Provocações?

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*Capítulo narrado pela Jessy*

- ACREDITO QUE NÃO SEJA DA sua conta. - Resolvo falar, já que não posso sair.

Fico o encarando.

Ele tira os meus óculos, e joga-o em cima da cama, mas ssem desviar o olhar.

Ele só está blefando. Acha que me engana...

- O quê? Vai fazer o que? Acha mesmo que consegue fazer algo? - Digo, encostando nossos rostos.

Como esperado, ele fica sem reação.

Bingo! Eu sabia.

Ele acha que pode brincar comigo.

Meu Deus.

Vamos ver quem brinca mais.

Agarro suas orelhas e aperto fortemente, rodando-o - o que o fez gemer com a dor provocado pelo aperto - e trocando de lugar comigo. Agora, quem está encuralado na parede, não sou eu e sim ele.

Bato forte com as minhas mãos na parede ao redor dele - não é como se eu tivesse força, ou algo do tipo. Suponho que ele se deixou ser levado - Chego mais perto e mais perto. Já sinto a sua respiração sob a minha face.

Olho para os seus lábios, da maneira mais atraente que eu posso - se é que isso é possível para mim - e finjo que vou beijá-lo.

Lentamente vou fechando os olhos e me aproximando cada vez mais.

Encosto os meus lábios no dele.

E... é bom... é tão bom que me faz querer um pouco mais.

"O que estou pensando?"

Quase caio em minha própria armadilha.

Abro um dos meus olhos e vejo que ele está com os olhos fechados, esperando pelo suposto beijo.

"Missão concluída com sucesso."

Sorrio e retiro meus lábios dos seus. Alcanço os seus ouvidos e digo:

- Brincar com outros é legal, não é?

Ele me olha, tentando entender o que aconteceu ali.

Saio andando, em direção a porta.

Isso foi demais para mim. Sinto que meu coração vai pular. Quero sair daqui logo.

Chego perto da porta, e coloco a mão na maçaneta, quando uma mão agarra o meu pulso.

Puxando-me para si, com força.

Encara-me e envolve seus braços em minha cintura, trazendo-me bruscamente para mais perto dele.

Tento sair, mas, trabalho perdido.

Ele cola os nossos corpos um no outro.

Isso me aflinge, porque ele pode ouvir o meu coração, que está a mil.

- Sabe... Quando você começa algo assim, você deve terminar. - Disse, me puxando para si, com mais força.

Sinto que vou morrer.

Meu Deus.

Meu coração não vai aguentar tudo isso.

Ele coloca a sua mão esquerda em minha nuca e aproxima nossos rostos.

Parece que estou pegando fogo.

- Cheguei! - escutamos uma voz vindo provavelmente da escada.

Ele me solta e eu estou agradecendo mentalmente por ela ter chegado no momento certo.

Abro a porta e vou ao encontro dela.

- Já acabamos. Estou indo agora. - Digo, tentando não demonstrar o quão atordoada estou.

- Mas eu trouxe Ruffles, para compensar a minha ausência. - Disse, mostrando a sacola.

Roubo a sacola de sua mão e saio correndo.

Não irei ficar aqui, depois disso e também não perderei as batatas.

- Fui! - Gritei.

- Eeei!! Não é só para você! - Ela gritou de volta, mas ignorei e fui embora, o mais rápido que pude.

Atravesso a rua, ainda correndo.

Chego em casa e me direciono ao meu quarto.

Caio de cara na cama.

Na verdade, não era bem assim que eu queria que acabasse.

Naquela hora em que eu me aproximei dele, na hora em que ele me perguntou pelo suspiro... Eu estava indo dizer a verdade, que ele tinha sido o meu primeiro amor, e por isso eu tinha suspirado. Mas, amarelei na hora. Pensei em mil coisas que poderia acontecer, como, ele rir e zombar de mim. E isso eu não aceitaria. Jamais.

Mas, não pensei que chegaríamos a tal acontecimento.

- AHHHH, MERDA! - Grito comigo mesma.

O que eu faço agora? Isso é vergonhoso. Nem sei como lidar com essa situação. Manter a minha expressão "tô-nem-aí", não vai ser tão fácil.

Bom, ainda bem que hoje é sexta e amanhã não tem aula. Penso nisso depois.

Caminho até o banheiro e banho-me.

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"Aquela sensação... não sai dos meus lábios... e aquela cena não sai da minha mente..."

Como eu nunca beijei ou dei um selinho sequer, suponho que seja por isso.

- Mãe, não irei jantar hoje. - Grito do meu quarto.

Ela grita de volta, dizendo "Okay".

Abro o pacote de Ruffles e me afundo neles.

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