Capítulo Sete

0 0 0
                                        

- Uau, parece que você descobriu um novo dom - Trevor deu um sorriso sínico - e por que você está parada desse jeito?

- Estou esperando...o Finn chegar com o Krow - falei sentindo as palavras entalarem em minha garganta.

- Interessante! - Ele se aproximou.

Quis me mexer, sair correndo da frente desse menino. Mas infelizmente não podia.

Ele estendeu a mão e tocou a fumaça, logo retirou e soprou o dedo. Ri da cara dele, péssima hora pra rir, droga!
Senti meus cabelos caírem nas minhas costas e a fumaça começou a desaparecer aos poucos.
Engoli seco e fechei os olhos já esperando aquela lança atravessar minha cabeça. Mas percebi que isso não aconteceu e quando abri os olhos novamente, vi Trevor segurando a lança que continuava bem perto do meu rosto.

- O-obrigada - gaguejei.

Ele revirou os olhos e jogou a lança no chão.

- A cara que você fez foi tão engraçada - ri baixo.

- Tenho certeza de que não foi mais engraçada do que a sua quando estava segurando aquela cadeira no ar - ele arqueou as sombrancelhas.

Senti raiva só de lembrar disso!

- Ei, você fica irritada muito fácil! Olha aí, seus olhos já estão vermelhos - ele fez cara de deboche.

Pisquei algumas vezes e desviei o olhar.

- Continuam vermelhos - ele me encarou.

- É claro, você... - não terminei de falar a frase mas ele completou.

- Eu te levo á loucura - ele riu e fez uma cara sexy.

Confesso que eu me derreti naquele momento, mas mantive postura. Ele mordeu os lábios e me olhou dos pés a cabeça, senti tanta vergonha nesse momento.

Finalmente, Finn e Krow apareceram por teletransporte.

- Olha iss... - Finn estava todo empolgado e quando me viu sua expressão mudou na hora e ele abaixou os braços desanimados.

- Foi culpa dele - apontei para o Trevor, mas o mesmo não estava mais ali. Então paguei papel de boba apontanto pro nada.

- Ele quem? Eu sei que eu demorei Raven, mas pensei que você iria aguentar! - Finn pegou a lança do chão e a transformou em bastão de novo.

- Se acalme Finn, ela ainda está descobrindo o seu dom. Não sabe controlar ainda. - Krow segurou o braço de Finn que assentiu com a cabeça.

Passei as mãos pelo meu cabelo tentanto ajeitar alguns fios que insistiam em ficar fora do lugar.

- Está bom por hoje não? - Krow sugeriu e sorriu meio de lado.

- Sim, por favor! - dei um sorriso amarelo.

- Pode ser, amanhã cedo a gente retoma - Finn disse já pegando suas coisas e andando.

Krow estendeu a mão para mim e me teletransportou para a porta do meu quarto.

- Obrigada - agradeci e entrei mo quarto fechando a porta bem devagar.

- Você não estava no refeitório na hora do almoço, estava treinando né? É melhor você correr pra ver se a comida ainda está disponível - Mary disse assim que olhei para ela.

- Sério? Meu Deus, ninguém me avisou! - Falei com uma pontada de raiva da voz.

- Anda garota, acho pouco provável que o almoço ainda esteja disponível - ela se levantou e me expulsou pra fora do quarto.

Fui literalmente correndo até o refeitório, algumas pessoas me cumprimentaram e outras riram de mim, mas nem me importei. Meu estômago estava roncando e doía um pouco.

Cheguei no refeitório e algumas moças já tiravam as comidas das vasílias.

- Moça, por favor, deixa eu comer pelo menos um pouco. Estava treinando e ninguém me avisou que o almoço já havia começado. - cheguei perto de uma delas e juntei as mãos pedindo.

Fiquei parecendo um cachorrinho com um olhar pidão.

- É claro senhorita - ela disse sorridente.

A moça me mostrou algumas panelas que não tinham sido lavadas ainda. Tinha uma de arroz, outra de lesmas e um bixo estranho que eu desconhecia (como que alguém consegue comer isso), e outra com bifes.

Peguei arroz com bife e me sentei em uma mesa perto das comidas.
Rodei o olho pelo refetório vazio, agora eu percebi o quão imenso o local era.
Parei de reparar no local e comecei a comer e me deliciar.

Comi tudinho e no final eu estava completamente sozinha, não havia nem mais aquelas moças.
Peguei o prato e resolvi achar uma pia pra lavar aquilo, entrei em uma porta e me deparei com muitas pias e os cozinheiros e funcionários da limpeza estavam ali. Todos me encararam e dei um sorriso de lado.

Um homem caminhou até mim com pressa.

- Obrigada pela gentileza de trazer o prato - ele sorriu.

Sorri de volta e saí de lá. Me deparei com o mesmo menino...como era o nome dele mesmo? A é! Lucca. Ele estava sentado em uma das mesas e olhava pro nada.
Tentei passar despercebida, mas ele me viu e me encarou.

- Boa tarde - ele disse e continuou sério.

- Boa...tarde! - abaixei a cabeça e continuei andando.

Saí do refeitório aliviada, não sei por qual motivo!

Me senti bem melhor agora que havia comido e estava bem preparada pra tirar um cochilo.
Andei em direção ao meu quarto, entrei e vi Mary e logo me joguei na cama dormindo na mesma hora.

-//-

- Acorda! Hoje você não vai pular a janta não. - Mary me sacudia.

Abri os olhos com certa dificuldade, minha visão estava meio embaçada. Cocei os olhos e me levantei meio tonta.

- Por quanto tempo eu dormi? - minha voz quase não saiu.

- Por cinco horas, agora já são sete da noite.

- Cinco horas? - arregalei os olhos - Como assim...

- Também não entendo esse seu sono... - Mary suspirou.

- Preciso tomar um banho antes, estou toda suada e com roupa do treinamento - me analisei.

- Então anda rápido.

Me levantei e fui pro banheiro, tomei um banho rápido e relaxante. Me enrolei na toalha e saí para escolher uma roupa. Peguei uma calça de couro preta e uma blusa de manga cinza que batia acima do meu umbigo. Calcei um tênis preto e simples e deixei meu cabelo solto.

- Você só vai jantar - Mary riu - Mas tá certa, tem que arrasar sempre e em qualquer ocasião!

- Desculpe, não sei me arrumar muito bem! - Ri também e a acompanhei para fora do quarto.

- Fique perto de mim, acredite, o refeitório fica mais cheio na janta do que em qualquer outro horário.

- Ok... - fiquei desesperada só pensando no reboliço.

Mary cumprimentava a todos por onde passava e eu só lançava um sorriso tímido.

Confesso que eu só queria voltar para o quarto e dormir ou ler alguma coisa.

- Olá meninas! - Finn apareceu, acenou e sorriu para nós.

- Oi Finn - dissemos juntas.

O sorriso de Mary ficou menor e ela não encarava ele e nem ele olhava pra ela. Suspirei com o clima pesado que tinha ficado ali.

- Por que paramos de andar? - tentei quebrar essa tensão toda.

- Tem razão - Mary voltou ao normal e voltou a caminhar.

Finn nos acompanhou e de vez em quando ele cochichava algumas piadinhas pra mim, todas bem idiotas, mas que me faziam rir.

Enfim chegamos no refeitório e aquilo estava mais cheio que tudo...

A FÊNIX Onde histórias criam vida. Descubra agora