A Jogada Do Destino

Decisão

*Capítulo narrado pela Jessy*

ENTRO NO QUARTO DA MÔNICA
e sento na cama.

- Você disse que tinha algo importante para me falar, o que é? - Pergunto ansiosa.

- Sim, mas por que está vermelha? - Pergunta com uma expressão desconfiada.

- Não é nada. - Digo, batendo as mãos na bochecha.

Aquele idiota! Ele acha mesmo que vai me enganar assim? Ele não sabe com quem está se metendo.

- Cadê o Jon? - Pergunta olhando para fora.

- Sei lá. - Falo sem se importar. -Agora me diz logo. - Olho-a sem paciência, afinal o resto que eu tinha o Jonathan torrou.

- Calma, calma. Na verdade, eu conheci um cara. - Diz com as mãos no rosto, envergonhada.

- Outro? Fala sério. - Reviro os olhos. - Achei que fosse algo mais grandioso.

- Você... Você fala assim porque não deixa o amor entrar na sua vida. Sua orgulhosa de uma figa. - Fala, cruzando os braços.

- Sou mesmo. - Cruzo os meus também. - Regra número 1, não depender dos outros. Regra número 2, não depender de sentimentos. Regra número 3, não se il-

- Não se iludir. - Mônica me corta.- Fala sério, não acredito que você ainda tá nessa. Vai me dizer que essas suas regras idiotas, ainda estão na contra capa do seu caderno?

- Está sim. Não vejo motivo para não ter.

- Isso é vergonhoso. - Fala, prendendo o seu cabelo.

- Eu não acho. Claro que regras como a 64 e a 67, estão na minha agenda. - Digo, estralando os dedos.

- 64 e 67? - Pergunta curiosa.

- Sim. 64, não se apaixonar pelo Ex da sua amiga, nunca, área estritamente proibida; e 67 nunca se apaixonar por homens mais novos.

- Não entendi, por que? Do ex até entendo, mas de homens mais novos?

- Porque é brochante. Não dá mesmo. Imagina: Digamos que agora namoro um cara. Ele tem 15 e eu 17. Até aí, tudo numa boa. Mas, com um ano de namoro eu estaria com 18 e ele com 16. Eu estaria sendo uma pedófila, já pensou nisso? Não, não dá certo. Namorar um menor de idade? Eu poderia pedir para ele me chamar de Tia, ou melhor Mamãe! - Explico.

- Você é muito exagerada e pensa demais. - Diz, gargalhando. - E você? Já pensou se você se apaixona por um cara mais novo? O que faria?

- Não mesmo, jamais. Imagina! Eu? O que te faz pensar que eu cederia? - Digo, incrédula.

- Você - Risos - é completamente sem noção.

- Obrigada. - Falo, orgulhosamente.

- Não foi um elogio.

- Eu sei.

A décima regra, também não está no caderno. É uma das regras que eu sigo fielmente. "Dar o primeiro beijo apenas com a pessoa amada."

Embora as primeiras regras pareçam anular totalmente o amor, não é bem assim. É apenas para me proteger de sofrer futuramente. Eu sonho sim com a pessoa certa. Não estou pedindo que venha em um cavalo branco ou com um tapete voador. Simplesmente, quero que aconteça. Que aconteça de forma natural.

- Ué, cadê o Jon? Por que não veio ainda? - Questiona. - Vai lá no quarto e chama ele.

- E desde quando virei um mordomo? - Levanto e coloco as mãos no bolso do moletom. - De qualquer forma, eu já vou. - Vou caminhando em direção a porta. - Ah - Digo, virando. - Pinta o meu cabelo amanhã? - Pergunto.

- Pinto sim. Que horas?

- Às 15:00 horas? - Falo me virando e saindo do quarto.

- Combinado. Até amanhã. - Se despede.

- Até. - Aceno com a mão, indo embora.

---

Coloco meu pijama e me deito.

Esse garoto não sabe quando parar, não é mesmo?

Por que a insistência em brincar comigo? Faz algum sentido?

Bom... a não ser que...

- A não ser que eu tenha ferido o seu orgulho. - Murmuro olhando para o teto.

Que ótimo. Olha só o que eu causei com a minha imprudência.

Reviro os olhos.

Preciso pensar em algo para acabar com isso...

Mas o quê?

Talvez... Talvez se conversarmos a respeito, como duas pessoas maduras, acredito que resolva.

Pelo menos, é o que eu espero.

- Amanhã! Amanhã falarei com ele. - Falo em voz alta, desligando o abajur.