Capítulo Dez

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Apanhei e caí tanto que perdi a conta. O jeito do Finn me "ensinar" a lutar foi extremamente doloroso.

- Você deveria ter pegado mais leve, pelo que eu saiba eu nunca lutei na minha vida. Você não devia ter me batido assim! - Falei ofegante enquanto estava deitada no chão e olhando para o céu já escuro.

- Foi pra te motivar a aprender mais rápido e evitar esses golpes. - Ele olhou para mim e me encarou com um sorriso.

Finn também estava deitado ao meu lado. Ficamos em silêncio por um tempo apenas escutando o barulho das árvores balançando com o vento forte.

- Quando eu aprender a lutar, eu vou te bater tanto que você vai perder a consciência - falei sem ter certeza.

- Que agressiva. - ele tornou a encarar o céu que estava cheio de estrelas.

Respirei fundo, só de pensar que amanhã estarei cheia de ematomas e dores musculares já me dá um desânimo gigante.

Balancei a cabeça tentando desviar meus pensamentos, fiquei tão envolvida com esse lugar de repente que me esqueci do meu plano de tentar fugir daqui. Eu não podia me apegar a ninguém, precisava estar focada em arrumar um jeito de sair desse mundo, mas as pessoas são tão receptivas e tudo é parcialmente perfeito que as vezes dá vontade de esquecer do absurdo que o tal Ony faz ao roubar pessoas de outros mundos.

- Ei - Finn encostou no meu braço e saí dos meus pensamentos - Olha aquela constelação ali.

Ele levantou o meu braço e apontou com o meu dedo.

- Se chama Andromeda, e aquela Perseus. São minhas constelações favoritas, eu sempre acho elas quanto venho observar as estrelas. - Ele sorria enquanto falava com total entusiasmo.

- Por que são as suas favoritas? - o encarei por um tempo esperando uma resposta.

- Meu livro favorito conta sobre uma mitologia dessas duas constelações, Andromeda era a filha de Cassiopeia e de Cefeu, governantes da antiga Etiópia. Quando Cassiopeia se gabou de ser mais bela que as Nereidas, filhas do deus marinho Nereu, Poseidon indignou-se e enviou o monstro Cetus (a Baleia) assolar o reino dos etíopes. Aconselhados pelo oráculo de Ammon, que sentenciou que o sacrifício da sua filha à Baleia era o único modo de apaziguar o deus, o rei e a rainha agrilhoaram Andrómeda a uma rocha perto do mar. No entanto, Perseu, enamorado, chegou a tempo de a resgatar, montado sobre Pégaso, o cavalo alado. Perseu conseguiu salvar Andrómeda do seu destino cruel mostrando a horrível cabeça de medusa à Baleia, e imediatamente o monstro se transformou em pedra. - Ele contou empolgado.

Não entendi absolutamente nada, mas assenti com a cabeça.

- Sério? Interessante...quero ler esse livro! Me empresta? - perguntei realmente interessada pela história.

- Bom...eu nunca emprestei pra ninguém... - ele pensou por um tempo - Mas acho que posso abrir uma excessão.

Sorri vitoriosa e voltei a encarar as duas constelações, era incrível, como ele conseguia achar elas diante de tantas estrelas com o brilho mais forte.

- Acho melhor voltarmos para a janta - ele fez que ia se levantar.

- Não estou com fome... - segurei seu braço.

- É perigoso ficar aqui á noite, por mais que estejamos protegidos por uma barreira, existem seres de outros mundos que podem invadir! - ele sorriu de lado e levantou uma sombrancelha.

Bufei e revirei os olhos, me levantei primeiro e arrumei meu cabelo em um coque.

- Então vamos - disse e comecei a andar.

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