Um Amor Sem Despedida

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*Capítulo narrado pela Jessy*

MEU ROSTO DEVE ESTAR UMA
Merda.

Chorar nunca foi uma de minhas virtudes. Na verdade, chorar é tão raro quanto eu achar uma moeda no chão - o que nunca me acontece de fato.

Acabei não chamando a Mônica para irmos para escola, com certeza, ela virá com o Jonathan e não estou afim de olhá-lo tão cedo.

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A aula finalmente acaba.

- Vamos? - Chamo a Mônica para irmos embora.

- Vamos. - Fala, levantando e pegando a sua bolsa.

Passamos pela porta e seguimos em direção à saída.

Estranho... Cadê o Jonathan? Não deveríamos esperá-lo?

- Não vamos esperar o seu primo? - Indago.

- Ele não vai mais ficar aqui. A mãe dele sofreu um acidente. -Explica enquanto andamos.

Paramos para esperar o farol.

- Entendo. - E é a única coisa que consigo dizer.

O farol abre e atravessamos a rua.

Apenas escuto ela falando sobre o quão legal foi a festa, mas não falo nada. Isso porque, não estou acreditando, que ele foi embora assim, tão rápido. Sem nem mesmo dizer um adeus.

Chegamos na nossa rua.

Atravesso e aceno para a Mônica. Ainda não acreditando no que ela me disse.

- Mãe! Cheguei. Estou indo para o meu quarto. - Digo abrindo a porta e entrando.

Subo a escada correndo.

- Tá. Não esquece que hoje você deve lavar o banheiro! - Grita da cozinha.

- Eu sei, irei lavá-lo. - Grito de volta.

Talvez essa lavada de banheiro, me ajude a esquecer um pouco sobre isso.
E pensando bem, foi melhor assim. Se ele continuasse aqui, eu apenas sofreria. Assim como não sei o que exatamente ele queria comigo; não sei se ele gostava de mim ou me via apenas como o amigo dele via a Mônica - O que é mais provável. Tenho que levar isso tudo, numa boa. Não posso pensar nele e não quero pensar em homens por um bom tempo.

Com a vinda dele, eu aprendi algumas coisas: Aprendi que me visto esfarrapadamente, e por isso nenhum cara se interessou por mim até hoje; Aprendi também a amar, mesmo que por pouco tempo...

O que me fez refletir sobre quem eu sou e porque sou assim. Como todo esse sentimento floresceu em mim e eu gostei - mesmo tendo que abrir mão - irei demonstrar isso com uma mudança, aparentemente falando. Irei me arrumar mais e ter um pouco de amor próprio - Ou pelo menos tentar.

O Jonathan foi o meu amor na infância  e ainda se fez presente na minha adolescência, que por sua vez é o meu hoje.

Porém, devido a certas circunstâncias, não poderá essa linha seguir a diante. Preciso mudar isso. Preciso me mudar.

Tentarei o meu máximo daqui para frente e esquecerei ele por completo. Afinal, o destino já nos jogou duas vezes no mesmo caminho, três vezes seriam demais. Acredito que esse foi o nosso último encontro.

E mesmo que você tenha ido embora, sem me dizer, pelo menos, um adeus, como deveria... Estarei dando adeus para você, com o meu coração. Seja feliz.
Meu primeiro amor.

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Meses depois...


- Já sabe em qual curso vai querer entrar? -  Mônica me pergunta, sentando, confortavelmente, em minha cama.

- Não sei. Talvez algo rápido de se formar. E você?

- Vou tentar Pedagogia.

Confesso que pensei de tudo, menos Pedagogia.
Não sabia que ela gostava de ensinar.

- Admiro sua escolha. Os Pedagogos tem uma função muito especial em nossas vidas, ai daqueles que negam ou desmerecem esses profissinais. São dignos de total respeito.

- Eu sei. É fantástico! Quero ensinar os pequeninos! - Ainda bem. Se fosse os adolescentes, receio que você fizesse besteira.

- Você tem todo o meu apoio! - Digo com ânimo.

Eu realmente não faço ideia do que fazer.
Preciso pensar a respeito.

- Vamos comer? Minha mãe preparou um bolo maravilhoso! - Digo, indo em direção a porta e abrindo-a.

Mônica levanta correndo, passando na minha frente, como se eu fosse comer o bolo inteiro, naquela fração mínima de tempo.

Parece que a operação "esquecer o Jonathan", não está sendo um total fracasso. Mas também, após horas me olhando no espelho, ainda não sei como mudar a minha aparência. Que frustrante.
Me pergunto, como ele está.... O que está fazendo... Como sua mãe está... Se ele está com novas garotas...

Viu só? É por isso que eu disse que não está sendo um total fracasso, mas está quase. Passaram-se meses e mesmo assim,ainda me faço perguntas inúteis, sem respostas. Às vezes, sou tentada a perguntar à Mônica, mas rapidamente me contenho. Me convenço que é melhor assim. Mas isso se repete inúmeras vezes.
Uma palavra para a minha vida: Frustração.

Preciso de um mangá novo. É disso que preciso. Mais tarde irei na Saraiva.

Espero que a minha vida, volte ao normal. Assim como estava antes da chegada dele. A minha vida? Não. A minha mente. Ou talvez... seja o coração?

A Jogada Do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora