que eu me debatesse. Me jogou na cama e entrelaçou no seus braços.

-Você precisa dormir.

-E você me responder.

-Sim, elas tocaram.

A um pontada de raiva misturada incômodo ao ouvir isso.

-Não. Nunca mais, deixe que elas toquem em você. Só eu posso de tocar.

Lutah me abraça mais forte, e me sinto confortável com seu corpo. Só quero ele para mim. Isso é ruim?

-Já te dei a minha alma, meu pequeno Denahi.

Denahi?

Dormi.

O dia seguinte é seguindo por uma náusea que não passa e minha cabeça latejando de dor.
No trabalho me contentei com um copo bem forte de café sentei ao lado do meu chefe e diretor que veio nos visitar de manhã.
                                      
Mesmo com a cabeça doendo a palavra que Lutah havia dito para mim, não saia dos meus pensamentos.
Não tinha conseguido achar no quase dicionário do Diretor e não ia perguntar a Lutah.
Ainda estava estranhamente irritado com ele.

-O que significa Denahi Diretor? Eu não achei a palavra no livro.

O Diretor me olha com atenção, a boca aberta e os olhos piscando sem parar.

-Como você sabe dessa palavra?

Dei de ombros.

Soube quando Lutah estava agarrado comigo e sussurrou em meu ouvido. HAHAHA!

-Ouvi Lutah dizer.

-Como? O Guerreiro da aldeia, futuro líder disse a palavra Denahi.

-Sim qual o problema? -comecei a me preocupar.

-Problema nenhum, eu só não achei que ele iria dizer ela aqui, achei que não se interessaria.

-Interessaria? Do que você está falando?

O diretor me olhou com uma atenção dobrada e sorriu.

- Denahi, Lutah encontrou sua Denahi em outras palavras esposa, amante, parte da alma. Sabe a pessoa para quem ele passa alma, isso é de extrema importância na aldeia. Se celebra com um ritual que para o nosso mundo é o mais perto do que chamamos de casamento.

Cuspo o café do copo  isso não podia ser possível.

Pela luz da sua Alma (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora