Chapter 5 - What's Hatnin'?

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  • Dedicado a Emilly Cicolin
                                    

Hoje fora um dia bem exaustivo. Os ensaios não têm sido nada fáceis graças à birra e implicância constante de Kimberly. Eu realmente não consigo compreender por que essa garota apenas não se concentra em seu trabalho. O ensaio já havia terminado há três horas, mas eu ainda precisava aperfeiçoar meus passos. Segundo o Sr. Bieber, a próxima turnê seria bem grande, então tudo precisa sair perfeito. Doguies, pop locks, mas na hora do boogie eu sempre errava algum passo, e isso me irritava completamente. Decidi fazer uma pausa para comer algo, e logo depois voltar à ensaiar. Pretendia ensaiar a madrugada inteira e só descansar quando acertasse.

Desci as escadas silenciosamente, tentando fazer a menor quantidade de ruído possível para não acordar ninguém. Passando pela porta do Justin, podiam-se ouvir gemidos, que deduzi serem de Kimberly ou de uma vadia qualquer. Fui até a cozinha e preparei um sanduíche de peito de peru e queijo, me servi um copo de suco e me sentei na bancada. Comecei a analisar a vida de Justin até ali. Eu havia acompanhado toda ela. Desde o primeiro single, até o inicio de sua fase bad boy. As lembranças dominavam a minha mente, milhares de memórias e lembranças me invadiam, as mais felizes às mais tristes. Não conseguia entender como aquele Justin que eu, de certa forma, conheci, havia se tornado tão frio, tão baixo e tão viciado em drogas.

Era triste ver aquilo e não fazer nada. Bom, pelo menos não ter permissão para fazer. Sacudi a cabeça negativamente, como que para espantar as lembranças e continuei comendo, me concentrando apenas em uma solução para os passos que eu errava. Ouvi passos pelo corredor e me endireitei na cadeira, esperando por quem quer que fosse.

— Barbara, ainda acordada? – Me surpreendi com a voz de Rowan

— Pois é, estou sem sono... Estava ensaiando, parei apenas para me alimentar. – disse, após beber um copo de suco.

— Você está com uma cara nada boa. – Rowan me fitava, como se me analisasse.

— Deve ser cansaço, Ro. – sorri e dei de ombros.

— Não, não é mesmo. Conta pro tio Rowan, o que está acontecendo? – Rowan cruzou as pernas e me lançou um olhar maternal, me fazendo rir baixo.

— É que... – bufei — Primeiro, prometa manter segredo! – Olhei seria para Rowan, que apenas assentiu.

— E por que contaria para alguém? – Rowan sorriu me passando confiança.

— Isso é algo de extrema importância para mim. Mas, vou te contar. – sorri, enquanto Rowan acariciava meu ombro esquerdo.

Respirei fundo, pensando se deveria contar exatamente tudo a Rowan, mas deduzi que não. O conhecia há apenas alguns dias, ainda não tinha tanta confiança nele, por mais que ele tentasse transmiti-la. Terminei meu lanche, passei a mão nos cabelos e olhei para o vazio, sentindo a dor que me perseguia me invadir lentamente.

— Quando quiser começar... – disse, mas o interrompi.

— Eu, sou Belieber. – disse, puxando ar para os meus pulmões, tentando me preparar para o resto da história.

— Belieber eu também sou, gata, afinal, trabalho para o Sr. Bieber. – Rowan disse, como se fosse obvio.

— Não, você não entendeu. Sou belieber, desde dois mil e nove. Acompanho a carreira do Justin desde sempre e... – Rowan me interrompeu.

— Então, você é uma fã? – ele arqueou uma sombrancelha.

— Belieber... – corrigi, e Rowan sorriu.

Continuei contando para Rowan sobre a minha tragetória como belieber. A emoção que eu sentia quando era mais nova só de pensar em estar com ele, e a frustração ao ver como ele realmente era, totalmente diferente dos meus sonhos de menina. Contei que meu lado fangirl havia sido enterrado, mas ainda era decepcionante e doía muito vê-lo se entregar de corpo e alma as drogas. Quando me dei conta, estava chorando enquanto fazia comparações do começo da carreira de Justin. Não contei sobre o episódio que destruiu muitas das minhas expectativas por Justin há dez anos, por mais que sentisse extrema necessidade de contar e finalmente sentir um alivio temporário por isto. Rowan acariciava meus ombros, tentando me fazer acalmar e olhava no fundo dos meus olhos. Seu olhar transmitia conforto e parecia compreender a dor que eu sentia. Rowan ficou bastante tempo calado, como se tentasse procurar uma solução para a minha dor, e foi ai que percebi que Rowan era uma pessoa doce, repleta de compaixão.

Dirty DancerOnde histórias criam vida. Descubra agora