Capítulo Nove

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Acordei pela primeira vez bem cedo, Mary ainda dormia. Olhei para a sacada e o sol estava nascendo, aproveitei e o assisti enquanto pensava um pouco.
Só de lembrar da dor que eu senti, já me sinto mal.  Sinseramente, eu não sei como consegui chegar até a sala do Krow e estou pasma. Pensei também sobre o que ele disse de uma luta acontecendo dentro de mim e fiquei bem preocupada. Não me reconheci quando me olhei no espelho, eu estava toda vermelha e só de lembrar já fiquei assustada.
Cheguei a conclusão que eu precisava saber mais sobre esse lugar e saber mas sobre mim.

- Bom dia, já está acordada? Que milagre - Mary me cumprimenta e fica ao meu lado observando a paisagem.

- Pois é - ri um pouco - Mary, aqui tem biblioteca?
- Sim, claro! Você quer ir? Eu te levo, amo livros, não sabia que você também gostava - ela falou toda empolgada.

- Legal, quero ir sim! - Fiz de desentendida e acompanhei sua empolgação.

- Hoje depois da janta vamos pra lá - ela saiu da sacada e foi se arrumar.

Fiz o mesmo, coloquei uma blusa de alça branca e uma calça preta jeans. Calcei um tênis branco e deixei meu cabelo solto.
Fui até o banheiro, escovei os dentes e passei uma água no rosto.

- Sobre o que aconteceu ontem á noite...Está tudo bem? - Mary perguntou assim que saí do banheiro.

Suspirei e forcei um sorriso, respondi que sim.

- Que bom. O Krow deve te procurar depois de conversar com o Ony.

Assenti com a cabeça e sentei na cama esperando Mary ficar pronta.

Ela vestiu sua roupa de treino e fez um coque no cabelo, enfiou duas facas nos bolsos da calça e uma espada na cintura.

- Afinal...você nunca me disse e eu ainda não perguntei. Mas...qual é o seu dom? - perguntei e encarei Mary.

- Minha voz, mata! - ela sorriu - Digamos que se eu falar ou cantar qualquer coisa com a intenção de matar, eu mato! Claro que não são todos os seres que morrem, mas boa parte. E também, posso hipnotizar as pessoas e fazer elas se machucarem ou se matarem e tenho o dom de cura também, mas infelizmente não consigo mais usá-lo por punição.

- Que...incrível. Por que punição? - perguntei abismada e ao mesmo tempo curiosa.

Ela suspirou e se sentou na cama.

- Quando eu cheguei aqui, não sabia controlar meus dons, assim como todos! Mas por essa falta de controle, eu não sabia identificar quando minha voz era fatal. Então, um dia estava treinando luta com meus instrutor e algumas pessoas  e recebi um soco na barriga e na cabeça, senti dor e raiva e por isso soltei um grito. E de repente todas as pessoas da sala, vinte incluindo o instrutor, estavam caídas no chão com seus ouvidos sangrando e mortos. - ela soltou o ar pesadamente e prosseguiu - Assim, meu dom de cura foi desativado e não posso usar nem mesmo para mim.

Quando ela terminou, eu fiquei bem assustada e até com um pouco de medo.

- Mas agora eu sei controlar todos os meus dons, não precisa ter medo de mim - Ela se esforçou pra rir - Vamos tomar café?

- Sim - me levantei e a segui até o refeitório.

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- Vamos, quero que sinta seu poder, que se conecte com ele e tente dominá-lo - Finn me instruía durante o treino.

Estava de olhos fechados, a fumaça vermelha agora saía de todo o meu corpo e eu estava flutuando, á uns trinta centímetros do chão. Meus braços estavam aberto e eu estava tentando ao máximo me concentrar.

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