Capítulo Onze

0 0 0
                                    

Quando Mary acordou, eu já estava acordada lendo o livro que Finn me emprestou. Já estava na página 100 e não conseguia parar de ler esse livro. Era incrível, os detalhes...tudo!

- Que livro é esse? - Mary perguntou com a voz rouca.

- Se chama Como Uma Constelação - respondi sem tirar os olhos da página que eu estava lendo.

- É o livro preferido do Finn...só tem um dele por aqui...não acredito que ele te emprestou? - ela se sentou na cama e me encarou.

Assenti com a cabeça concentrada.

- Você não tem noção de quantas vezes eu pedi pra ele me emprestar esse livro. - ela se levantou e andou até minha cama - Você deve ter usado algum encanto sobre ele.

Ela riu e eu também, por fim terminei o capítulo e fechei o livro.

- Então...como foi seu treino ontem? Nem te vi no refeitório, deve ter ficado bem cansada né? - Mary se sentou ao meu lado.

- Eu levei tantos socos e chutes que eu nem sei, as rasteiras também acabaram comigo. Até agora não entendi por que não estou cheia de ematomas. - Ri baixo.

- Imagino, quando eu cheguei aqui também não sabia lutar. - Ela fez um cara triste.

- Não concordo com isso, acabamos de chegar e eles nos batem assim - revirei os olhos.

- Mas isso é bom, você procura competência e aprende tudo mais rápido - ela suspirou - Raven...

- Sim - a encarei.

- Está tudo bem? Eu sei que você deve estar assustada e achando tudo isso um absurdo, mas é assim no começo... Você não está pensando em fazer alguma loucura né? Porque temos que aceitar, é o nosso destino...não podemos fazer nada a respeito! - Mary disse depois de um tempo.

Respirei fundo e procurei alguma resposta convincente.

- Olha...sim, eu estou assustada com tudo isso e não sei o que fazer. Mas como você disse, estou tentando aceitar isso, fazendo o possível... - sorri fraco e fixei meu olhar no chão.

- Daqui a pouco você se acostuma com tudo isso, no começo é difícil mesmo, mas é tudo uma questão de tempo. Você aprende a aceitar e se dedica totalmente a guerra que está por vir, pra pelo menos conseguir sair viva e ver o que acontece depois disso tudo. - Mary me abraçou forte e em seguida se levantou indo tomar banho.

Pensei muito sobre o que ela disse e cheguei a conclusão de que eu nunca conseguiria me acostumar e aceitar tudo isso...parecia impossível.

Depois de um tempo olhando a paisagem pela sacada, resolvi ir tomar um banho também.
Entrei no banheiro e tomei banho no chuveiro mesmo pra não demorar muito. Depois de uns cinco minutos saí e fui até o armário pegar já a roupa do treinamento.

- Sim eu falei com ela, perguntei se estava bem e se não estava pensando em fazer nada de mais...Ela disse que está bem e que faz o possível para se adaptar...Não se preocupe...Passo aí depois então... - ouvi Mary falando com alguém dentro do banheiro.

Achei isso estranho, ela estava falando sozinha e dentro do banheiro. Bati na porta e perguntei se estava tudo bem e com quem ela estava falando. Mary demorou um pouco pra responder enfim ela abriu a porta pela metade.

- Eu estava falando com o Ony por...digamos, pela mente. Ele consegue, mas eu não, então tenho que falar normal pra ver se ele escuta - ela sorriu e me olhou pelo espelho.

- E por que estava falando sobre a nossa conversa? - me escorei no portal segurando a toalha de mal jeito.

- Ele pediu pra conferir se estava tudo bem com você... - Mary passava o creme no cabelo freneticamente.

A FÊNIX Onde histórias criam vida. Descubra agora