Um belo dia para morrer

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As coisas já haviam se acalmado pela manhã. Era domingo, e aulas só voltariam na quarta, por causa de uma reforma que iriam fazer no colégio. E nessa mesma manhã, Isaac recebeu uma mensagem inesperada:

"Gostaria que viesse ao parquinho do quarteirão comigo. Te espero lá! S2.  ~Jennifer".

Zac leu.

-Como ela conseguiu meu número? -Ele se perguntou confuso.
-Isaac! -Gritou sua mãe calmamente.
-Argh, droga! Depois eu vejo isso. -Zac deixa seu celular em cima de sua cama e vai até lá em baixo até sua mãe.
-Filho, você pode ir até a farmácia pra mim? -Ela pergunta num tom preocupado.
-O que houve? -Ele perguntou.
-Sua irmã não está passando muito bem, deve ter sido algo que ela comeu.
-Onde ela está?
-No quarto.
-Vou vê-la. -Zac se retira indo depressa até o quarto de Giny.

Ao chegar, sua irmã estava na cama um pouco pálida e parecia desidratada, ao lado da cama havia um balde onde ela havia vomitado um pouco, ela não percebeu a entrada de Isaac, já que estava virada de costas para à porta.

-Oi... -Zac chega sorrateiro acariciando os cabelos dela.

Ela se vira um pouco e ao perceber seu irmão, abre um pequeno sorriso entre os lábios.

-Oi... -Ela respondeu com uma voz cansada.
-Você vai ficar bem, tá? -Zac sorri, sem mostrar os dentes, otimista.
-Tá bem. -Ela sorri de volta.

Zac acaricia mais uma vez seus cabelos, então vai até seu quarto, pega seu celular, desce, e sua mãe lhe dá o dinheiro necessário para que ele possa comprar os remédios, e logo parte.
No caminho de volta, sua visão passa despercebida e acaba notando uma igreja cuja aparência nunca havia notado antes, e na frente, como um painel, estava escrito com letras parecidas com aquelas que ele havia visto no caderno de Lis. Por isso, sua curiosidade não deixava-se negar, e seu corpo automaticamente foi entrando pelo gradeado que estava aberto e caminhou mais a frente e estendeu sua mão para bater na porta, mas ao toque a porta se abriu por si só.

-Olá? -Sua voz ecoa em meio ao bancos vazios e empoeirados e tendo apenas seu eco como resposta.

Zac nunca se imaginaria num lugar como aquele, mas ele buscava respostas mais que qualquer coisa. Então ele caminha até o púlpito, e percebe que há um pepel em cima dele. Se parecia com as letras de Lis, Porém estavam incompletas. Ele o pega e vai embora, vendo que não havia mais nada por ali.
Ao sair da igreja seu celular vibra mais uma vez. Era Jennifer:

''Você vem?''

O parquinho ficava bem próximo da sua casa, por isso ele resolveu que não faria mal apenas dar uma passada.

E foi o que ele fez ao chegar lá, ele encontra o parquinho vazio e lá estava Jennifer: sentada ao leve molejo do balanço.
Ao avistar Zac, Jeniffer acena com a mão e faz um gesto para que ele se sentasse ao lado dela.
Zac assim o fizera.

-Zac! Que bom que veio! Fico feliz em te ver novamente. -Ela faz seu típico sorriso.
-Pois é. Então, o que te fez vir aqui? -Perguntou ele.
-Ora, é um ótimo lugar para duas pessoas ficarem a sós, não acha?
-Acho que sim. Quase ninguém vem aqui. -Ele dá um sorriso meio franzido.
-O que é isso em seu bolso? -Ela repara em uma pequena ponta do papel, cujo ele havia pegado na igreja, que saía de seu bolso.
-Ahh, só um papel. Nada de mais. -Ele põe a ponta do papel para dentro bolso.
-Hm, tudo bem então. Sabe Isaac, você fica mais atraente a cada dia... -Ela se aproxima dele com segundas intenções.
-Aé? E por que? -Zac a olha espremendo os olhos de forma analítica franzindo seus lábios.
-Sua alma inocente me intriga... -Neste ponto ela parte para cima de Zac com um beijo caloroso e intenso.

Zac acha estranho, porém também a beija, até dar uma breve pausa:

-É que eu não gosto de um jogo tão fácil... -E a beija novamente contradizendo suas próprias palavras.

De repente as coisas ficam estranhas, e entre umas das pausas de seu beijo, os olhos de Jennifer ficam vermelhos, e ela começa a beija-lo com um pouco mais de brutalidade.
Zac começara a ficar sem ar, Jennifer não o largava e por alguma razão ele estava começando a ficar fraco, sem força alguma.
Zac tentava se soltar dos lábios dela mas era como se estivessem colados.

-Eu não queria estragar o casal de pombinhos...mas...o que você está fazendo não é nada legal garota... -Disse Marcos surgindo como uma sombra.

Jennifer afasta seus lábios de Zac e olha para Marcos com raiva:

-Você de novo? Pode nos deixar sozinhos? Estou terminando meu serviço.

Marcos rapidamente apunha-la com um soco bem forte na cara, em seguida grita com ela com raiva:

-Sua espécie não vai machucar mais ninguém! -Então ele retira uma espada de luz e finca bem ao peito de Jennifer, fazendo com que ela soltasse um grito de dor insuportável, morrendo imediatamente.

Zac se arrastava ao chão para trás com sua respiração profunda e ofegante por causa do que Jennifer havia feito a ele, e ainda mais por Marcos aparecer daquela forma e ter feito aquilo tudo.

-Você está bem? -Marcos se vira para Zac.
-O-O que você é? O que ela fez comigo? Q-Que espécie você tá falando?  -Zac pergunta confuso com tudo aquilo que havia visto.
-Se acalme...eu não tenho muito tempo agora, mas a Lis vai lhe explicar tudo, prefiro que você saiba disso através dela, já que ela é de sua confiança. Vamos, eu te levo até a casa dela.
-Não, eu...eu preciso levar esses remédios para minha irmã. -Ele mostra a sacola.
-Tudo bem, eu te levo em casa e você entrega os remédios. Em seguida vamos até a Lis, entendeu?
-Eu não posso deixar minha irmã doente. -Ele diz sério.
-Ela vai ficar bem, eu garanto. -Marcos disse com um olhar sincero.
-Não acredito que estou escutando um estranho. -Zac correu na direção de sua casa.

Assim Zac fez assim como Marcos tinha dito. Ele entregou os remédios a sua mãe.

-Eu...tenho que sair, mãe. -Disse ele a ela.
-Mas...aonde você vai? -Perguntou ela.
-Eu...vou à casa da Lis.
-Ah, tudo bem, só não demore.

Zac acena com a cabeça e sai rapidamente com Marcos que lhe esperava lá fora.

Marcos e Zac vão até a casa de Lis, os dois permaneciam em um silêncio constante, e ao chegar, Marcos entra rapidamente pela porta e encontra Lis na sala lendo o mesmo diário que Isaac havia encontrado da última vez.

-Você tem visita. -Marcos disse apontando para Isaac.
-Zac? Graças à Deus você está bem! -Ela anda até ele, e o abraça forte.
-Por...por onde você andou? -Ele a pergunta confuso num forte abraço.
-Eu... -Ela olha brevemente para Marcos e depois volta o olhar para Isaac. -Preciso te explicar muita coisa...
-Você jura? -Ele ergue uma das sobrancelhas.
-Eu preciso ir, Lis. Vou deixar vocês a sós. -Disse Marcos se retirando.
-Olha Isaac...você vai ter que ser muito compreensivo, e terá que abrir sua mente para tudo que vou lhe contar. -Lis se senta no sofá um pouco nervosa.
-Sabe que eu não posso te prometer. Mas você pode tentar. -Diz ele se sentando juntamente com Lis.
-Tudo bem. -Ela suspira. -Nosso mundo, é repleto de coisas que você nem imagina. Histórias, lendas, crenças e criaturas que você jamais acreditaria se eu dissesse que existem. Mas muitas delas existem. E uma delas está ao seu lado. -Ela olha brevemente bem nos olhos de Isaac.
-Tá me dizendo que você é uma humana? Que você é uma criatura? -Zac olha para Lis com um olhar vago e calmo, como se não levasse a sério as palavras dela.
-Não, estou dizendo que...eu sou um anjo.

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