Aliança

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Andrea

─ Como assim tenho que voltar lá? ─ Estava sentado de propósito no escritório que era di France. Io sabia que ele odiava que fizesse isso, ma tava poco mi cagando porque quello idiota não estava cá. Fazia bom tempo que não tinha que olhar quella cara maledetta, e só ficava fazendo o trabalhinho limpo. Papelada e denaro em mio controle.

Agora estava ouvindo mio tio parlar que deveria ir para Sicília, e isso não tinha nessuno cabimento

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Agora estava ouvindo mio tio parlar que deveria ir para Sicília, e isso não tinha nessuno cabimento. Como podia?

─ Non mi ricordo di você ser surdo, Andrea. ─ Dom Battorini tinha sempre quella cara que fazia você baixar os olhos mesmo sem querer, e foi o que io fiz di imediato. ─ Io apanhei você chorando, no meio de tuo padre e tuo madre, tutti morto. Esfomeado, e magrinho como mio dedo mindinho. Io cuidei de você, dei una casa, e una profissão. Como ousa me questionar?

Quello velho sabia bem como sambar em cima das mias feridas. Io era un quebrado por dentro, e só me lembro de estar un poco alegre quando via Karina. Pertanto que não suportava ver ela com France. Ninguém com France na verdade. Ele tinha sido o bambino de ouro enquanto io era o rato de esgoto.

─ Ma France está lá, tio. Com tutto respeito.

─ Mio figlio está formando Alianças, Andrea. Capito? Alianças com nostros inimigos. Todo este tempo fora, e nostro nome pelo mundo está virando una piada. Francesco está fazendo amizades, e não metendo medo como un verdadeiro Battorini. É preciso sangue para manter una boa reputação. ─ Era raro ver mio tio perdendo a postura, mas a raiva em suo olho me arrepiou até na espinha.

─ E o que quer que io faça? 

─ Ele vive para cima e para baixo com quello Paolo, o menino de rua que ele apanhou como un animal de estimação e meteu em casa. Quero que o mate!

─ Giusto. E depois posso voltar?

─ No hai entendido, Andrea. Quero que France aperte o gatilho.

─ Questo é mais interessante. ─ Pelo menos ia me divertir un poco. Já não tinha tanta paciência assim para estar com Fabiola, completamente sem graça nenhuma e quella cara pálida me encarando como una doente. Devia estar arrependida de ter ficado comigo, ma não tinha mais volta, ou ia deixar de ver o brilho do sol. E Angelita estava num colégio interno, para dar menos trabalho. 

(...)

France

Io estava vendo mia vida passar como un filme, assim, em câmera lenta. Mio cuore tinha ficado no Brasil, e junto de toda mia vontade. Nos primeiros dias mal conseguia pegar no sono, pois sempre via na mia cabeça o olhar de inganno que Karina me deu pela última vez, me perseguia por todo lado, e tutto que pude fazer foi voltar a treinar com tamanha intensidade, que chegava ao final do dia e estava exausto.

Agridoce: Um Italiano PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora