Capítulo 1

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ANASTÁSIA STEELE

Olho para o relógio na mesinha ao lado do sofá e solto um suspiro. Wendy e Geovanna estão comigo desde a hora que voltei, e agora elas estão no chão assistindo TV enquanto Tuntum dorme em cima de uma mantinha forrada no chão. Olho novamente para o relógio e ele marca quatro em ponto.

—Você vai encontrá-lo? —Wendy pergunta.

—Acho que sim... se ele pode ajudar mamãe. Eu preciso. —Suspiro.

—Então é melhor você ir. —Diz Geovanna. —Nós vamos olhar o Atunzinho.

—Não chame meu irmão de Atum. —Digo semicerrando os olhos.

—Ignora. —Wendy diz. —Olha, eu não te encorajo a ir, não gostei desse homem pela forma como você me contou, mas se ele pode ajudar sua mãe, é a sua única chance... E talvez possa ser uma proposta de emprego... algo assim.

—Eu queria ter sua esperança. —Geovanna diz revirando os olhos. —Qual é? E se ele for um psicopata?

—Nossa Geovanna, apoio moral é tudo nessa vida. —Digo enquanto me levanto. —Eu vou lá encontrar o psicopata Grey, se eu não voltar, chamem a polícia, por favor.

—Ok. —Wendy diz rindo. —Nos ligue.

—Eu estou sem celular. —Falo revirando os olhos. —O Tuntum o jogou dentro da banheira.

—Você tem tanto azar com celulares. —Geovanna fala encarando o nada.

—Obrigada por me lembrar disso querida. Agora é melhor eu ir. Bye.

—Bye. —As duas dizem juntas.

Pego a chave do carro e saio fechando a porta do apartamento caminho até o elevador e aperto o botão por mais de uma vez, para constar que ele não está funcionando, reviro os olhos, é querida, você não tem sorte com elevadores, meu subconsciente me lembra, enquanto me olha por debaixo dos cílios. Obrigada por me lembrar.

Caminho até as escadas, sorte que são quatro andares apenas, desço correndo e me atrapalho umas três vezes, mas não caio. Minha mãe vive dizendo que eu não deveria correr nas escadas... aposto que se ela estivesse aqui, brigaria comigo..., mas ela não está, e isso me lembra de que tenho que encontrar o Grey.

Entro no carro, mas opto por ir andando, até mesmo porque tenho tempo até o horário marcado no píer. O caminho inteiro os pensamentos me devastam e me confundem fazendo-me chorar outra vez, aperto meus braços numa tentativa vã de fazer o frio e a dor passam, mas nenhum passa, e eu continuo sentindo a dor dilacerar meu peito. Quando menos espero estou no píer. Caminho pelo píer vendo o sol se pôr, paro na ponta e fecho os olhos recebendo a brisa em meu rosto, o som das águas balançando faz com que eu me acalme um pouco.

Ouço passos cautelosos, mas continuo parada com os olhos fechado e os braços envoltos no corpo.

—Olá, Anastásia. —Sua voz causa-me um arrepio suave na espinha.

—Eu estou aqui. —Sussurro sem abrir os olhos.

—Eu vejo. —Ele diz num tom de deboche.

—Diga-me então. O que queria?

—Olhe para mim. —Ordena.

Viro-me lentamente e abro meus olhos com cautela, o olhar do Sr. Grey encontra o meu, e se fosse, em outras circunstâncias, juro que isso me tiraria o fôlego. O sol está refletindo em seus olhos dando um tom alaranjado contra o cinza, seus cabelos cor de cobre estão balançando suavemente com a brisa da tarde. Ele está todo vestido em um terno cinza claro, camisa branca com colarinho aberto. Sr. Grey dá um sorriso enigmático e umedece os lábios com a língua, automaticamente meus dentes predem meu lábio inferior causando-me um dor suave.

Amor OcultoOnde histórias criam vida. Descubra agora