Capítulo 09

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Chegamos na nossa mesa, mas ao mesmo tempo parecia que eu não estava ali, a minha atenção estava voltada naquela outra mesa.

Amiga senta aqui - Flávia falou pra Duda

Duda - Lucas vem pra cá.

Sentei com a Duda estava totalmente desprivilegiada a vista, pois eu não podia ver a mesa do Guilherme, olhei para o Felipe e pedi pra trocar colocar minha cadeira junto a dele alegando a Duda que deixaria espaço para o Marcilio sentar com ela (o namorado dela) e fiquei junto ao Felipe, ali sim dava pra ver tudo.
Os meus olhos só estavam direcionados para a mesa do Guilherme, e eles não paravam de conversar, todo mundo bebendo, conversando e eu colado, tentando o máximo prestar atenção, no que estava acontecendo, chega o namorado da Duda, e cumprimenta a todos, e a Duda o chama pra junto dela. Nisso a garota que estava com o Gui àquela loira da farmácia que eu aposto que usava tintura Márcia, mas isso não vem ao caso. Por uma pequena fração de segundos, os dois ficaram rindo mais alto ainda e nisso rolou carinhos e nisso o beijo
o que para tudo e chama a NASA, eu não acredito no que eu estava vendo era mentira serio, como assim, beijo? Eu deixei ate onde aquilo ia, me deu um súbito tremor no corpo, uma vontade de ir lá virar a mesa, de fazer o maior barraco do mundo, mas me contive, eu sabia que eu tinha que ter um pouco mais calmo, eu não podia de modo algum, bancar aquela cena tradicional de pegar os dois, dizer umas merda e sair, chorando na rua como se fosse a Maria do bairro. Chamei o garçom e pedi um whiskey todos na mesa riram, pois eles estavam só na cerva.

Marcilio - Nossa Lucas esta com cede hem?

Eu - É Marcilio preciso urgentemente de álcool no sangue.

O garçom chega e me da o copo de whiskey, na hora que pego no copo deu para demonstrar a tremedeira e todos riram, dizendo que eu já estava sofrendo de abstinência alcoólica, eu pra entrar na onda deles, ria, mas por dentro eu sangrava, a pior coisa do mundo é você ver, ver alguém que você depositou tanta confiança em meses ser quebrada em míseros 10 ou mais minutos, tomei a dose toda, e pedi outra ao garçom, só o whiskey me acalmaria, é muito bom quando você esta tenso, e tomo outra dose , ele te acalma deixa teu corpo dormente.
Eu mal participava da conversava, a Duda ficou olhando pra mim perguntando baixinho se estou bem, eu dizia que sim. E a cena voltava a se repetir, até que eu queria mostrar de uma maneira que eu estava vendo tudo, mas não queria ser tão patético em chegar na cena e da uma boa noite, isso seria desprezível da minha parte, eu tinha que ser inteligente, tinha que ter domínio da situação e como eu não sou idiota decidi agir (Gente a melhor coisa é isso, você ter domínio da situação, você calcular bem, o escândalo é um ato desprezível, que torna a quem pratica um ser ainda menor do que a situação), pego o meu celular e mando um SMS pra ele.

“Você esta ainda mais gato com essa camisa azul.” (ele estava de camisa azul com a loira).

Paro os meus olhares ali, naquela cena, espero até, ele ver o sinal do celular, o celular dele estava em cima da mesa, vejo ele pegando o celular, no tempo dele ler, eu vejo o clima mudar, ele começa a olhar pra os lados, mas eu estava atrás dele, eu sabia que ele nunca ia levantar da mesa pra me procurar ali naquele lugar, ele nunca ia fazer uma cena dessa praquela loira de farmácia, vejo ali a conversa mudar, a loira, ficava olhando pra o rosto dele e falando algo, acho que perguntando se estava bem.

E eu lá, prestando atenção em tudo, vendo ali aquela palhaçada que eu poderia muito bem acabar, mas eu queria mais, eu queria ver até onde ele ia naquela situação, eu mandei um sinal, sinal que estava ali, e ele simplesmente mudou, não existia mais carinho, era tipo eu ver ele passando a mão na nuca, e continuado olhando para os lados, e típico sorriso da loira acabou. Ainda eu não estava totalmente bem comigo, mas no fundo eu estava me sentido superior a ele, mestre da situação calmo e tramando mais coisa, até que a turma animada como sempre, queria esticar a festa, eu aleguei que amanha trabalharia cedo, e ia pra casa, eles queriam ir pra a praia, beber e depois ir pra uma festa que estava acontecendo numa casa de show country, decidi que não, todos eram filhinho de papai, menos eu, até por que eu não estava com condições, eu mesmo queria minha casa, só isso, queria era tomar um banho fio e tentar dormir, eu não queria ver o Guilherme nem pintado a ouro.
Rachamos a conta e na hora de ir embora, eu disse que ia de bus, que o pessoal não se importasse, pois o caminho da praia e totalmente oposto do meu bairro, mas a Duda não concordou, fazia questão que eu fosse no carro dela (já que o namorado dela tem carro) e amanha na faculdade eu devolvesse, eu não queria, mas ela fazia questão aceitei. Quando todos começou a se despedir de mim, até a Duda no abraço perguntou se eu estava bem, se eu realmente não queria ir pra festa, falei que não e agradeci tudo. Falei pra ela que ia pra o banheiro antes de ir pra casa.
Eu não estava com vontade de fazer xixi, apenas ele era ali o meu golpe de misericórdia, eu tinha que fechar com chave de ouro, então fui com o pessoal até o certo caminho e de lá peguei sentido banheiro, por quê?

O Terceiro AndarOnde histórias criam vida. Descubra agora