18. Fim.

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Último capítulo.

:(

Farei comentários apenas no final, espero que gostem.

Tenho uma pergunta, gostaram de Down?

Eu amei!

Boa leitura!

Não esqueçam de favoritar. sz

[...]

- Ele disse que não pode esperar. É urgente.

Lauren desculpou-se com o cliente e disse a sua assistente que cuidasse das coisas enquanto ela atendia o telefone. Foi até o escritório e fechou a porta. No telefone havia uma luz piscando, avisando que Harris aguardava para falar com ela. Pensando naquela ocasião, ela não tinha certeza sobre o que esperava ouvir. Sentia, entretanto, uma sensação de que algo sinistro estava para acontecer quando levou o telefone até a orelha. Era a primeira - e a única - vez que Elliot Harris havia ligado para ela no escritório. Ela se endireitou e apertou o botão.

- Aqui é Lauren Jauregui. - disse ela ao telefone.

- Dra. Jauregui, aqui é Elliot Harris. - disse o diretor. A voz dele era calma, e Lauren não conseguiu detectar nenhum indício do motivo do telefonema.
- Eu acho que a senhora devia vir até a casa de repouso assim que possível.

No curto silêncio que se se seguiu, um milhão de pensamentos passaram pela mente de Lauren: Camila havia parado de respirar; a situação dela havia piorado; de algum modo, toda a esperança havia desaparecido. Naquele instante, Lauren segurou o telefone com força, como se estivesse tentando evitar o que quer que fosse dito a seguir.

- Camila está bem? - ela perguntou, finalmente. As palavras pareciam estar engasgadas.

Houve mais uma pausa, provavelmente apenas um segundo ou dois. Um piscar de olhos que demorou anos, era como ela o descreveria hoje; mas as duas palavras que se seguiram fizeram com que ela deixasse o telefone cair. Lauren saiu correndo em direção a recepção, uma garota que tinha 18 anos e trabalhava na recepção, olhou para ela com olhos arregalados quando ela se aproximou da sua mesa. Naquela altura, quase todos na clínica sabiam que alguém havia ligado da casa de repouso. Em cidades pequenas, as notícias se espalham rapidamente.

- Pode ligar para o meu pai e pedir que ele venha me substituir? - perguntou Lauren. - Eu preciso ir até a casa de repouso.

- Claro que sim - respondeu Madeline. Ela hesitou. - Você está bem?

- Você poderia me levar até lá? Acho que eu não estou em condições de dirigir.

- Claro - disse ela assustada. - Deixe-me apenas ligar para o seu pai, está bem?

Enquanto ela teclava os números, Lauren parecia estar paralisada. A sala de espera estava em completo silêncio. Até mesmo os animais pareciam saber que algo havia acontecido. Ela ouviu Madeline falando com seu pai como se ela estivesse muito distante; na verdade, ela mal tinha noção de onde estava. Foi somente quando Madeline desligou o telefone e lhe disse que seu pai chegaria em pouco tempo que Lauren pareceu reconhecer seus arredores. Ela viu o medo no rosto de Madeline. Talvez porque fosse jovem e não conseguisse manter a calma, ela fez a pergunta em que todos pareciam estar pensando.

- O que houve?

Lauren viu a empatia e a preocupação estampadas no rosto das pessoas. A maioria delas a conhecia há anos; algumas a conheciam desde que ela era pequena. Alguns, entre eles a maioria da equipe de funcionários, também conheciam Camila, e, depois do acidente, todos passaram por um período parecido com um luto. Aquilo não era da conta de ninguém, mas de repente era, porque as raízes de Lauren estavam aqui. Beaufort era a casa deles, e, olhando em volta, ela reconhecia a curiosidade de todas aquelas pessoas como algo parecido com o amor entre parentes. Mesmo assim, ela não sabia o que dizer a elas. Ela havia imaginado mais de mil vezes como este dia seria, mas agora, entretanto, parecia que tudo era novo. Ela conseguia ouvir a própria respiração. Se concentrasse intensamente, achava que poderia até mesmo sentir seu coração batendo no peito; mas seu pensamento parecia estar longe demais para fazer sentido, ou mesmo para ser traduzido em palavras. Ela nem sabia ao certo em que pensar. Imaginava se havia escutado Harris corretamente, ou se tudo havia sido um sonho; ela imaginou se, de algum modo, havia compreendido mal. Em sua mente, ela revivia a conversa, buscando significados ocultos, tentando encontrar a realidade por trás das palavras, mas, por mais que tentasse, parecia não conseguir se concentrar o bastante para sentir a emoção que deveria. O terror a impedia de sentir o que quer que fosse. Mais tarde, ela descreveria a sensação que sentiu como se equilibrar em uma corda bamba, com a felicidade total de um lado e a perda total do outro, e ela estava parada no meio, pensando que um único movimento errado em qualquer direção faria com que ela caísse no abismo.
Na clínica, ela colocou sua mão no balcão para se apoiar. Madeline deu a volta no balcão com as chaves do carro na mão. Lauren olhou em volta da sala de espera; depois, para Madeline, e por último para o chão. Quando levantou os olhos, tudo o que ela conseguiu fazer foi repetir exatamente o que ouvira ao telefone alguns momentos antes.

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