Réveillon

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Estou me olhando no espelho, tenho una roupa nova e estou empolgado. Ia levar a Fujona para jantar fora quella notte, mio cuore saltava tanto que nem um palhaço num trampolim.

Zé Dourado me emprestou o carro, que nem era dele, negro sempre tem essa mania, emprestar cosas emprestadas.

A danada da Jo tinha sumido das mias vistas, ma pelo menos ofereceu dois bilhetes de gala no hotel para a festa do réveillon. Ela ia viajar a trabalho, pelo menos era o que tinha dito ao idiota do Zé, perche me digam: Como una persona vai viajar se o trabalho está ali mesmo? Não era como se ela fosse una persona importante, na verdade não passava de una rececionista, então não entendo que trabalho seria esse.

Na verdade entendo si. E Zé também, mas fez ouvido de surdo  porque Jo lhe deixou com denaro, alugou una casa em Angra dos Reis e com tutto pago. Ele ia levar uns amigos para lá, incluindo o signore Nunes, e até me chamou para ir, mas io não ia deixar mia Fujona e molto menos mio bambino.

Não agora que ela tinha aceitado ser minha noiva. Graças a aiuta de tia Flavinha, claro, tuttavia io sabia que Karina também estava feliz. Eu de vez em quando apanhava ela olhando para o suo anel no dedo.

Juro que io podia vender una bola mia só para saber com quem Jo estava indo viajar no final de ano. E quem era esse que bancava tanto denaro com essa facilidade toda?

- Eu que fico com a criança e vocês lá se divertindo. Podiam pelo menos me dar alguma coisa. - Tia Flavinha segurava Matteo em suo braço. Estava gordinho como ela mesmo, e os olhos azuis bem abertos.

Só quella carapinha estava mudando, os fios lisos já não estavam assim tão como quando nasceu. Ia ter o cabelo armado com toda certeza. Duro de pentear e todo em pé com cachos.

- Per favore, a signora dorme cedo por conta da idade aproveita e fica com o Matteo. - Vi ela bufando de raiva.

- Mas escuta só seu italiano atrevido! Saiba que sou uma velha que dá conta, se seu pai quisesse testar ele ia ver só!

- Per l'amore di Dio. Nem quero imaginar. Para mim a signora é mãe de Karina, e se quello é mio padre e vocês ficassem juntos, nós seríamos irmãos.

Tia Flavinha abriu a boca pensativa, e depois coçou a peruca dela.

- Eh... - Pensou alto. - Até que isso faz sentido? Mas pelo menos paga uma pinga aí que eu chamo a Isadora e ela vem aqui me fazer companhia.

- Ma está achando que io vou pagar pinga para quem vai ficar com mio bambino? Ma nem morto!

- Mas você está virando forreta hein? Não paga renda porque a casa é minha mas nem para agradar.

- Ma me diga, veja bem, quem tem que agradar ao outro aqui?

- Seu safado! - Tia Flavinha começou a rir, e io também. Velha maluca que todos gostam.

Ouvi o som de salto alto e mio cuore parou logo de bater. A Fujona estava linda, vestida de branco e cabelo arrumado.

 A Fujona estava linda, vestida de branco e cabelo arrumado

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Agridoce: Um Italiano PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora