Quinta folha

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Há diversos motivos para eu odiar ele:Jovem,rebelde,salário baixo e comunista ele não teria condições de cuidar dela. Não quero isso para ela. Marina não merece um cafajeste como essa praga,em fato,ela não nunca iria merecer.
Mas,entretanto creio que minha aparência em relação a ele não era de bom modo também,por mais que esteja me tratando bem,no fundo ele sabe o Mal que posso fazer contra teu movimento. No fundo somos dois ufanistas,mas com pontos de vista diferentes.
Pude notar no passo atrapalhado dele,vir com uma bandeja de prata com dois copos. Seu nome era Marcos,e ele me entregou uma das xícaras:
  - Então Fernando,ou cunhado?-disse ele soltando algumas risadas
  - Não te suporto,asno.
  - Eu...Infelizmente,sei disso. Mas tem que pensar como sua irmã,ela me ama...E eu amo ela,ela é minha vida.
  - Você não sabe o que sua vida é
  - Sim...Sim eu sei.
  -O que seria?
  - Amar.
  - Amar?Você está insinuando,Marcos?
  - Se não for para viver por amor,então prefiro não viver.
  - Tem certeza disso?Nem sempre o amor nos leva aos bons resultados...
  - Mas,vai me levar para algum lugar não vai?
  - Vai.
  - As lágrimas muitas vezes fazem um novo sorriso.
  - Não acho.
  - Sua opinião,Fernando..
Ele realmente parecia apaixonado,nunca vi alguém falar tão bonito assim...Se ouvisse a ele mesmo não iria discordar. Mas ainda fiquei analisando.. Tinha roupas folgadas,sua camiseta tinha apenas uma corda arregaçada como prendedor,era um laranja bem bem claro com listas na vertical um pouco mais escuras . Usava uma calça preta e sapatos desgastado,porém eram chiques. Tinha um chapéu preto com uma listra cinza.
Tinha um belo sorriso,tenho que admitir.
Certamente,o desgraçado não me deixava quieto. Cansado dele,decidi chamar minha irmã,que estava no quintal colhendo maçãs,era um pequeno Mato com pomar de maçã e laranja,era tranquilo,mas a vida dos dois era agitada. Antes de sair da cadeira Marrom enfeitada com encaracolados brancos costurados,Marcos me disse algo que me paralisou
  - Ela...Ela não volta mais para casa..
  - COMO?!?QUE PORRA É ESSA?
  - Ela vai morar comigo,já falei com os pais dela,ela vai voltar para casa para pegar as coisas.
  Nesse momento,ela apareceu,tinha ouvido parte da conversa.
  - É verdade,Fernando,vou morar aqui.
  - ...Quer saber...Não importa
  - Desculpa irmão,Mas iremos voltar pra casa para pegar nossas coisas!
  - Nem precisa. Vou fazer isso mesmo
  - Você está chateado...Deveria ter te avisado mais cedo...Descul...
  - JÁ FALEI QUE NÃO ME IMPORTA!
  - ...Desculpa...
  Ela tentou me abraçar,mais empurrei ela. Sai não olhando para ninguém.  Apenas bati a porta.
Estava bravo,bravo por ter confiado muito nela,por que sabia que ia terminar sozinho. Mas não assim. Não por ele.
Nesse momento chegou Leonardo,o baixinho que tinha encontrado lá no protesto,o policial doido de olhos verdes, estava com um machucado na boca,mas falava como uma criatura inimaginável:
  - OLÁ,FERNANDO
  - Oi...Leonardo
  - Como foi o dia?
  - Uma bela merda.
  - Sei como é. Ele disse tentando colocar a mão em volta do meu pescoço e ombro.
  - Sabe..?
  - Sim,sei,mas você não deve se prender ao passado!
  - Mas,aconteceu a minutos atrás
  - Não importa a quanto tempo aconteceu,o fato é que aconteceu. E a única coisa que pode fazer é seguir em frente
  - ...Obrigado,Leonardo
  - De nada!Agora vá para sua casa. Amanhã a gente se fala,amigo.
  -Boa noite
Amigo...Obrigado...
Fui para casa,ao chegar lá,tive que lidar com os sermões do meu pai.
  - Que alegria é essa Fernando?Parece que viu o passarinho azul.
  - Ganhei um amigo.
  - Surpreendente.
  - Obrigado.
  Estava feliz,porém triste por Marina,na verdade,mais bravo do que triste...Tinha que acordar cedo para entregar as roupas...Não queria ver o rosto dela...Ela sabe como sou e como me sinto,é um arraso. Mas ela se arrepende,espero eu
No melhor e no pior,não estou mais sozinho...
E só Deus sabe como esperei por isso
Para ser honesto,estava ansioso para o dia que iria vir,pensava como ia ser,arrumava os vestidos e roupas da minha irmã numa maleta de couro marrom escura,estava ajoelhado no chão de madeira nova e brilhante com uma cor marrom amerelada.

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