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— Meninos, se vocês não ficarem quietos, vou ter que mandar parar o carro.
Avisou a nossa mãe no meio da gritaria toda que estava acontecer.
— Dá-me o brinquedo, Justin! - disse, puxando-o para a minha mão.
— Não! Eu quero brincar com ele. - respondeu ele, puxando para o seu lado.
— Pára! - gritei, batendo na sua cabeça.
— Ai!
Reclamou o Justin, chorando histericamente.
O nosso pai, já cansado da confusão que estava acontecer no banco de trás, olhou para nós com o seu olhar de morte e perguntou:
— Vocês não ouviram a voss--
— John, cuidado!
Assim que olhamos todos para a frente, uma luz enorme encadeou os nossos olhares pela última vez, ficando, de seguida, tudo negro.
(...)
Assim que ganhei os meus sentidos de volta, o meu primeiro reflexo foi tossir... tossir e tossir devido ao fumo que entrava agressivamente pelas minhas narinas, irritando os meus canais respiratórios:
— Mãe? Pai?
Senti a porta do carro a abrir.
De seguida, braços fortes pegaram em mim, tirando-me daquele ambiente claustrofóbico.
Por momentos, pensei que fosse o meu pai, mas depois apercebi-me que apesar da força do corpo daquele indivíduo ser idêntico ao do meu pai, o seu cheiro era diferente...
O seu toque era frio e a sua pele era áspera.
Não havia o calor paterno que eu reconhecia tão bem e tive dificuldades em ouvir qualquer tipo de batimento cardíaco através do seu peito.
Aflito, mas demasiado fraco para revoltar-me, perguntei ainda com a voz rouca:
— Quem és tu?
— Eu sou o teu salvador. - disse uma voz grossa.
— Eu quero o meu pai.
— Não te preocupes, pequeno. Vou levar-te para um sítio seguro.
— Não... A minha família está a mo...
Murmurei segundos antes de apagar por completo.
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Double Blood | J.B {português}
Fiksi PenggemarJustin luta contra os seus demónios todos os dias. Ele tenta fugir do seu passado a sete pés. No entanto, a missão torna-se impossível quando ele é constantemente perturbado pela presença de uma entidade que antes lhe era bastante querida. Estará J...