Eu prometo

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-Hey, hey, hey, como assim? -Zac abre os braços demonstrando estar confuso.
-O que foi? -Ele se vira também confuso.
-Eu tô procurando a Lis também. Você vai sair assim? Pelo menos sabe onde ela possa estar?
-Talvez eu saiba. Se eu tiver notícias dela, eu te aviso, pode ser?

Zac suspirou enquanto olhava para os lados arranjando alguma resposta.

-Tá. Mas como você vai me avisar? -Perguntou ele.
-Toma. -Ele retirou um cartão de seu bolso. -Se ela não aparecer, você pode me ligar, e aviso se tenho notícias dela.

Zac acenou com sua cabeça enquanto pegava o cartão dele.

{ Pensamentos de Isaac }

Meus dias só pioravam. Eu sempre fui um cara invisível, e de repente, era como se o mundo inteiro tivesse resolvido me notar e me atormentar. E algo me dizia que isso não era como um daqueles pesadelos que "logo passa".
Um poço não se cava para cima...e pra piorar, eu tinha que ir pra casa e torcer para continuar invisível...

{ Fim dos pensamentos }

Zac subiu os degraus de sua varanda receoso, mas seu dia não tinha como ficar pior. E quando abriu a porta, ligeiramente ele não viu ninguém e prosseguiu lentamente até a cozinha.

-Isaac Dossel! -Disse sua mãe chegando por trás sem ser notada.

Zac simplesmente se virou e olhou para ela com seu olhar vago.

-Desde quando você virou um valentão? Arrumando brigas na escola? Eu não esperava isso de você!
-Você me diz isso toda semana... -Ele respondeu com seu olhar seco. -Ele mereceu...-Disse ele com o ódio entoado em suas palavras.
-Pois é, digo isso toda semana, e você não muda, não é? Você tem que aprender a resolver seus problemas de outra maneira!
-Que maneira? Por que eu não tô vendo nenhuma! -Ele expôs suas mãos demonstrado um sentido de revolta e ira.
-Eu não sei Isaac, já ouviu falar em diálogo? -Ela diz no mesmo tom de Zac.
-Ahh, agora você quer dialogar? Legal! Cadê que você perguntou por que eu bati nele?! Se confia tanto na minha mudança...por que não começa confiando um pouco no merda do seu filho?! Se ele tivesse chamado a senhora de puta, ia defender ele também é?
-Olhe como você fala comigo! Me diga então, porque você bateu nele? -Ela diz com uma voz irritada.
-Por que não perguntou ao idiota do diretor? Aposto que ele sabia também. -Ele diz ironicamente. -Afinal...você não ia acreditar em mim. Você mesmo disse que não confia em mim. -Ele pegou de seu bolso o desenho que Giny, sua irmã, havia feito, e jogou em cima da mesa. -Eu espero que esteja satisfeita... -Então subiu às escadas, e entrou em seu quarto batendo a porta com força.

Sua mãe faz um olhar arrependido e tenta se desculpar:

-Isaac...espera...eu... -Mas ele já havia batido sua porta.

Giny, que estava escutando a conversa escondida, fica com um olhar triste, e vai até o quarto de seu irmão, assim ela delicadamente bate na porta. Porém o quarto de Zac permanecia em silêncio absoluto.

-Zac? -Sua irmã pergunta com uma voz triste.

Zac se levanta de sua cama e fica por trás da porta, mas não a abre. Ele não conseguia respondê-la após o que ele tinha feito lá em baixo, graças à impressão que ele havia passado.
Ela se sentou no chão e apoiou suas costas na porta, e ficou ali esperando por uma resposta.

-Me desculpa... -A voz de Isaac passa até o outro lado, abafada e calma.
-Abre pra mim, Zac... -Ela disse entre algumas lágrimas.

Pode-se ouvir algumas trancas se abrindo pelo lado de dentro e a porta se abre de vagar mostrado o quarto escuro de Zac.
Ela rapidamente se levantou e abraçou Isaac, e suas lágrimas vieram com alguns soluços:

-Eu não gosto quando você e a mamãe brigam.-Ela disse enquanto olhava-o com os olhos repletos de lágrimas.

Zac suspira e a abraça com força. Ao ver as lágrimas de Giny, Zac limpa-as com seu polegar.

-Eu prometo que não vai mais acontecer. -Ele a olha profundamente e dando-lhe um abraço apertado novamente. -Eu prometo...
-Eu te amo Zac... -Ela disse sem soltá-lo, mas já permanecia mais calma.
-Eu também te amo... -Zac respira fundo arrependido.

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