Fator Amazônia

CAPÍTULO 16

CAPÍTULO 16

No trabalho, no ônibus, na escola, no bar, o assunto do momento passou a ser Amazônia, pulmão do mundo e a limpeza étnica em curso contra uma tal Nação Indígena do Amazonas.

No dia seguinte, o primeiro-ministro britânico quebrou o silêncio dos representantes daquela comunidade, em coletiva à imprensa. Na ocasião, expressou repudio aos fatos ocorridos no Brasil, ressaltando que a humanidade estava novamente diante de um genocídio. Lembrando que desde a guerra em Kosovo não se via uma tentativa, tão clara e cruel, de extermínio de toda uma raça, toda uma nação. O primeiro-ministro reafirmou sua crença na necessidade do emprego das novas regras globais, com vistas à uma nova era.

- Segundo a Doutrina da Comunidade Internacional justifica-se a intervenção militar em questões internas de ditaduras e em casos de violações maciças dos direitos humanos. - afirmou.

Na prática, a coletiva abriu caminho para o ultimato, dado em nome da comunidade européia pelo governo da França. Enquanto o governo brasileiro não esclarecesse sua posição diante de tamanha abominação estaria sujeito a retaliações comerciais, em um primeiro momento, e militares, caso se mostrasse necessário.

Um respeitado analista militar Norte Americano, quando entrevistado, atribuiu a três fatores a origem da internacionalização da crise doméstica vivida hoje pelo Brasil:

Primeiramente ele aponta inadequação da Política de Defesa Nacional brasileira frente as regras da pós-globalização econômica. Em segundo lugar cita a instabilidade percebida interna e externamente, resultante da fragilidade estrutural das instituições que compõem o Estado brasileiro. E em terceiro lugar, o analista acredita que a crise só adquiriu este perfil grandioso por conta da pré-disposição da opinião pública internacional a encontrar um factóide capaz de simbolizar o seu compromisso com preservação do meio ambiente, principalmente após os estranhos e assustadores fenômenos climáticos registrados recentemente.