Karina
- Ah por favor me poupe! - Tentei não gritar na cara dele, antes de dar meia volta com Matteo no colo e fui barrada por dois homens maiores que eu. Não tive medo. - Saiam da frente!
Como podia dizer para eu o amar? Soava a ridículo, tanto que voltei atrás apontando o dedo na cara de Francesco.
- Seja feliz. Esse casamento era ridículo. Vou embora para sempre. Vou sair desse lugar nojento. - Comecei a dizer as palavras que tinha me dito da última vez que nos vimos. Naquele fatídico dia. - A parte que mais concordo era sobre o casamento. assim como o amor idiota que sentia por você e tenho certeza de ter pedido para não voltar nunca mais.
- Ma io tinha que ir. - France ignorava o burburinho, as atenções viradas para nós, assim como as pessoas que entravam e saiam.
- E acha que pode ir e voltar quando quiser? Se poupe. Me poupe. Nos poupe! - Meus olhos estavam tão abertos que tinham começado a picar.
- Ma que frase brega, Fujona. - Lá estava ele com todas suas piadinhas que de momento me irritavam. A sério que estava preferindo mais seriedade em minha vida.
- Apenas esqueça. - Digo com certeza, me afasto e vou caminhando para fora do salão. Oiço vozes atrás de mim, mas coloco Matteo na parte de trás do carro e saio dali o mais rápido possível. Meu coração estava batendo forte mas cheio de raiva, não era normal o que estava sentindo, não quando devia ter o pior dos desejos por Francesco.
- Mamãe está tudo bem? - Meu filho me pergunta sentado atrás. E então descubro que lágrimas banhavam meu rosto e minhas mãos tremiam sem parar. Precisava me recompor, não era mais a menina fraca de antes.
Maldito italiano!
- Claro meu bem. Vamos para a festa? - Pergunto com um sorriso carinhoso e ele confirma com a cabeça todo empolgado.
Quando chegamos na sala de festas do nosso condomínio, vejo tia Flavinha suspirar assim como Jo que logo se aproxima.
- Eu não sabia de nada. Zé fez tudo nas minhas costas. - Ela diz e eu quase duvido, não fosse a cara de ovo mole que Zé estava fazendo em frente da mesa dos doces.
Apenas respiro fundo, e vou cumprimentar outros convidados tentando parecer normal mas em nenhum momento largo a mão de Matteo. Estou com certo receio ao mesmo tempo algo me diz para não temer. É muita contradição na minha vida!
- Está tudo bem? - É só naquele momento que me lembro de Fred. Ele me traz uma bebida, carrega Matteo em seus braços. - Parabéns. Trouxe o seu presente.
Me entrega uma caixa vermelha, é pequena e tem um lindo colar.
- Obrigada. - Estou sem graça. - Desculpa ter saído assim da formatura.
- Pensei que o pai do seu filho não fosse mais voltar. - Comenta comigo quando o almoço é servido e estamos todos sentados a comer ouvindo a música tocar.
Fico sem apetite algum. Meus olhos varrem o salão de festas todo decorado, e fico grata por ver que Francesco não está ali.
- Foi o que eu pensei. - Respondi sem querer entrar naquela conversa. - Temos que conversar Frederico. Se Francesco está de volta, por muito que queira não posso proibir que visite Matteo.
E isso me dói como nunca. Eu o criei sozinha praticamente e agora o italiano caía do céu depois de tudo. Não era justo!
- Claro. Matteo ainda tem o resto de uma vida. - Ele aperta minha mão. - O que me preocupa é você. Parece que estava esperando ele voltar.
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Agridoce: Um Italiano Perigoso
RomanceFrancesco Battorini era um canalha do pior. Cansada de suas traições, sua esposa Fabiola o abandona com uma filha de seis anos para cuidar. Karina tinha sido uma das vítimas do perigoso italiano. Tendo se envolvido por uma noite, se vê grávida e sem...