Esse é um daqueles capítulos ponte, não são muito legais, mas são necessários.
Não esqueçam as estrelinhas. szsz
Boa leitura!!
[...]
Lauren ficou em frente à janela, observando Camila levar Molly até o carro. Ela sorria consigo mesmo, entretida com as expressões da morena. Embora ela mal a conhecesse, havia visto o bastante para concluir que Camila era uma daquelas pessoas cujas expressões eram uma janela para cada um de seus sentimentos. Lauren frequentemente sentia que muitas pessoas viviam suas vidas fingindo e mentindo, usando máscaras e se perdendo de si mesmas no processo. Camila, ela tinha certeza, nunca agiria daquela maneira.
Guardando as chaves no bolso, ela foi em direção à sua caminhonete, com a promessa de que voltaria do almoço em meia hora. Pegou a sua caixa térmica - ela mesmo fazia e embrulhava seu almoço todos os dias - e foi até o seu lugar habitual. Há um ano, ela havia comprado um terreno com vista para a praia de Shackleford, no final da rua Front, pensando que um dia construiria a casa dos seus sonhos ali. O único problema era que ela não tinha certeza das implicações que aquilo teria. No geral, ela levava uma vida simples e sonhava em construir uma cabana rústica como as que viu em uma viagem que fez às ilhas de Florida Keys, algo com bastante personalidade, que parecesse ter 100 anos do lado de fora, mas que fosse incrivelmente iluminado e espaçoso por dentro. Ela não precisava de muito espaço - um quarto e talvez um escritório, além dos cômodos tradicionais -, mas, assim que começou aquele processo, percebeu que o terreno serviria melhor para algo mais orientado a uma família. Aquilo fazia com que a imagem da casa dos seus sonhos parecesse um pouco mais confusa, pois não havia dúvida de que ela incluiria também uma futura esposa e filhos, coisa que ela nem de longe conseguia imaginar.Às vezes, o resultado da criação que ela e sua irmã tiveram acabava lhe parecendo estranho, pois Taylor também não parecia ter pressa em se casar. Seus pais eram casados há quase 35 anos, e Lauren não conseguia imaginá-los solteiros, assim como ela não conseguia visualizar a si mesma batendo os braços e fazendo acrobacias por entre as nuvens. Sim, ela tinha ouvido as histórias sobre como eles se conheceram em uma viagem de acampamento organizada pelo grupo de jovens da igreja que eles frequentavam enquanto estavam no ensino médio; o episódio sobre como a sua mãe machucou o dedo enquanto cortava um pedaço de torta para a sobremesa e como seu pai havia segurado o dedo dela em sua mão, apertando-o como uma bandagem cirúrgica para estancar o sangramento. Um toque e "tcharam!", foi o que bastou. Seu pai dizia:"Eu sabia que aquela era a garota para mim". Até agora, Lauren ainda não havia tido um "tcharam!", nem nada que chegasse perto daquilo. Sim, havia a sua namorada do tempo da escola, Olívia; todos na escola pensavam que elas eram perfeitas uma para a outra. Olívia vivia do outro lado da ponte hoje em dia, em Morehead City, e não era raro elas se esbarrarem enquanto faziam compras no Wal-Mart ou no Target. Elas conversavam por um minuto ou dois sobre amenidades e depois continuavam a tocar suas vidas.
Houve várias namoradas desde que ela terminou com Olivia, claro. Não era do tipo ingênua em relação às mulheres. Ela as achava atraentes, mas, mais do que isso, verdadeiramente gostava delas. Orgulhava-se do fato de nunca ter tido algo que pudesse ser remotamente chamado de um fim doloroso de relacionamento, para ela ou para qualquer uma de suas ex. As separações quase sempre ocorriam de comum acordo, se esmaecendo como um pavio molhado em uma vela de aniversário em vez das grandes explosões de fogos de artifício no céu. Ela se considerava amiga de todas as suas ex-namoradas - incluindo Keana, a última com quem se relacionou - e achava que elas diriam o mesmo em relação a ele. Não era a mulher certa para elas, e elas não eram as mulheres certas para Lauren. Viu três ex-namoradas se casarem com homens excelentes e foi convidada para os três casamentos. Raramente pensava em encontrar um amor eterno ou a sua cara-metade, mas, nas raras vezes em que o fazia, sempre terminava imaginando encontrar alguém que compartilhava as mesmas paixões energéticas e o interesse pela vida ao ar livre que ela tinha. A vida foi feita para se viver, não foi? Claro, todos tinham suas responsabilidades, e ela sabia que isso fazia parte da vida. Gostava do seu trabalho, ganhava um bom dinheiro, tinha a própria casa e pagava suas contas sem atraso, mas não queria uma vida em que essas coisas fossem as únicas que importavam. Queria viver a vida. Não, nada disso. Precisava viver a vida.
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The choice.
Fanfiction[concluída] Lauren possui tudo o que uma mulher sonharia em ter: a profissão que desejava, amigos leais, e uma linda casa beira-mar na pequena cidade de Beaufort, Carolina do Norte. Com uma vida boa, seus relacionamentos amorosos são apenas passagei...