06.

1.3K 121 62
                                    

Oi, oi gente!

Gosto muitooo quando vocês comentam e favoritam. szsz

Qualquer erro comentem que eu conserto.

Boa leitura!

[...]

"Mas que diabos estava havendo?"

Aquela frase resumiu o estado mental de Camila durante a manhã. Não importava se ela estava fazendo um exame de rotina em um bebê (duas vezes), diagnosticando infecções de ouvido (quatro vezes), aplicando uma vacina (uma vez) ou recomendando raios X (uma vez); ela sentia como se estivesse funcionando no piloto automático, não totalmente presente, enquanto outra parte de si ainda estava na varanda, imaginando se Lauren havia realmente flertado com ela e se talvez, apenas talvez, ela tivesse gostado daquilo.

Ter amizade com uma vizinha era uma coisa, mas fazer amizade com uma que gostava de flertar era algo completamente diferente. Especialmente se ela que gostava de flertar fosse bonita. Austin geralmente não era o tipo ciumento, mas ela não era ingênua para pensar que ele ficaria alegre com a ideia de que ela e Lauren (que ele sabia que era lésbica) tomariam café no deque atrás da casa duas vezes por semana, que era exatamente o tipo de coisa que vizinhas amigas faziam. Por mais inocente que fosse aquela visita ao veterinário - e seria inocente, lembre-se -, havia uma vaga sensação de infidelidade em relação à situação. Ela hesitou. Estou ficando louca, pensou. Realmente estou ficando louca. Ela não havia feito nada de errado. Nem Lauren. Aquele pequeno flerte não daria em nada, mesmo que fossem vizinhas. E ela amava Austin.

Tendo alcançado a solução para a questão, ela decidiu que não importava se Lauren estivesse flertando. Ela podia flertar tanto quanto quisesse; no fim, Camila sabia exatamente o que queria para a sua vida. Tinha certeza.

Como Lauren havia garantido, Molly estava melhor do que Camila imaginara. Seu rabo balançava com entusiasmo e, apesar da presença dos filhotes - que se pareciam com pequenas bolas peludas e que, em sua maioria, estavam dormindo -, ela se levantou sem esforço quando Camila entrou e foi até ela, aplicando-lhe em seguida algumas lambidas molhadas. O focinho de Molly estava gelado e ela ganiu e agitou-se enquanto andava ao redor de Camila, não com seu ânimo tradicional, mas o bastante para dizer a ela que estava bem, e, depois de receber os carinhos, sentou-se ao lado de Camila.

- Estou tão feliz por você estar melhor - sussurrou Camila, alisando seu pelo.

- Eu também. - a voz de Lauren ecoou por trás dela, vinda da porta. - Ela é uma guerreira e tem uma bela disposição também. - Camila se virou e viu que ela estava apoiada no batente da porta.- Acho que eu estava errada. - disse, indo na direção de Camila, com uma maçã na mão. -Provavelmente ela vai poder ir para casa esta noite, se você quiser vir pegá-la depois do trabalho. Não estou dizendo que precisa fazer isso. Ficaria feliz de mantê-la aqui se isso for melhor para você. Mas Molly está melhor do que eu imaginava. - Lauren se agachou e estalou os dedos, desviando sua atenção de Camila. - Eu disse que você era uma boa menina - disse ela, com o tipo de voz que poderia ser descrita como "eu adoro cães, venha aqui para eu lhe fazer um carinho". Para a surpresa de Camila, Molly saiu de perto dela e foi em direção a Lauren, fazendo com que Camila se sentisse como uma intrusa. - E os filhotes estão muito bem também - continuou ela. - Se você for levá-los para casa, não se esqueça de que precisa fazer uma espécie de cercado para mantê-los confinados. Caso contrário, sua casa vai ficar bem suja. Não precisa ser nada muito elaborado, apenas algumas tábuas cercadas por caixas, e não se esqueça de forrar tudo com jornal.

Camila mal conseguiu ouvi-la, pois, apesar de não querer, observou novamente o quanto ela era linda. O fato de não conseguir evitar olhá-la daquele jeito sempre que ela a via a irritava. Era como se a aparência de Lauren constantemente fizesse disparar sirenes dentro dela, e, por mais que tentasse descobrir a razão daquilo, não conseguia encontrar uma resposta. Sorria bastante, mas aquilo não era tão estranho. Os dentes dela eram bem brancos, talvez um pouco demais - definitivamente, ela havia feito algum tratamento para clareá-los, Camila pensava -, mas, mesmo que ela soubesse que aquela cor não era natural, aquilo ainda lhe causava certo efeito. Lauren estava em forma também, mas homens com aquele tipo físico podiam ser encontrados em todas as academias de ginástica dos Estados Unidos - homens que malhavam religiosamente, homens que nunca comiam nada além de peito de frango e cereal, homens que corriam 15 quilômetros todos os dias - e nenhum deles havia causado o mesmo efeito que Lauren nela.

The choice.Onde histórias criam vida. Descubra agora