Capítulo 17

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Jake atacou-me com sua espada com tanta força que meus dedos vacilaram com o movimento. Ouvi a lâmina bater contra o chão e Jake rir da cena.

-Parece que o aprendiz ainda não foi capaz de superar o mestre.

  Ri, cinicamente. Eu estava irritada por não conseguir fazer um arranhão nele desde que começou a me ensinar.

  -Eu ainda vou conseguir fazer um arranhão em você e escutar de sua boca que sei usar muito bem uma espada. E vou querer escutar também que sou melhor que você.

  -O acordo não envolvia essa última parte.

  -E por que está preocupado com isso? Será que você acha que posso ser melhor?

  Ele sorri de uma forma incrivelmente sedutora para alguém que está sendo zoado.

  -Isso nunca nem passou por minha cabeça. Sou melhor, é claro.

  -Vai se achando vai, que quando você menos esperar, vai estar caído no chão implorando por piedade. - imito sua possível cara de desespero e ele cai na risada.

  -Tome muito cuidado com Andy, Jake, ele está se mostrando um adversário à altura.
 
  Reiky passou por nós e subiu para o leme. Virou-se para a tripulação e se pronunciou:

-Marujos! Venho dizer a todos que nossa próxima parada será o vilarejo de Allencar.

-O que faremos lá, Capitão? - Ed questionou.

-Devido nosso combate dias atrás perdemos alimento e precisamos nos abastecer novamente. Já enviei uma carta ao Sr. Jilson para que nos receba adequadamente.

  Todos deram pequenos sorrisos e comemoraram, conversando entre si.

-Quem é Sr. Jilson? - Questionei Jake.

-É o dono do melhor bar que tem naquela vila. Ele é famoso pela hospitalidade. Sempre dormimos lá, pois acima de seu bar há uma pousada.

  Vejo gaivotas voando sobre nós, cantando e caçando suas vítimas no mar.

-Estamos próximos, preparem-se!

 
***

  Desembarcamos na praia e já demos de cara com várias caixas de madeira. Ao longe, pude observar um homem de altura mediana, magro e de barba rala cinza vindo ao nosso encontro.

-Jilson! Como vai amigo? - Reiky cumprimentou o homem com um aperto de mão.

-Vou mais do que bem! Seus alimentos estão todos prontos, você só precisa colocá-los em seu navio.

-Homens, ao trabalho!

  Começamos a carregar as caixas rumo ao navio. Não tive tempo de contar quantas eram, mas uma coisa eu sei: Ficaríamos um bom tempo sem precisar abastecer.

  Demoramos para colocar e guardar tudo em seu devido lugar, de modo que ao terminarmos a noite ja se instalava no céu. Comemoramos quando nosso trabalho acabou e começamos a nos encaminhar até a vila, rumo ao bar para beber e descansar um pouco antes de voltarmos ao mar no dia seguinte.

  Estou pegando meus pertences quando Daiene vem a meu encontro.

-O que foi?

-Só queria avisar que não vou à vila.

-Por que não? Aconteceu algo?

  Ela não parecia preocupada nem ansiosa, então não entendo porque ela não viria conosco.

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