Em fato o que aconteceu foi uma manifestação comunista no centro da cidade,não foi o pacifismo que esperávamos,entretanto era contra o governo imposto no país,não gosto de dizer que é uma **ditadura militar**,mas infelizmente tenho que admitir que é. Mesmo sendo uma cidade pequena de aproximadamente 400.000 habitantes,o foco policial é quaisquer revolta,e principalmente os grupos comunistas que surgiram. Entro muito nesse assunto ,pois se algo acontece com eles,eu consigo ver de perto o desespero da minha irmã,é doloroso admitir que faço parte disso,mas me orgulho em salvar a pátria.
Eu e Marina somos exatos opostos,é um fato é apenas o sangue e os pais que temos em comum. Pois a partir do momento que temos uma marxista e um policial durante uma ditadura,a situação é complexa.
O pior...E que não posso fazer nada a respeito. Se souberem sobre a pequena marxista,ela simplesmente some do mapa,ou como falamos,desaparecida. Não é confortável falar abertamente,por que é óbvio,me matariam.
Minha mente veio com esses pensamentos que me perturbaram,porém acabei pegando no sono.
Na manhã seguinte,acordei em meu quarto com a visão embaçada não conseguindo ver direito a parede cinza do meu quarto. Mas isso não era o pior,Marina não tinha me acordado aos berros hoje. Então me vesti o mais rápido possível,abotoando o uniforme Miltar o mais depressa possível,desci as escadas pulando alguns degraus agarrando o primeiro pedaço de pão que vi e sai correndo.
Quando cheguei ao centro vi uma multidão eram protestantes e policiais,rezei para que nada tivesse realmente grave.
Pelo jeito,Deus é surdo para mim. Tive que entar lá no meio e entender qual era o motivo,nisso achei um colega,puxei ele para longe,fomos até um beco,na divisa entre um prédio e uma cantina. Ele era bem pálido,tinha sardas e olhos verdes e esbugalhados,um cabelo cor de caramelo,era um baixinho,mas era forte.
Logo comecei a falar com ele:
- O que está havendo?!
- Ah!Bom dia pra você também,filho da puta.
- Okay,BOM DIA!Satisfeito?Agora só me explique que porra é essa
- So mais um bando de marxistas,estudantes,alguns opositores e aquele mendigo ali.
- Apenas isso..?
- Sim,mas vamos acabar com isso rapidinho,Fernando
- Como?
Nesse momento ele me mostrou uma arma. Saiu um pouco do beco para fingir que estava atirando na população
- VOCÊ ENDOIDOU,PORRA
- Não,mas foi licenciado
- MAS QUE ESPÉCIE DE DOENTE DEIXARIA UMA ARMA CONTRA A POPULAÇÃO!?!
- Calma ae. Nada vai acontecer...e eles estão ganhando. Merda
Ele saiu correndo com a arma na mão atirando para o alto e cantando
- COMUNISTA IMUNDO,TU VAI LEVAR CHUMBO
Realmente é necessário esse ódio..?
Tanto faz só fiquei observando,e vendo pessoas tentando se proteger e policiais,no entanto alguém me se aproximou demais e pude ver quem era,puxei-a pelo o braço e tirei ela de lá,era Marina,fiquei arrastando ela pelo o braço até um lugar onde não poderíamos levar uma bala perdida ou algo assim,no caminho ela me batia e me xingava na verdade nem falava nada,após o caminho dei um sermão nela:
- O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO!VOCÊ PODIA TER MORRIDO MARINA!
- ...
- VOCÊ NÃO ENTENDE!?MARINA
- NÃO ENTENDO!FERNANDO!
- VOCÊ PODIA TER MORRIDO!
- ASSIM COMO VOCÊ!
- VOCÊ NÃO SABE,ELES ATIRAM PARA MATAR!A ÚNICA COISA QUE ELES QUEREM VER NESSA MERDA DE VIDA É SUA LÁPIDE!
- FODA-SE. QUE EU MORRA POR ALGO QUE SEJA CERTO!O QUE VOCÊS FAZEM?!?SÃO REALMENTE OS HERÓIS!?
- SIM,SOMOS. E VOCÊ VAI PARA CASA QUERENDO OU NÃO.
- VAI SE FUDER.
Levei ela para casa,os nossos pais estavam trabalhando felizmente,ao chegar ela saiu batendo os pés e subindo as escadas em direção o quarto. Puxei ela pelo o pulso
- IREMOS CONVERSAR!ISSO O QUE VOCÊ FEZ FOI MUITO SÉRIO!
Ela me arranhou e acabei por soltar o pulso dela,Marina continuou a subir e chegou ao quarto dela,antes de virar as costas gritou
- E QUER SABER!PREFIRA NUNCA TER NASCIDO DO QUE TIDO UM IRMÃO COMO VOCÊ. E bateu a porta
...
...Desculpa.
Desculpas...
Batia na porta com cada vez menos força. E ela não me respondia,não posso brigar com minha irmã ou senão fico sozinho,pois minha vida é isso,uma solidão,um vazio é como você sabe que está sozinho mas não quer admitir.
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Mas Que Nada
Historical FictionEm 1970,um jovem chamado Fernando,é um policial durante o período militar. Sua irmã que é seu completo oposto,é uma comunista forte e completamente contra a ditadura,o contrário dele,mesmo com isso ela é a única companhia que tem. No auge da ditadur...