Capítulo 1

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*Alice

- Alice Albuquerque? -Uma mulher loira e extremamente alta chama meu nome, me sinto um pouco deslocada, é a primeira vez que me consulto aqui.

A clínica que sempre faço meus exames de rotina não encontrou um horário pelo próximo um mês, reviro os olhos mentalmente, não podia esperar um mês, sou muito pontual quando se trata da saúde da minha colega aqui em baixo.

- Sim? -Me levanto e a sigo por um longo corredor bem iluminado, nas paredes pinturas elegantes e vasos com flores frescas, sei que são frescas por que Artur as me dava em meu aniversário, babaca. Odeio flores.

Ela para em uma porta ampla e entra me dando espaço para passar, a sala é grande e bem decorada. Paredes rosa claro, uma cama ginecológica com lençóis rosa claro parada no canto e o que mais me chama atenção é que a sala está vazia, cadê a médica?!

- A doutora Elisa estará aqui em alguns minutos -ela me mostra um quarto e me diz para tirar toda roupa e colocar a camisola que está no cabide, em seguida me deixa sozinha.

O lugar é pequeno, mas muito elegante, paredes cinza-claro, um espelho que vai do teto ao chão, preciso urgentemente​ de um desses.

Tiro meu vestido preto simples e minha calcinha de renda e jogo no canto, dou uma risadinha da minha espontaneidade. Quando morava com Artur tive que virar uma organizadora compulsiva, tudo ao redor dele tinha que está perfeito e limpo, ainda não acredito que perdi tanto tempo da minha vida com ele.

Empurro os malditos pensamentos para o fundo da minha mente, visto a camisola e me olho no espelho, nada mal, ela não é igual as outras que dão a visão da sua bunda, essa é toda fechada parece mais um robe do que uma camisola de hospital.

Caminho para fora do quarto e ao lado da cama uma mulher na casa dos 40 anos, cabelos castanhos presos em um coque e olhos azuis me esperando com uma pequena carranca, ela não parece estar animada em me atender. Ela segura uma caixa oval prateada.

- Vamos logo com isso, tenho outros pacientes para atender -ela diz sem ao menos olhar na minha cara. Já me irrito, paguei caro por essa consulta não tenho que ficar ouvindo desaforo.

- Não tem outra médica mais educada que você que possa me atender? -Sou curta e grossa. Ela me lança um olhar irritado.

- Não, sou a única no momento -arqueio a sobrancelha quase desistindo.

- Que pena por isso! - Digo impaciente, ela suspira irritada e acena para a cama.

- Deite-se e coloque seus pés no apoio -faço como ela diz já querendo acabar com isso.

A médica começa o exame, sinto um desconforto estranho, isso não é normal.

- Nossa! Está doendo -reclamo. Ela só pode estar descontando por minha má resposta, nunca nos meus exames doeu tanto.

- Já estou terminando, só um minuto -ela é ríspida, respiro fundo.

Terminado o exame espero que diga que já posso descer, ela não o faz.

- Espere 15 minutos nessa posição -Ela vai em direção a porta.

- Mas o que? - E ela já foi. Vaca.

- Serio isso? -Pergunto para o silêncio. Deve ser um procedimento novo.

Era só o que me faltava, tenho que está no escritório as 14:00 horas

Fito minhas unhas e sorrio ao ver o esmalte claro bem gasto, eu nem me lembro a última vez em que fui na manicure. Faço um lembrete de marcar uma hora com Júlia.

***

O tempo passa e a mesma recepcionista que me atendeu antes entra na sala.

-Já pode descer -ela sorrir gentil. Desço com dificuldade e com o corpo dolorido, também quem não ficaria depois de tanto tempo na mesma posição.

- É normal todo esse desconforto? -Pergunto confusa, ela acena.

- É sim! Imagino que deve estar muito ansiosa para ver o resultado -sorri radiante. Franzo o cenho, acho que que perdi alguma coisa.

- Ansiosa? -Ela deve ter me confundido com outra paciente ou tem algum problema psicológico.

- Sei que pode não acontecer na primeira tentativa, mas se não funcionar você pode tentar novamente -abro minha boca, mas não sai nada. Do que essa louca está falando?!

- Aline -leio seu nome em seu crachá - Acho que você está me confundindo com outra paciente -digo a fitando. Seu rosto fica pálido, ela respira com dificuldade penso até que vai desmaiar, mas ela se recompõe rapidamente.

- Desculpe, achei que era outra paciente -Aline força um sorriso.

Saio da clínica ainda sem entender o que aconteceu e tenho certeza de uma coisa. Nunca mais piso o pé aqui novamente.


Boa noite, se acharem o capítulo um pouco diferente é por que estou revisando :)

Nada é por acaso(Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora