Capítulo 9

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  Esperamos a noite chegar para irmos até terra firme. Segundo Capitão Reiky, a vila que atacaríamos se chamava Nelland. Pelo que me falaram era uma pequena província ao leste, com uma população pequena, mas de dinheiro.
   
    Pou, um dos piratas de nosso navio, ficou encarregado de descobrir entradas que poderíamos usar. Ele tem uma estatura baixa, propício para atividades furtivas de noite. Possui habilidades de destrancar fechaduras usando qualquer objeto que passasse pelo buraco da tranca, sabia como caminhar sem deixar rastros e tinha uma ótima visão para achar pontos de guardas.

     Ficamos na praia, longe de qualquer tipo de luz que entregasse nossa localização. O plano era atacar no momento em que a lua estivesse no centro do céu. Se Pou não voltasse até lá, retornaríamos ao navio e esperaríamos o dia seguinte. Caso algo nos mostre que ele foi pego, deixaríamos o pequeno ladrão para trás, por mais valioso que ele fosse para o Capitão. Para eles, a vida de um não valia por todas, nem mesmo a do próprio Reiky

    Demorou, mas Pou apareceu entre os arbustos.
 
  -Tudo limpo, pessoal. Por incrível que pareça o lugar não tem muita segurança. Acredito que eles não tenham sido saqueados devidamente antes.

   -Vão aprender uma lição e tanto hoje- zomba Louis, o especialista em procurar pistas de animais na floresta.

  -Quais são os pontos de guarda, Pou?

  -Há dois pontos no portão principal, onde claramente não vamos passar. Tem a entrada de carroça, que é a que fica na ala oeste. Por sorte, ou não, eles possuem uma porta de grade um pouco ao lado dos estábulos. Lá é a saída que eles usam para levar o esterco para fora. Ou seja, não há guarda naquele local.

  -Então é isso, entraremos por ai. Vamos nos dividir em 4 na hora de entrar. Dividam-se entre si. Jake, Pou e Ed vem comigo.
 
  Vejo os outros piratas conversarem entre si, montando seus grupos. Sinto-me isolada deles. Eu ainda não havia criado nenhum laço com ninguém.

  -Capitão, permita que Andy venha conosco- pronunciou-se Jake- ele ainda é inexperiente e como o estou treinando, acredito que nos acompanhar em sua primeira missão seja o melhor a se fazer.
 
   Reiky me encarou, sem julgar, somente analisando a situação.

  -Claro, é o melhor mesmo.

  E então acertamos os últimos detalhes. Pegaríamos o ouro das casas, sem que percebessem, e sairíamos. Caso alguém nos descubra, as ordens são para lutarmos.

***

   Ao nos aproximarmos da pequena entrada de ferro o cheiro de esterco ja toma conta de nosso olfato. Pou se abaixou, usando suas técnicas para abrir a porta. Estava escuro e somente a lua cheia nos guiava.
 
  -Feito
 
  -Que rápido!

  -Por isso ele é o melhor- responde Jake.

  Entramos na ordem dos grupos. O meu estava encarregado de ir até a ala norte, onde se encontrava a torre mais alta da vila. Caminhamos apressadamente entre as pequenas ruas de terra, tomando o devido cuidado para não sermos vistos. Por sorte, não havia praticamente ninguém fora de seus lares. Os poucos que estavam fora provavelmente haviam saído de algum bar ou algo do tipo, pois estavam cambaleantes, sonolentos. Provável que nem notassem nossa presença. 

  A torre era ainda maior de perto. Toda feita de pedra, larga e com poucas janelas. Se aquele era o cofre do lugar, devo admitir que eles tinham muito ouro pra guardar em tantos andares.

   Pou se adiantou e começou a abrir a única porta que tinha. Seus dedos eram ágeis, ele manejava uma faca fina em sua mão, usando-a para abrir o cadeado.
 
  Ao destrancar, entramos silenciosamente, sem ninguém perceber. O estranho foi não ter nenhum guarda na entrada da torre. Será que eles estariam realmente tão tranquilos de não serem invadidos?

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