01.

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Gente, só para explicar, eu vou contar a história delas agora, no prólogo já tinham se passado uns bons anos.

Não esqueçam de favoritar.

Eu agradeço muito.

[...]

Após o por do sol e todos terem jantado, Lauren sentiu uma onda de alegria tomar conta de si, ela adorava este tipo de tarde, desfrutada ao som de risos compartilhados e conversas bem-humoradas. Ela estava feliz por ter suas amigas de infância ainda com ela, por fazerem parte da vida, ela sabia que a vida às vezes se parecia com um jogo de azar, e havia sobrevivido a mais do que apenas alguns acidentes e quedas, alguns dos quais deveriam ter causado ferimentos bem mais sérios do que os que sofreu. Mas não era só isso. A vida era imprevisível. Outras pessoas que ela havia conhecido já tinham morrido em acidentes de carro, se casado e divorciado, se viciado em drogas ou álcool, ou simplesmente se mudado para outro lugar, para longe daquela pequena cidade, e seus rostos já começavam a se apagar da sua memória. Quais eram as chances daquelas quatro - amigas desde que estavam no jardim de infância - continuarem em contato depois de tantos anos, e ainda passarem os fins de semana juntas? A probabilidade era pequena, ela pensava. Mas, de algum modo, depois de estarem juntas durante a adolescência, com todos os seus problemas com acnes, garotas e garotos e a pressão dos pais, e depois de frequentarem quatro faculdades diferentes com objetivos de carreira distintos, todas elas, uma por uma, voltaram a viver em Beaufort. Elas se pareciam mais com uma família do que com um grupo de amigas, inclusive tinham expressões em código e experiências compartilhadas que ninguém que não fizesse parte daquele grupo conseguiria entender plenamente.

Perdida em pensamentos, Lauren não havia percebido que a conversa tinha parado em algum ponto.

- Perdi alguma coisa?

- Eu perguntei se você andou falando com Keana nos últimos tempos - repetiu Dinah, com um tom de voz que deixava implícita a mensagem de que Lauren estava encrencada. Todos, ela pensava, se interessavam um pouco demais pela sua vida amorosa. Assim, todas as mulheres com quem Lauren namorava eram submetidas a uma avaliação sutil, mas incisiva, especialmente por Dinah. Ela geralmente era a líder do grupo em momentos como esse, sempre tentando descobrir o que despertava o interesse de Lauren em uma mulher. E Lauren, é claro, adorava retaliar aquilo com as próprias provocações.

- Faz algum tempo que não falo com ela - disse ela.

- Por que não? Ela parecia ser uma pessoa legal.

Ela também era um pouco mais neurótica do que a média, pensou Lauren. Mas a questão não era aquela.

- Foi ela quem terminou o namoro, não se lembra?

- E daí? Isso não significa que ela não queira que você ligue.

- Dinah, ela é louca.

- Quanto tempo durou o seu namoro mais longo? dois meses? quatro meses? -Dinah inclinou-se
para frente.

Lauren pensou na pergunta.

- Eu namorei com Olívia por quase um ano.

- Acho que ela não está perguntando sobre a época em que estávamos na escola - riu Ally. Ocasionalmente, suas amigas gostavam de fazê-la andar sobre brasas, por assim dizer.

- Obrigada, Ally. - disse Lauren.

- Amigas são para essas coisas.

-Você está fugindo do assunto - insistiu Dinah.

Lauren tamborilou os dedos na mesa.

- Eu não lembro, Dinah. - Exclamou impaciente.

- Em outras palavras, pouco tempo para se lembrar. - Exclamou Normani.

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