| Don't Touch Me |

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Quando os meus olhos cruzaram com a figura que estava diante de nós, o meu coração saltou um batimento cardíaco.

Vestido com um sobretudo preto, lá estava ele, parado, a olhar para nós com um sorriso ligeiro no rosto:

— Digam-me que isto é apenas uma alucinação de grupo. - implorei.

O seu sorriso abriu consoante o soar da minha voz.

Para escondê-lo, ele passou a mão pela boca e de seguida, juntou as palmas das mãos:

— Iam começar a comer sem mim?

Olhei ao meu redor.

Vi a minha mãe a levantar-se com as mãos a tremelicar e com os olhos cheios de lágrimas desesperadas para cair. Lentamente, ela desviou-se da mesa de jantar e andou até ele.

Com apenas um passo de distância entre os dois, os seus olhos percorreram a face dele, analisando cada detalhe até cada fronteira...Não deixando escapar nada.

Logo vi a mão direita da minha mãe a pousar perto do ouvido dele, permitindo que o seu polegar atingisse a sua sobrancelha direita: grossa e bem delineada.

Uma lágrima escapou pelas maçãs do seu rosto, logo que o seu dedo detetou a pequena irregularidade causada pela cicatriz que havia em comum entre nós:

— Derek... - sussurrou ela. — És mesmo tu.

— Sou eu, mãe. - falou ele, colocando a sua mão em cima da mão dela.

— Oh, meu amor!

Exclamou a minha mãe, explodindo em lágrimas.

O braços de ambos encaixaram-se como um pequeno puzzle.

Olhei para o meu pai.

Ele estava com os olhos cristalinos e com as mãos a tremer ao assistir aquele reencontro. Quando a coragem bateu à sua porta, ele levantou-se e aproximou-se ligeiramente dos dois.

A minha mãe sorriu ainda com o braço à volta da cintura do Derek e acenou a cabeça como se tivesse a dar confirmação de que aquilo era real... de que ele era real.

O meu pai olhou-o nos olhos e ao vê-lo sorrir, foi acolhido por um grande abraço.

Desviei o meu olhar para a Gina.

Ela estava sentada de lado com as mãos a tapar os olhos.

A mão, pouco firme, que se encontrava em cima da mesa movia-se de acordo com o soluçar do seu choro.

A Scarlett limitava-se a consolá-la. No entanto, as suas linhas definidas na testa indicavam que ela, tal como eu, estava a tentar entender como tudo isto era possível:

— Aonde está a minha irmã?

Perguntou o Derek ao aproximar-se da mesa de jantar, deixando os meus pais um pouco para atrás. Assim que o vi a chegar perto dela, desviei-me e coloquei-me à frente da Gina:

— Não dês nem mais um passo. - ordenei com a mão esticada e as sobrancelhas levantadas.

— Justin... - murmurou ele com um sorriso. — Eu já ia chegar a ti.

Double Blood | J.B {português}Onde histórias criam vida. Descubra agora