A Revelação de Andrea

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Karina

No dia da discussão com aquele ogro, Andrea foi simpático comigo me pedindo para ter calma e me dando o sábado para pensar direito, antes de tomar qualquer decisão.

Voltei para casa com a cabeça na lua, repetindo as palavras de desprezo de France, mas me lembrando o quanto seria melhor pra mim, ficar naquele trabalho.

O primo dele ia ficar me ajudando durante um ano após o parto, e eu só tinha de ficar ali por seis meses. Olha ironia dessa vida, a própria família do meu bebê envolvida.

Tia Flavinha estava cozinhando quando cheguei, sempre de cara fechada quando me via, e aquilo me magoava demais.

- Isadora me contou do seu comportamento lá na casa dos ricaços. Espere que não tome nenhuma atitude idiota. - Colocou os olhos em mim, como se soubesse de alguma coisa. - Essa criança na sua barriga não vive do seu orgulho ou dos seus medos.

Fui tomar um banho e me deitei na cama. Pensando em Angelita e rezando para a Santinha me iluminar. Estava claro que France nunca ia sequer sonhar que era o pai do meu nenem, só cabia a mim não dar nenhuma bandeira.

E tinha que parar de me martirizar. A besteira estava feita. Tinha agido como idiota tanto quanto ele, ou pelo menos metade e agora era leite derramado.

Passei a mão na minha barriga e tomei rapidinho a decisão de voltar para a mansão. Seria a melhor coisa a fazer, e não teria duas chances daquelas.

Tratei de enviar uma mensagem para Andrea, e ele logo respondeu agradecendo. Tinha simpatizado com ele, e me dava a certeza de ter escolhido o italiano errado.

Na manhã seguinte antes de voltar para a casa dos Battorini, minha amiga Jo veio me levar para comer fora, buzinando na porta de casa e irritando minha tia de propósito.

Me contava com detalhes sobre suas transas com Zé Prata, e como era safado o negão. Me convidou para conhecer um primo dele no meu dia de folga, e logo fui negando.

Não queria me aproximar de nenhum homem que fosse. Não tão cedo. Precisava organizar minha vida primeiro.

Chegamos na mansão e Andrea nos esperava. Estava sentado num sofá branco no jardim e virou para nos ver se aproximar, tinha feito a barba e o olho verde se destacava tanto que eu e Jo demos um pulo só de o ver.

 Estava sentado num sofá branco no jardim e virou para nos ver se aproximar, tinha feito a barba e o olho verde se destacava tanto que eu e Jo demos um pulo só de o ver

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- Que gaaatoooo. Que gatoooo. Puxa, Kari. De que está esperando para atacar? - Apertou meu braço com as unhas longas e afiadas, me fazendo reclamar de dor.

- Estou trabalhando. - Deixei claro, mas não podia negar que o primo do italiano perigoso era mesmo um lindo homem e bondoso ainda por cima.

- Karina, eh? - Se levantou para vir ter com a gente. Sorriu de gentileza para Jo que logo retribuiu com toda sua alegria. - Prazer. Sou Andrea Battorini.

- Todo meu. Jo Brandão. - Nem disse o nome por inteiro, já querendo ficar na intimidade.

- Mui bela. - Elogiou. - Só ragazzas bonitas.

Agridoce: Um Italiano PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora