Capítulo 12 - Sorri

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Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios

Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador

Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos

Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz (João de Barro)

Acordo e fico ainda deitada na cama olhando para o teto, tentando entender como até ontem eu estava com todo o plano bem formado em andamento e de repente vi tudo desmoronar sem que eu pudesse fazer nada a respeito. Ontem no jantar o meu padrinho revelou a grande surpresa do meu casamento, pareci surpresa e animada como deveria ser. O pior foi ver a minha madrinha genuinamente contente, já fazendo planos para a festa de noivado, casamento e etc.

E nesse momento decido que já está na hora de parar de me lamentar e agir para tentar ter o controle da situação novamente. Após tomar meu banho e fazer a minha higiene pessoal deixo os meus cabelos bem lisos e escolho usar um terno feminino preto. A versão feminina do tradicional terno dos mafiosos, hoje eu preciso intimidar e atacar, e a minha principal arma? O meu sorriso, de mulher perfeita e inabalável.

Após calçar o meu salto de italiano feito a mão, de terminar a minha maquiagem vou para o corredor e caminho decidida até a porta do quarto de Gustavo. Ontem quando eu e Dante brigamos ele me contou que Gustavo possui algumas fotos nossa, agora só me resta descobri por que Sofie decidiu dar as fotos minhas com Dante para Gustavo e não diretamente para minha madrinha ou meu padrinho.

Entro no quarto de Gustavo sem ao menos bater à porta e o encontro estirado na casa em um sono pesado apenas de cueca, fracassado intrometido. Vou até o banheiro de sua suíte, encho um copo com água e volto para o quarto. Jogo a água do copo na cara de Gustavo que acorda assustado. Parece tentar entender o que aconteceu e quando me vê me olha confuso.

_ Esta maluca de vez? - pergunta incrédulo

_ Provavelmente sim, mas isso não te diz respeito.- respondo séria. - Na verdade nada da minha vida te diz respeito. Então pare de tentar parecer alguém que você não é.

_ Ainda não entendi o que você quer.- ele fala sério já se recuperando e tentando se levantar da cama. Antes que ele consiga eu o empurro de volta para a cama, o mesmo como não esperava por isso cai sentado na cama e eu o encaro em pé próxima a ele de formas intimidante. O fato de que estou em um nível de altitude maior que a dele dá a impressão de superioridade para mim.

_ O que eu quero é que você nunca mais tente interferir em alguma coisa de minha vida.- Fala pausadamente e ameaçadoramente.- Do contrário teremos muitos assuntos mal resolvidos, e acredite em mim você não gostaria de me ter como uma inimiga Gustavo.

_ Está me ameaçando? - ele pergunta mais perplexo, Senho Deus esse garoto será morto no primeiro confronto sério que tiver com algum inimigo. Ele é muito suscetível.

_ Prefiro pensar que é um aviso. Um aviso para você e para a sua paixão platônica, Sofie.

Vejo a cor sumir do rosto dele.

_ C...como assim? Esta maluca de vez.- até gaguejar ele gagueja. Eu apenas joguei verde e acabei colhendo maduro. Então quer dizer que Gustavo possui uma paixão secreta por Sofie. Agora, pelo menos tenho uma boa explicação sobre a antipatia dele comigo.

_ Por qual outro motivo Sofie daria as fotos para você?- pergunto de uma forma de presunçosa me aproximo mais dele e falo mais fria ainda – Tente fazer algo contra mim novamente e acabo com você e com sua namoradinha vadia.

Luz Banditti - Serie Familia Banditti (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora