Anjos e demônios

O início

As vezes, achamos que já sabemos tudo sobre o mundo, e ignoramos os fatos à nossa volta, mas a verdade, é que não sabemos nada, e só acreditamos naquilo que queremos acreditar.

Nossa história começa em 28 de setembro de 2017 em uma pequena cidade dos EUA. Isaac, um adolescente de 18 anos que vive com sua mãe e sua irmã, seu pai havia morrido quando era pequeno em um acidente de carro, e sua mãe não gostava de comentar sobre isso. Isaac não era um garoto ruim, mas não tinha muitos amigos, suas notas na escola eram medianas, não era muito sociável e mantinha-se fechado, a única pessoa que Isaac tinha uma verdadeira amizade, era Lis, sua melhor amiga de infância. Lis era uma garota doce e inocente, sempre gostava de ajudar, e na maior parte do tempo, era como se ela fosse o juízo de Isaac.

Wiest High School - 7:00 da manhã

Os corredores estavam cheios, mais um dia comum de aula, e Isaac estava com seu ânimo de sempre.
Seu olhar seco e penetrante o acompanhava a todo momento, sua bolsa às costas e suas mãos em seus bolsos o faziam ainda mais uma pessoa um tanto...fechada.

Lis que estava do outro lado do corredor avista Isaac com seu jeito de sempre, mas ela dá um leve sorriso e vai até ele um pouco estabanada devido aos muitos livros que ela segurava.

-Isaac! Você...ups! -Ela quase derruba alguns livros. -Deixou seu dever na minha casa de novo. -Ela entrega a ele.
-Ahh, como eu puder esquecer? -Isaac entoa de forma desinteressada e irônica. -Deixa eu te ajudar... -Ele guarda o dever na bolsa e pega boa parte dos livros que Lis estava a carregar.
-A-ah obrigada! -Ela diz com um sorriso e aliviada. -Você vai fazer parte do clube de história, certo? Tínhamos combinado isso a muito tempo.
-Ah...é, claro que eu vou. -Ele olha brevemente para ela e em seguida para o caminho. -Pra onde está levando tudo isso?
-Bem, eu vou ter que apresentar um trabalho agora, e você sabe como eu fico quando preciso apresentar essas coisas. -Ela tira um pouco de seu cabelo do rosto mostrando uma expressão insegura.

Isaac olha meio de lado com um sorriso admirando sua amiga.

-Que sorriso é esse? -Ela sorri também mas um tanto confusa.
-Você não existe... -Isaac balança sua cabeça e volta a olhar para o caminho. -É a pessoa mais inteligente desse lugar. Como pode estar insegura?
-Acho que é o fato de todos pensarem que eu sou tão inteligente, isso faz com que tudo tenha que sair perfeito, sem erros.
-Se você for mais inteligente do que isso, vai ganhar o Nobel... -Isaac comenta, assim eles caminharam até o local do auditório, onde puseram os livro sobre uma mesa.
-Você é mesmo uma graça... -Ela solta um leve riso enquanto arrumava seus livros para a apresentação do trabalho. Então de repente o celular de Lis toca, ela pega o aparelho e ao ver o visor, aparenta uma expressão de preocupação.

Isaac olha para o celular e para Lis, numa expressão calma.

-Não vai atender? -Perguntou ele.
-A-ah...não...não...eu atendo outra hora. -Ela desliga o telefone. -Mas...bem...não precisa assistir se não quiser, essa apresentação só é obrigatória para a turma de sociologia.

Ele se vira e olha para o relógio no alto dá entrada.

-Minha aula só começa às 9:00. -Ele volve o olhar a Lis.
-Então tudo bem. -Ela respira fundo e então vai à frente sorrindo.

Então em passos lentos, Zac (que era um apelido usado por quase todos para se referir à Isaac) se sentou em uma cadeira na coluna perto da saída, e sentou-se ali reclinando a cadeira para trás e colocando seus pés acima da cadeira a frente. Ele observava o "grande" movimento daquele lugar enquanto prestava atenção em Lis que se preparava para o discurso.
O tédio veio pouco tempo depois, sua atenção tinha desaparecido, até que ele ouve algo como um som de um chiado em seu ouvido esquerdo muito alto que o fez tirar os pés da cadeira que estava à frente e a cadeira não teve outra escolha se não bater os pés com toda força no chão criando um barulho que ecoou em meio ao auditório.
Lis e os outros alunos presentes no auditório olham para Zac um tanto confusos, enquanto alguns soltaram pequenas risadas. Ela interrompe seu discurso e pergunta com delicadeza:

-Zac? Está...tudo bem?

O zumbido era insuportável, Zac não escutava quase nada e sua única reação foi por a mão em seu ouvido e se levantar as pressas indo até fora do auditório.
Lis torna uma expressão preocupada e então pede a um outro aluno que havia lhe ajudado com o trabalho para que continuasse com a apresentação, assim ela corre rapidamente até Zac.
Quando Lis o encontrou, ele parecia em enfermo. Sua testa estava encostada à porta de seu armário e sua respiração profunda era irrelevante. Lis aproxima dele calmamente como se já soubesse o que fazer e repousa sua mão direita lentamente sobre seu ombro, e aos poucos, o som terrível que atormentava sua cabeça sumiu. Zac, ao toque de Lis, se vira e segura o pulso dela rapidamente, mas ao ver que era Lis e que aquele tormento estava passando aos poucos, sua expressão que antes era de ira e dor, é acalmada. Sem saber o que dizer, nem o que estava acontecendo com ele, ele simplesmente mantém seu olhar nela.